Conheça o ‘Amazônia 1B’, novo satélite brasileiro que o Inpe planeja lançar em 2027


Projeto ocorre quatro anos depois de primeiro satélite completamente brasileiro ser lançado ao espaço. Equipamentos são aliados no combate a queimadas; entenda. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) trabalha no desenvolvimento do novo satélite brasileiro chamado de “Amazônia 1B”. A previsão é de que ele seja lançado nos primeiros meses de 2027.
A expectativa foi divulgada pelo órgão à EPTV, afiliada da TV Globo, quatro anos depois de o Amazônia 1, primeiro satélite completamente brasileiro, ser lançado ao espaço.
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O novo satélite é desenvolvido na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP). Lá, existe uma sala de vácuo absoluto, ou seja, com ausência total de matéria.
Também há uma câmara de reverberação acústica, onde os equipamentos são expostos a ruídos extremos, para simular o que podem vivenciar no espaço.
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) trabalha no desenvolvimento do novo satélite brasileiro chamado de ‘Amazônia 1B’
Reprodução/EPTV
O projeto do novo satélite é desenvolvido a partir de dois módulos:
O primeiro é como se fosse um kit de sobrevivência do satélite, com tudo que ele precisa para continuar em órbita;
já o segundo é o modo de utilidade, com uma câmera desenvolvida em São Carlos (SP) e um refletor de sinais de navegação.
Adenilson Roberto da Silva, coordenador geral de Tecnologia e Ciências Espaciais do Inpe, explica que esse refletor permitirá ao satélite fazer medições climáticas, por exemplo.
“Ele serve para se medir umidade do ar, umidade do solo, verificar regiões alagadas, verificar degelo. Com isso, a gente consegue fazer monitoramento de uso da água, de como pode estar a previsão climática, sem precisar ir ao local, porque esse satélite, a cada dez dias, consegue repetir o mesmo ponto em qualquer lugar”, disse.
Coordenador do Centro de Controle de Satélites do Inpe, Maurício Ferreira destacou a importância dos satélites.
“Os satélites são importantes porque é uma forma de a gente acompanhar a vida na Terra do espaço. Como a conjunção de parâmetros que mostram, por exemplo, desmatamento, clima. Se você não tiver um olhar de cima, você não consegue acompanhar.”
Novo satélite é desenvolvido na sede do Inpe em São José dos Campos, SP
Reprodução/EPTV
Esta reportagem integra a série “Do Fogo ao Verde”, da EPTV, afiliada da TV Globo, que trata das mudanças climáticas, dos efeitos das queimadas que vivemos com mais intensidade nos últimos anos e das medidas que podemos adotar para reverter o cenário.
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Monitoramento das queimadas
Uma das atribuições desses satélites brasileiros é monitorar a incidência e indicar dados sobre queimadas por todo o país.
Com disso, existem salas de controle que fazem o monitoramento dos alertas emitidos por esses satélites 24 horas por dia, sete dias por semana.
O engenheiro de biossistemas Igor Augusto Sávio trabalha em um desses centros e simula a chegada de um alerta de foco de incêndio.
“Chegou para a gente, no nosso sistema, um alerta de um possível foco. Esse alerta nos traz alguns dados sobre a localidade, sobre a distância em que esse foco de incêndio pode se encontrar do nosso canavial ou não. Através desse dado, a gente entra em contato com a brigada de incêndio do campo”, cita.
Já Jean Quaresma, coordenador de agrometeorologia, pontua que entre os dados fornecidos pelos satélite está a direção do vento, o que também é um fator importante para auxiliar na atuação dos brigadistas.
“Em função da direção desse vento, para onde ele está apontando, a gente consegue entender qual é o caminho que esse incêndio, possivelmente, pode atingir.”
Segundo pesquisadores, em 95% dos casos, os incêndios são causados por ações humanas
Reprodução/EPTV
Linha de frente
O tempo entre a detecção do fogo no sistema e a chegada das equipes de brigadistas ao local do incêndio dura, em média, de cinco a sete minutos.
No interior de São Paulo, um grupo de 2,3 mil brigadistas, de 29 usinas diferentes, atuam para prevenir e combater o fogo. Para isso, contam com equipamentos como bomba e canhão d’água, além de pulverizadores.
“É importante chegar rápido, conseguindo salvar vida, salvar o meio ambiente e conseguir controlar o fogo rápido”, destaca Alefe Isaías da Silva, fiscal de brigada.
De acordo com pesquisadores, em 95% dos casos, os incêndios são causados por ações humanas. O dado corrobora o pensamento de que o fogo é evitável e que quem o ateia precisa ser punido.
“A gente vai onde as pessoas estão saindo. Essa ideia de que o bombeiro corre para cima do perigo, isso que deve trazer essa imagem de heroísmo para a gente. Aquela pessoa que põe o fogo proposital, no mínimo, está cometendo um crime”, complementa Sandro Pisaneschi, tenente do Corpo de Bombeiros.
Grupo de 2,3 mil brigadistas, de 29 usinas diferentes, atuam para prevenir e combater o fogo, no interior de SP
Reprodução/EPTV
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