Michel Teló apela e traz Cássia Eller, Raul Seixas, Vitor Kley e até ‘Anna Julia’ para genérico bailão ‘sertanejinho’


Michel Teló na gravação do álbum audiovisual ‘Sertanejinho do Teló’ em show apresentado em Campo Grande (MS)
Wirso / Divulgação
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Sertanejinho do Teló
Artista: Michel Teló
Cotação: ★ ★
♬ Senhor da música, o ritmo pode levar uma composição para qualquer lugar ou universo. Tudo pode virar pagode. Ou reggae. Ou forró. São comuns os discos em que um determinado cantor ou grupo traz sucessos alheios para determinado gênero musical.
Em Sertanejinho do Teló, álbum audiovisual que teve o primeiro volume lançado na noite de ontem, 15 de maio, o cantor Michel Teló apela e cria um bailão sertanejo – ou “sertanejinho”, como caracteriza o artista – em que canta sucessos com o batida do gênero que lhe deu fama nos anos 2010.
Com arranjos que enfatizam o toque da sanfona, Teló faz espécie de aquarela brasileira em tons sertanejos em que um sucesso do trio Os Paralamas do Sucesso, Meu erro (Herbert Vianna. 1984), é unido com canção de Vitor Kley, O sol (2016), em medley sem liga.
Nada dá liga e vale tudo em nome da diversão! Assim um hino de Raul Seixas (1945 – 1989) como Metamorfose ambulante (1973) é alocado ao lado de Anna Julia (Marcelo Camelo, 1999), primeiro sucesso da banda Los Hermanos. Cadê o conceito? Inexiste, mas quem se importa se, na pista do bailão de Teló, Malandragem (Roberto Frejat e Cazuza, 1994), hit de Cássia Eller (1962 – 2001) perde todas as intenções originais em medley com Caso marcado (Cristian Weber e Markito, 2005), música do repertório da dupla César Menotti & Fabiano?.
“Isso ficou bom, hein, senhores”, comenta Teló ao fim do número. Não, não ficou. Mas quem se importa? O álbum gravado em show apresentado pelo cantor em Campo Grande (MS), para plateia de convidados, foi feito para propagar um clima de festa.
Entreter é a única coisa que importa no bailão Sertanejinho do Teló. E, para quem quer diversão, não faz diferença se as sofrências embutidas em O grande amor da minha vida (Convite de casamento) (Nino e Jefferson Farias, 1998) e Você virou saudade (Pinochio, 1999), sucessos da dupla Gian & Giovani e do grupo Só pra Contrariar, respectivamente, se dissolvem no ambiente de festa do Sertanejinho do Teló. Pois é para fazer a vida parecer uma festa que existem discos genéricos assim.
Capa do álbum ‘Sertanejinho do Teló v. 01’
Wirso
Bookmark the permalink.