O ‘rolo’ do INSS

INSSFabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O escândalo do INSS, cujo tamanho em cifras é até agora desconhecido — há quem fake em R$ 6Bi e outros em R$ 60bi — parecia estar bem equacionado pelo governo que apressou-se em anunciar que os valores todos seriam restituídos aos seus titulares o quanto antes.

Esses titulares são, em sua grande maioria, idosos e pobres. Mais ainda: muitos residem em locais distantes, alguns em situação de quase desamparo total. Assim, agir rápida e eficientemente, como o governo ao menos tentou fazer, de fato pareceu um movimento adequado.

Mas, eis que surge Miriam Leitão, recentemente tornada “imortal”, integrante da Academia Brasileira de Letras, e tenta defender uma tese segundo a qual a fraude operada nos benefícios dos velhinhos do INSS no fim das contas foi boa, pois o dinheiro que antes era descontado dos aposentados agora ficará disponível para ser gasto no mercado.

Talvez do ponto de vista puramente econômico, técnico, faça algum sentido afirmar isso. Do ponto de vista de marketing, de imagem e do universo da política, contudo, por certo não é algo bom de se defender. A mensagem transmitida é de pouco caso com a desdita dos aposentados, especialmente dos mais velhos.

Já entramos no modo “2026” ou eleição presidencial. A campanha foi sem dúvida antecipada. Isso significa que qualquer fato, ato ou acontecimento servirá de munição para direita ou esquerda explorarem uma em face da outra.

Tudo se transforma em motivo para um discurso político-ideologico inflamado, que pode até — eventualmente — não ter muito fundamento lógico, porém certamente movimenta e mantêm “acesas” as respectivas militâncias.

Quanto ao escândalo em si, as aparentes boas intenções governamentais ainda não se concretizaram. Os valores não foram, ainda, devolvidos ou reembolsados aos seus titulares. No entanto, isso deve ocorrer em algum momento, caso contrário se tornará uma espécie de ferida aberta para o governo e um tema de discurso permanente para a oposição.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG

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