Conheça mães que conciliam o amor pelos filhos em meio aos desafios de profissões, no Amapá


Neste domingo (11), Dia das Mães, o g1 conta histórias de mães que atuam em áreas essenciais sem deixar a maternidade de lado. Mães conciliam vida entre carreira e amor pelos filhos
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No Dia das Mães, celebrado neste domingo (11), o g1 conta histórias de mães que dividem a maternidade e a atuação em setores essenciais da sociedade como a educação, a justiça e a segurança pública do Amapá.
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A professora Laurine Campelo, a juíza Maria Lustosa e as policiais civis Vânia Dantas e Luciane Oliveira revelaram como dividem e conciliam a vida entre a carreira e o amor pelos filhos. O cotidiano é um retrato de milhares de mães brasileiras que vivem essa realidade.
Mãe e professora
Laurine Campelo é mãe e professora
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Laurine Campelo, de 40 anos, atua na educação há 14 anos e atualmente é professora de fotografia no Centro de Educação Profissional em Artes Visuais Cândido Portinari. Além de professora, Laurine é mãe de 3 crianças: Louise de 7 anos e os gêmeos Emanuel e Samuel, de 5 anos.
A professora contou que maternidade e conciliação com a profissão, trazem uma série de desafios, principalmente a sobrecarga de responsabilidades.
“Se inclui o cuidado com os filhos, as tarefas domésticas e a adaptação a cada nova rotina de trabalho, pois sempre há surpresas e fases que norteiam a vida de uma mãe e profissional”, disse.
Para conciliar o amor e tempo de qualidade com os filhos entre a profissão que escolheu para a vida, a professora contou que precisa abrir mão de qualquer compromisso extra, para que realizem juntos pequena atividades que fazem toda a diferença no crescimento das crianças.
“A dinâmica de conciliação que uso para cuidar deles e ter tempo de qualidade está em abrir mão de qualquer compromisso no turno da tarde e finais de semana para ficarmos juntos, almoçarmos juntos, tomar café da manhã, todos os dias, buscando estar presente sempre e os incentivar a pintar, desenhar, ensinar coisas boas e acompanhá-los em suas atividades extras e a fazermos todos juntos”, contou.
Apesar de todo o desdobramento para ser uma ótima profissional e mãe, Laurine duvidou de sua capacidade e chegou a se questionar se estava sendo uma boa mãe para seus filhos, após um momento conturbado.
Luciane é mãe de 3 crianças
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“O maior desafio que já enfrentei sendo mãe e profissional foi quando os três adoeceram juntos de uma virose muito forte […] me senti impotente, chorava pelos cantos. Pedi pedia pra Deus para que toda dor viesse pra mim que eu aguentaria. […] Diante desse turbilhão eu não conseguia me concentrar no trabalho, até que pedi dispensa por não conseguir conciliar, contou.
Apesar das mães serem conhecidas como ‘fortalezas’, o peso emocional da sobrecarga mental e física, chegam em certo momento. Mas como Laurine, elas fazem de tudo para que os sentimentos ruins não cheguem aos filhos.
“Quando vieram cursos de aperfeiçoamento para meu crescimento profissional tive que ficar dois horários sem a presença deles e quando chegava ainda tinham as atividades para entregar e outras do trabalho para corrigir. Me senti a pior mãe de todas, eles acabaram por sentir minha ausência e quando eles dormiam eu ia no quarto deles e acabava chorando…foi bem difícil”, contou.
Em seu depoimento, a professora se emocionou ao perceber o equilíbrio e luta diária que enfrenta, alegando: “Me faz lembrar coisas que com o passar dos dias e ensinamentos vai indo no automático e não enxergamos o quanto é importante”, disse.
Mãe e juíza
Maria é juíza e mãe de quatro filhos
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A juíza Maria Lustosa, de 42 anos, atua no judiciário amapaense há 20 anos, dedicando 15 deles à magistratura, além de ser a mãe de 4 crianças: Catarina e Cecília, gêmeas de 12 anos, Theo de 9 anos, e Maria Cecília de 10 anos.
Maria contou que conciliar a carreira e a maternidade é um desafio constante. Ela disse que sempre busca equilibrar para entregar o trabalho com qualidade sem abrir mão do carinho e cuidado com os filhos e que os desafios enquanto mãe, aparecem desde muito cedo.
“Iniciar a carreira no interior com filhos em idade tenra, depois escolar, foi o maior desafio […] Houve, há e haverá momentos em que precisei e precisarei lidar simultaneamente com questões urgentes no tribunal e situações imprevistas em casa, como doenças infantis. Nesses episódios, o apoio da rede familiar e profissional foi fundamental para que conseguisse administrar ambas as frentes”, contou.
Mesmo com a rotina corrida, aplicando leis para resolver conflitos e julgando processos, Maria busca sempre estabelecer sua presença e companhia ativa na vida dos filhos, buscando participar de pequenos à grandes momentos. Ela define a sua dinâmica como um ‘malabarismo’.
