O que é a lesão de LCA, que ‘atormenta’ os jogadores de futebol

Neymar teve temporada comprometida por conta de lesão de LCA (Ligamento Cruzado Anterior)

Neymar teve temporada comprometida por conta de lesão de LCA (Ligamento Cruzado Anterior) – Foto: Reprodução/ND

Recorrente no cenário do futebol mundial, você já deve ter ouvido falar de algum jogador que esteve no departamento médico por conta de uma “LCA”,  a lesão do ligamento cruzado anterior.

A contusão é a mais frequente em termos de necessidade de intervenção cirúrgica, de acordo com o chefe do departamento médico do Avaí e doutor em ciências médicas, Luis Fernando Funchal.

Neymar, Ronaldo Fenômeno e Zico são alguns dos grandes astros da modalidade que já tiveram a carreira profissional e o desempenho em campo comprometidos por essa lesão.

Mas afinal, o que é a lesão de LCA?

Em uma partida contra o Bangu, na década de 80, Zico teve uma grave lesão de LCA – Foto: Reprodução/Flamengo/ND

De forma objetiva, a LCA diz respeito a ruptura ou estiramento do ligamento cruzado anterior. Na anatomia do joelho, uma pessoa possui quatro grandes ligamentos: dois ligamentos colaterais e os dois cruzados.

Nos cruzados, há o anterior e o posterior. De acordo com Funchal, o cruzado anterior, referente à LCA, ele é um ligamento muito mais encontrado nas lesões esportivas.

“O [ligamento] cruzado, ele é uma estrutura de conexão. Quando você perde o cruzado, você perde esse estabilizador anterior e o joelho tem uma tendência a fazer um movimento de deslocamento”, explica o médico.

Como é feito o diagnóstico e tratamento da lesão

Pedro do Flamengo de muletas durante processo de recuperação da LCA – Foto: Reprodução/CBF/ND

Para se identificar a lesão de LCA no atleta, inicialmente, é preciso realizar um exame de imagem e uma ressonância magnética e avaliar qual o tipo de procedimentos a qual esse paciente vai ser submetido.

Para o tratamento, em determinados casos é recomendado a intervenção cirúrgica e a reabilitação com fisioterapia.

“A lesão do cruzado anterior, ela só não tem indicação de cirurgia quando o paciente não cursa com instabilidade, o que é muito raro em indivíduos jovens, e mais comum em indivíduos mais velhos, mas normalmente, mesmo indivíduos mais velhos, às vezes, é necessário”, lembrou.

Já sobre o tempo de recuperação do paciente, Funchal explica que não há um período exato, mas reforça que quanto mais precoce é a intervenção cirúrgica, mais rápido pode ser o tratamento.

“isso é uma coisa variável, porque é um tempo biológico. Vou dar um exemplo da atualidade, o [tratamento do] Neymar demorou um ano, o Pedro demorou sete meses. A média atual é nove meses”, explica.

“Se você conseguir atingir algumas métricas, como amplitude de movimento, capacidade e envelope de função, confiança até do aspecto emocional e imagens que comprove a cicatrização do ligamento, você pode retornar com um tempo mais curto”, afirmou Funchal.

Veja os riscos da lesão de LCA

Paciente durante fisioterapia de LCA – Foto: Pexels/ND

A lesão, caso não tratada, ainda pode ser causadora de outros problemas gerados ao longo do tempo.

“Estatisticamente, a cada mês que passa que o indivíduo que teve uma lesão de cruzado anterior, ele incrementa em 1% a chance de uma lesão em outra estrutura. No caso, a outra estrutura, se refere ao menisco ou a cartilagem”, explicou Funchal.

O médico ainda revelou alguns dados ligados às chances de adquirir uma nova lesão causadas pela falta do tratamento adequado da LCA.

“Ao final de 12 meses, essa probabilidade de lesão ela vai se somando uma a outra, de forma logarítmica, então, ao final de de 12 meses você tem a chance de aproximadamente 15% a 18%. Ao final de cinco anos, você tem 100% de chance de ter lesão de outras estruturas”, afirmou.

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