VÍDEO: Bate-boca em fast food de Joinville viraliza e gera debate sobre pressão no trabalho

Uma discussão acalorada entre uma cliente e uma funcionária de uma rede de fast food em Joinville ganhou repercussão na internet. O episódio ocorreu no domingo (25) e foi relatado por Jéssica Anselmo, que afirmou ter presenciado uma situação de humilhação pública e decidiu intervir.

Fast food em Joinville

Discussão entre a funcionária e uma cliente foi registrada nesse domingo (25) após acusação de humilhação pública – Foto: Internet/Reprodução/ND

Em um vídeo que viralizou na internet, as duas aparecem trocando ofensas. Jéssica acusa a colaboradora de ter humilhado um colega de trabalho, enquanto a funcionária, visivelmente irritada, questiona: “Você trabalha aqui?” e, em seguida, pede que Jéssica deixe o local.

Cliente se revolta com tratamento hostil em rede de fast food


Confusão foi flagrada por clientes no local – Vídeo: Internet/Reprodução/ND

“Eu agi por impulso, na hora da raiva, porque não gostei do que vi. Não reclamei pela demora do lanche, mas sim pela forma como ela tratou o rapaz. Foi desumano”, afirmou Jéssica em entrevista ao ND Mais.

Segundo ela, enquanto aguardava seu pedido no balcão, percebeu que a funcionária destratava um colega de trabalho pela demora no preparo do lanche. “Ela gritava alto com o menino, que só abaixava a cabeça e tentava ajudar da melhor forma possível”.

A situação afetou emocionalmente o jovem, que chegou a chorar e encerrar o expediente antes do previsto. “Ele foi humilhado, mexeu com o psicológico dele. Eu o abracei e disse para ele pegar suas coisas e ir para casa, porque não valia a pena ser humilhado daquela forma. Outros clientes também o aconselharam a ir embora”, relatou Jéssica.

“Como mãe, isso me doeu”

Ela também mencionou que, a princípio, não se importou com a demora do lanche, pois suas filhas estavam brincando, mas a situação mudou quando viu o tratamento dado ao jovem funcionário. “Como mãe, isso me doeu. Não sei se era o primeiro emprego dele, mas foi muito difícil assistir”, comentou Jéssica, acrescentando que não pretende voltar ao estabelecimento.

A funcionária envolvida na discussão também foi ouvida pela reportagem. Preferindo não se expor, ela negou ter humilhado o jovem e afirmou que apenas o cobrou pelos atrasos no lanche em um tom grosseiro.

Conforme apurado pela reportagem, o jovem continua trabalhando no local. Ele chegou a receber apoio de uma advogada, mas, no momento, preferiu não ingressar com uma ação judicial.

Ambiente de trabalho tóxico

O caso gerou revolta para quem acompanhou e alimentou um debate na internet sobre ambientes de trabalho com alta pressão, que frequentemente comprometem a saúde mental e física dos funcionários, criando situações de hostilidade, por exemplo.

“O que me impressiona é não se tratar de um caso isolado. Analisando o número de ações indenizatórias por conta de situações similares, percebe-se que a política dessa empresa há tempos já deveria ter repaginado a sua cultural organizacional, promovendo um ambiente de mais cooperação”, comentou a advogada Michelle Felippetto, que ofereceu ajuda ao funcionário.

Como agir diante de um caso de assédio moral?

Diante desses casos, a advogada orienta a colher provas, como áudios e imagens. “Exija respeito ao colega e faça uma denúncia formal ao RH ou através do canal de denúncia. Não surtindo efeito, procure o Ministério Público do Trabalho e o sindicato da categoria”, explicou. Além disso, Michelle recomenda o registro de um boletim de ocorrência. “Se possível já apresente provas e testemunhas”.

Caso não haja mais interesse em permanecer trabalhando na empresa, a advogada recomenda acionar a justiça, em busca de rescisão contratual e direito a indenização moral. “Quando o assédio for a ponto de gerar sequelas como depressão, ansiedade, pode ainda ser exigido da empresa o pagamento do tratamento terapêutico e medicamentos se for o caso”, complementou.

O Burger King foi procurado pelo ND Mais, mas não se pronunciou oficialmente sobre o caso até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para manifestações.

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