Juíza Maria Lorena, mãe de 4 filhos
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“Uma doce equação […] procuro estabelecer uma rotina bem estruturada, priorizando momentos eu que possa estar integralmente presente. Valorizo as pequenas coisas, como acompanhar os estudos, participar das atividades escolares, brincar, conversar sobre o dia de cada um e reservar as refeições diárias de forma compartilhada”, disse a Juíza.
Como mãe, Maria diz que cada momento é importante e mesmo cansada nunca deixa passar uma oportunidade de reunir a família e criar momentos especiais, aproveitando o crescimento dos filhos.
“Cozinho todas as noites para as crianças e, apesar das múltiplas atividades, procuro levar e buscar nas atividades escolares e extracurriculares. Sem dúvida, é um momento de troca, de interação, de qualidade com eles […] Sempre que podemos, viajamos em família para criar momentos especiais. Sempre que possível, organizamos passeios ou atividades coletivas, cultivando memórias e aprendizados a cada nova experiência”, disse.
“Ser mãe de quatro crianças tão especiais é um bálsamo, mas também um grande desafio. […] Conciliar a entrega no trabalho com o cuidado e a presença na vida dos filhos exige amor, paciência e organização diária. Mas asseguro ser passível. Nossos filhos precisam de tempo de qualidade”, finalizou.
Maria destacou ainda, que mesmo com a entrega às funções judicantes, o tempo de qualidade com os filhos é indispensável.
Mães policiais
Vânia Dantas atua como policial civil no Amapá há 31 anos, sendo a maior parte em regime de plantão de 24 horas. Mas antes de atuar como agente de segurança pública, Vânia já era mãe da Vanessa, de 36 anos, e Vanusa, de 34, já durante a carreira teve o caçula Davi, de 16 anos.
Vânia contou que o maior desafio como mãe, é trabalhar sob regime de plantão, com os filhos doentes, pois a passagem de plantão se dava com alterações, algo que ela descreveu como ‘infelizmente muito comum na vida de policial plantonista’.
Mas sempre por trás da profissional, Vânia tentava seu máximo para passar tempo com os filhos, mas sempre os deixando consciente de como funcionava o seu trabalho.
“Sempre expliquei que meu trabalho é um sacerdócio, que trabalho com a busca da verdade e os ajudava nas atividades escolares. Íamos para praças, praias, balneários que julgo ser muito importante, esse momento de interação. Pois, antes de nascer a profissional Vânia, já existia a mãe Vânia e de nada me serve ser profissional dedicada se não for mãe acolhedora”, contou.
A policial civil contou que passou por uma situação recente enquanto trabalhava, quando teve que carregar em seu colo o filho de uma mulher durante o cumprimento de um mandado de prisão.
“Quando eu cheguei ao fórum, eles disseram assim: mas você que carrega tão bem essa criança. Uma vez que a gente tem um filho, a gente nunca esquece de como pegar, de como carregar uma criança. […] Eu sou policial, mas também sou mãe, e o meu filho, ele não é melhor do que o filho do próximo. Principalmente sendo mãe na polícia, nos órgãos de segurança pública, nos torna mais humanas, porque a maternidade cria um olhar acolhedor, é inevitável, nós não estamos para julgar, nós estamos para fazer o nosso trabalho, para acolher como se fossem nossos filhos, essa é a regra da vida”, contou.
Vânia é policial civil e mãe de 3 filhos
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Outra policial que dedicou uma grande parte da vida à segurança pública, foi a Luciane Oliveira, de 49 anos. Agora aposentada, Luciane ingressou na carreira ainda muito nova, com 20 anos e dedicou 27 anos à carreira.
A policial é mãe de dois filhos já adultos: Camila, de 31 anos, e Clênio, de 24. Luciane que já integrou a força nacional em grupos de pronta resposta como a UATE e capturas. Ela contou que precisou abrir mão de muitos momentos importantes ao decorrer da vida.
“A parte mais difícil foi abdicar de momentos que nunca voltarão. Momentos de grande importância na infância deles, como as comemorações do dia das mães, dia da família e apresentações especiais na escola, que influenciaram em alguns aspectos emocionais, mas que eu procurava compensar nas minhas folgas e férias”, contou.
Luciane explicou ainda que o maior desafio de todos era se consolidar como uma ótima profissional operacional, mas, ao mesmo tempo, ser uma boa mãe e esposa.
“Para isso, a boa forma física era um fator primordial, assim como a dedicação exclusiva ao trabalho, ou seja, ficar 100% focada na profissão e ainda precisar ser uma boa mãe e esposa, o que exigia muito da minha boa saúde mental”, explicou.
Luciane integrou a força nacional
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Mesmo com o sucesso na carreira profissional, em momentos de descanso, Luciane buscava estar integralmente presente com os filhos, sem distrações.
“Aproveitar cada momento com qualidade, ouvindo, dando colo, sendo a melhor pessoa naquele momento que era deles e isso exigia muito do emocional”, finalizou.
Luciane e os filhos
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