Fotógrafo acusado de estupro de mulher em condomínio fechado em Juiz de Fora tem pedido de prisão revogado


Com a decisão do Tribunal de Justiça, ele não é mais considerado foragido. O inquérito, que já havia sido concluído, também deverá retornar à Polícia Civil para finalização de laudos periciais referentes à análise de telefones celulares, imagens e material genético. No dia 14 de abril, a Polícia Civil informou que prendeu seguranças envolvidos no caso e que o fotógrafo passou a ser considerado foragido
TV Integração
A Justiça revogou o pedido de prisão do fotógrafo de 24 anos, suspeito de estuprar uma mulher de 31 anos dentro da casa dela, em um condomínio fechado no Bairro Cruzeiro de Santo Antônio, na Cidade Alta de Juiz de Fora.
🔔 Receba no WhatsApp notícias da Zona da Mata e região
No início da tarde, a Polícia Civil confirmou a revogação, não o considerando mais foragido. “Com a recente decisão do Poder Judiciário, a prisão de um dos investigados foi revogada, motivo pelo qual ele não é mais considerado foragido pelas forças policiais”.
O inquérito, que havia sido finalizado na sexta-feira (9), retornou à Polícia Civil para a finalização de laudos periciais referentes à análise de telefones celulares, imagens e material genético.
“A PCMG reafirma seu compromisso com a apuração rigorosa dos fatos e informa que a conclusão dos laudos periciais será conduzida com critério técnico e celeridade, a fim de subsidiar o regular prosseguimento do processo junto ao Poder Judiciário”, informou a assessoria da PC.
O caso tramita em segredo de Justiça.
Advogado aponta inconsistências no depoimento
Na manhã desta quarta-feira (14), Thiago Rodrigues, um dos advogados do suspeito, informou que a anulação do pedido de prisão ocorreu pelo fato de a Justiça “ter encontrado inconsistências no depoimento, aliado ao fato dele ter juntado os vídeos da relação sexual e ter contribuído com o processo, além de ter ido à delegacia, cedido seu material genético e dado espontaneamente o seu celular para perícia”.
Sobre a acusação de estupro, a defesa do rapaz disse que o vídeo da relação sexual demonstra que o ato aconteceu com o consentimento da vítima e que vídeos do circuito interno do evento onde os envolvidos estavam antes do crime “desmentem a versão da vítima e a versão das amigas dela, que figuram como testemunha nesse processo”.
“Todas elas afirmaram que ele não ficou com a vítima dentro do evento, mas eles ficaram sim. Eles ficaram cerca de duas horas beijando, dançando, se abraçando, como um casal normal. Em dado momento, essa relação se estende a uma amiga da vítima. Ele fica com a vítima e com a amiga dela ao mesmo tempo”, afirmou o advogado.
Além do estupro, o fotógrafo foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de produção de cena de sexo explícito ou pornografia de vulneráveis, mas a defesa também contesta a investigação.
“A delegada entendeu que ele não poderia ter feito a gravação, mas o juiz ainda não analisou isso. Até porque ele só analisou o pedido de revogação temporária e não decretou a prisão preventiva”, afirmou o advogado Thiago Rodrigues.
Outros três vigilantes, suspeitos de participação no crime, estão presos no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) e foram indiciados pelo crime de estupro de vulnerável, assim como o fotógrafo.
Na manhã desta quarta, o Tribunal de Justiça informou que a prisão deles foi convertida de temporária para preventiva, ou seja, sem prazo definido para soltura. A reportagem não conseguiu contato dos advogados deles.
A reportagem tentou contato com a defesa da vítima, que ainda não se manifestou.
O crime
Conforme o BO, registrado no dia 7 de março, a mulher disse que estava em um restaurante no Bairro Cascatinha, acompanhada de duas amigas. As três consumiram bebida alcoólica e informaram que não tinham condições de dirigir para voltar para casa.
O fotógrafo estaria no mesmo evento em que a mulher estava e, percebendo que ela estaria alcoolizada e que não poderia dirigir, ofereceu ajuda para levá-la em casa. Após deixá-la e ir embora, voltou ao condomínio e entrou no imóvel com a ajuda de vigilantes, pulando o muro.
Aos militares, a mulher disse que um dos homens entrou no quarto e a estuprou. Ela disse que não conseguiu reagir porque estava muito alcoolizada. No dia seguinte, ao ver as imagens das câmeras, reconheceu os suspeitos e procurou atendimento médico. Um exame realizado no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) confirmou que ela teve relações sexuais.
Ela, então, foi até a Polícia Militar registrar o boletim de ocorrência contra os suspeitos.
LEIA TAMBÉM:
Segurança suspeito de estupro em condomínio fechado em Juiz de Fora tem prisão temporária revogada
Quatro seguranças são presos, e fotógrafo é considerado foragido por suspeita de estupro em condomínio fechado em Juiz de Fora
Fotógrafo suspeito de estupro coletivo contra moradora de condomínio fechado em Juiz de Fora se apresenta à polícia
Mulher denuncia estupro dentro de casa em condomínio fechado de Juiz de Fora
Segundo os advogados Antônio Carlos de Oliveira Filho e Marcelo Rodrigues Furtado de Mendonça, que representam a vítima, o indiciamento é resultado de uma investigação respaldada por provas técnicas e testemunhais, “que demonstram a vulnerabilidade da vítima e a violência do ato praticado”.
“A representação pela prisão preventiva, por sua vez, é um passo fundamental para garantir a proteção da vítima, da sociedade e a preservação da ordem pública”, cita a nota.
Quatro são presos suspeitos de estupro em Juiz de Fora; fotógrafo está foragido
📲 Siga o g1 Zona da Mata: Instagram, X e Facebook
VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes
Bookmark the permalink.