“Defendeu, como poucos, a democracia”: Lula se despede de Mujica

A notícia da morte do ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, foi recebida com comoção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas redes sociais, ele descreveu a perda como um momento de “tristeza, mas também de muitos aprendizados”.

O ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, de 89 anos, faleceu vítima de um câncer terminal no esôfago.

Segundo o presidente brasileiro, “a coragem e a força podem vir acompanhadas da humildade e do desapego”, reforçando que as palavras de Mujica sobre fraternidade e igualdade seguirão guiando movimentos sociais e políticos em busca de uma sociedade mais justa.

“Luta política e a doçura podem andar juntas”, ainda complementou, sobre a personalidade do líder uruguaio.

O brasileiro ainda destacou à ação de Mujica enfrentando a ditadura uruguaia. “Defendeu, como poucos, a democracia”, disse no texto.

Lula destacou que o uruguaio “ultrapassou as fronteiras” de seu país. “A sabedoria de suas palavras formou um verdadeiro canto de unidade e fraternidade para a América Latina”, escreve o governante.

O líder brasileiro também enviou condolências à viúva, Lucía Topolsky, e a familiares, desejando que “o amor que Mujica sempre distribuiu ao povo seja agora recebido de volta”.

Batalha contra a doença

Em abril de 2024, Mujica havia revelado publicamente um tumor no esôfago, classificando seu quadro como “duplamente complexo” devido a uma doença imunológica que enfrentava há mais de 20 anos.

“Minha saúde está muito comprometida”, disse na ocasião.

Desde então, mantinha tratamento, mas seu estado de saúde se agravou nos últimos meses.

Ex-guerrilheiro que resistiu à ditadura uruguaia (1973-1985), Mujica tornou-se um símbolo de resistência democrática e humildade política.

Durante seu mandato, doou 90% do salário para projetos sociais e promoveu reformas em direitos humanos.