Ministra Gleisi Hoffmann diz que CPI sobre fraudes do INSS pode comprometer investigação policial


A formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito integrada por deputados e por senadores tem ganhado apoio em Brasília, inclusive entre parlamentares governistas. Ministra Gleisi Hoffmann diz que CPI sobre fraudes do INSS pode comprometer investigação policial
Reprodução/TV Globo
A formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito integrada por deputados e por senadores tem ganhado apoio em Brasília, inclusive entre parlamentares governistas. Em meio a esse clima político, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, usou uma rede social para atacar essa possibilidade.
Gleisi Hoffmann escreveu: “Uma CPMI pode comprometer o sucesso da investigação policial, que deve permanecer protegida de interferências externas e do vazamento de informações” e “também pode atrasar o ressarcimento das vítimas, já que a duração da CPMI está prevista para seis meses, impactando nas medidas já em curso”. Gleisi publicou o texto logo depois de uma reunião com o presidente Lula e outros ministros para discutir a crise no INSS.
Decisões do Congresso dificultaram fiscalização dos descontos não-autorizados de benefícios do INSS
No Congresso, a oposição conseguiu mais que o número mínimo de assinaturas e apresentou o pedido. Teve apoio de aliados do governo. A instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito depende de leitura em sessão do Congresso. A próxima está prevista para o fim de maio. O senador do PT, Fabiano Contarato, assinou a lista. Na quinta-feira (15), na audiência com o ministro da Previdência, o líder do partido, Rogério Carvalho, defendeu a criação da CPI.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, disse que o governo teme uma CPI:
“A verdade é que o governo está com medo da CPI desvendar quem de verdade ficou com o dinheiro roubado dos aposentados. O grande X da questão é sabermos quem são esses sindicatos, onde está esse dinheiro para devolver a essas pessoas”.
Até agora, 1,345 milhão aposentados entraram no aplicativo Meu INSS e contestaram os descontos feitos por associações e sindicatos.
Para responder se autorizou os descontos, é preciso abrir o Meu INSS no aplicativo de celular ou no site do instituto. Clique em “consultar descontos de entidades associativas”. O sistema vai informar quais associações fizeram descontos. É só marcar se os débitos foram ou não autorizados. Também é possível contestar pelo telefone 135.
A aposentada Cleude Maria de Oliveira notou em 2024 mais de R$ 1 mil em descontos não autorizados no benefício. Tentou cancelar, mas não conseguiu:
“Se eu fui atrás em 2024, era para ter me dado satisfação. Porque, na verdade, eu estou sendo roubada. E isso não é de responsabilidade minha nem de ninguém. É do INSS”.
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