Efeito sanfona: como a ciência explica o vai e vem do peso?


O Fantástico deste domingo (11) mostrou como fatores biológicos e hormonais podem influenciar diretamente no desafio de manter o emagrecimento. Efeito sanfona: por que o corpo resiste ao emagrecimento?
Engorda, emagrece, engorda de novo. O chamado efeito sanfona é mais comum do que se imagina — e não tem a ver apenas com força de vontade. O Fantástico deste domingo (11) acompanhou, por quatro meses, a rotina de uma paciente que vive esse ciclo desde a infância. A reportagem mostrou como fatores biológicos e hormonais podem influenciar diretamente no desafio de manter o emagrecimento. Veja no vídeo acima.
“Quando eu tinha 4 ou 5 anos, minha mãe não conseguia comprar roupas em lojas para mim. Mandava fazer, sempre com sobra de pano, caso precisasse alargar”, lembra a cabelereira, Tatiana Santos.
A biologia por trás do efeito sanfona
O endocrinologista Bruno Halpern, pesquisador da Unicamp, explica que o corpo humano tem mecanismos que dificultam a manutenção do peso após o emagrecimento.
“Os neurônios que controlam a fome são super ativados nas pessoas magras, nas pessoas obesas não funciona tanto isso. O sinal de saciedade na pessoa portadora de obesidade é menor e depois que ela emagrece não fica perfeito como uma pessoa magra e estudos que sucederam nosso estudo mostram que existe inclusive morte de neurônios e esse mecanismo nunca mais se recupera perfeitamente”, afirma.
Além disso, o tecido adiposo — onde ficam as células de gordura — produz menos leptina após o emagrecimento. Esse hormônio é responsável por sinalizar saciedade ao cérebro.
“É como se o corpo soltasse as rédeas e incentivasse a pessoa a comer mais”, explica Halpern.
Um estudo recente do Instituto de Tecnologia de Zurique, na Suíça, revelou que as células de gordura “lembram” da obesidade passada. Mesmo após a perda de peso, elas mantêm a predisposição genética para voltar ao tamanho anterior.
A biologia por trás do efeito sanfona
Reprodução/TV Globo
Tratamento e esperança
Tatiana tem 46 anos e está com índice de massa corporal acima de 30, o que caracteriza a obesidade. Ela chegou a ter um princípio de infarto.
“Minha pressão estava quase 24. Foi quando eu acordei para a vida”, conta.
Ela iniciou tratamento pelo SUS, mas depois buscou ajuda de um nutrólogo particular. Com acompanhamento médico, reorganização alimentar e uso de medicamentos — como as chamadas “canetinhas” emagrecedoras — ela começou a ver resultados.
Em 60 dias, perdeu quase 6 quilos e reduziu medidas importantes.
“Essa gordura abdominal é a mais perigosa, aumenta o risco cardiovascular”, explica o nutrólogo Dr. Athos.
A força do ambiente e do comportamento
A obesidade é influenciada por três fatores principais: comportamento, genética e ambiente. O Dr. Alfio, nutrólogo de Tatiana, compartilha sua própria experiência com os pacientes.
“Eu já pesei 140 quilos. Precisei me conhecer e mudar o ambiente ao meu redor”, diz.
Tatiana também mudou. Passou a planejar as refeições e a se movimentar mais.
“Se você deixa pra escolher o que comer no meio do dia, vai acabar pegando um salgadinho. Ele tem gordura, sal e açúcar — tudo que estimula o sistema de recompensa do cérebro”, alerta o médico.
Efeito sanfona: por que o corpo resiste ao emagrecimento?
Reprodução/TV Globo
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