Nos Estados Unidos, país em que Leão XIV nasceu, diminui a parcela de católicos


A maior parte dos americanos é protestante. Apenas 20% são católicos – 4 pontos percentuais a menos do que na pesquisa anterior, de 2007. Participação dos católicos na população dos EUA hoje é de 20%; era de 24% em 2007
No país em que Papa Leão XIV nasceu, a parcela de católicos diminuiu nas últimas décadas. E a perda só não foi maior por causa dos imigrantes latino-americanos.
O anúncio da eleição do novo papa parou diversos países católicos no mundo inteiro. Mas no país em que Leão XIV nasceu, as comemorações não envolveram a maioria da população. A maior parte dos americanos é protestante. Apenas 20% são católicos – 4 pontos percentuais a menos do que na pesquisa anterior, de 2007.
Os Estados Unidos têm a quarta maior população de católicos do mundo, com 53 milhões de fiéis: 43% vêm de famílias parecidas com a do papa – são imigrantes ou filhos de imigrantes. No caso de Robert Prevost, de origem espanhola, francesa e africana, com raízes no estado da Louisiana, uma ex-colônia da França. O teólogo Raúl Zegarra, da Universidade de Harvard, diz:
“O papa vem de uma família de imigrantes e se tornou um imigrante, o que traz uma sensibilidade especial a essa experiência em um momento de grande tensão sobre imigração, principalmente aqui nos Estados Unidos”.
Nos Estados Unidos, país em que Leão XIV nasceu, diminui a parcela de católicos
Jornal Nacional/ Reprodução
Os latinos são o grupo de católicos que mais cresce nos Estados Unidos. Eram 29% em 2007. Hoje, correspondem a 36% dos fiéis, atrás apenas dos brancos, que já foram 64% e hoje representam 54%.
Em entrevista no Vaticano, cardeais americanos que participaram do conclave falaram do Papa Leão XIV. O cardeal Daniel DiNardo disse que a experiência missionária no Peru fez do papa um cidadão do mundo. O arcebispo de Nova York, o conservador Timothy Dolan, lembrou que, em latim, pontífice significa aquele que constrói pontes:
“O novo papa vai construir pontes até o presidente Donald Trump e com líderes de todos os países”, diz.
O cardeal Wilton Gregory revelou que o foco dos cardeais foi eleger um nome capaz de unir católicos de todo o mundo. É uma escolha que não surpreendeu Zegarra, mesmo sendo de um país que nunca teve um papa antes:
“Não é qualquer americano, ele tem dupla nacionalidade, escolheu ser peruano, o que contraria o nacionalismo dos Estados Unidos. Então, não é o primeiro papa norte-americano e, sim, o segundo papa das Américas, um continente de muita pluralidade”, afirma.
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