É #FAKE que airfryer libera substâncias tóxicas e metais pesados


Professor da USP desmente vídeo viral no qual mulher alega que uso do equipamento é tóxico. É #FAKE airfryers liberam substâncias tóxicas e metais pesados durante o uso
Reprodução
Circula nas redes sociais um vídeo de uma mulher alegando que usar airfryer para preparar alimentos é prejudicial à saúde. É #FAKE.

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🛑 O que diz a mensagem viral?
Sugerido por leitores do Fato ou Fake por meio de nosso WhatsApp [+55 (21) 97305-9827], o vídeo foi publicado no TikTok em 16 de março de 2025 acumula mais de 25 mil compartilhamentos. Uma legenda que aparece nos momentos iniciais diz: “A armadilha da airfryer! O que ninguém de te conta!”.
Na gravação, uma mulher diz: “Você é daquelas pessoas que cozinham com airfryer? Se você ainda não sabe o que elas provocam, não sai daí e assiste a esse vídeo até o final. Você está se envenenando a cada dia e não sabe. Primeiro, que elas liberam vapores tóxicos durante o cozimento”.
Ela continua:”Outro problema é o revestimento antiaderente, que acaba se decompondo em altas temperaturas e ainda libera partículas nocivas no ar. Quando você coloca na airfryer uma batata, que é um carboidrato, em altas temperaturas, esse carboidrato, ele glica, ou seja, ele vira como se fosse um caramelo, aumentando sua glicose, consequentemente dando picos de insulina”.
E finaliza: “Também tem o problema dos fios da airfryer. Esses fios no aquecimento, eles liberam no próprio alimento um metal pesado chamado antimônio e ainda por cima, além do antimônio, pode liberar alumínio. Então, gente, larga de preguiça. Cozinhe no bom e velho fogão a gás, pode usar o fogão elétrico também, mas não usa airfryer não, tá? Compartilhe esse vídeo”.
▶️ Como foi feita a checagem?
O Fato ou Fake mostrou o vídeo para o professor Jorge A. W. Gut, do FoRC – Centro de Pesquisa em Alimentos da Universidade de São Paulo (USP). Ele explicou que:
A alegação sobre a contaminação por antimônio é falsa. Trata-se de uma substância usada como retardante de chamas em plásticos pretos de equipamentos elétricos e eletrônicos. Esse componente está no cabo elétrico da airfryer, mas ele não tem contato com o alimento, tornando impossível a ocorrência de contaminação. Dentro da airfryer, a comida fica em contato apenas com um metal coberto por revestimento antiaderente.
O revestimento antiaderente é seguro, se for usado de maneira adequada. O tipo mais comum é o PTFE, um plástico comercialmente conhecido como Teflon. Ele pode ficar arranhado por causa do atrito com utensílios de metal ou esponjas abrasivas (aquelas verdes), causando liberação de microplásticos e nanoplásticos – e eles podem acabar sendo ingeridos. É comum vermos pessoas cozinhando em panelas antiaderentes usando talheres de metal para mexer, e isso risca o antiaderente. No caso da airfryer, como ela fica fechada durante o preparo, não há esse risco – mas a lavagem após o uso deve ser feita sem arranhar a camada de antiaderente.
A decomposição do antiaderente PTFE e a liberação de gases tóxicos ocorre apenas a temperaturas acima de 260 °C. Como em uma airfryer a temperatura máxima é de 200 °C, não há risco de liberação de gases tóxicos. Essa é uma alegação falsa, mas fica um alerta para quem esquece panela ou frigideira no fogo, pois pode ocorrer essa decomposição.
Sobre a liberação de alumínio, não entende-se de onde ele viria, mas já se sabe que é seguro cozinhar em panelas de alumínio.
Também consultado, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) esclareceu que airfryer é um produto regulamentado pelo órgão e está contemplado pela portaria n° 148, de 28 de março de 2022, que estabelece critérios e procedimentos de avaliação da conformidade para aparelhos eletrodomésticos e similares, com foco na segurança.
“Esse processo inclui ensaios laboratoriais que verificam o atendimento aos requisitos técnicos de segurança elétrica, com base em normas internacionais, como IEC 60335-1 e IEC 60335-2-9. Os testes asseguram que os produtos não apresentem riscos de choque elétrico, superaquecimento ou outros perigos relacionados ao uso doméstico”, diz o e-mail enviado pelo Inmetro ao Fato ou Fake.
Quanto à certificação, se uma airfryer não estiver em conformidade com os requisitos estabelecidos na portaria n° 148/2022, ela não receberá o selo de conformidade e não poderá ser comercializada legalmente no Brasil. O consumidor que identificar um produto sem o selo de certificação pode realizar uma denúncia por meio da Ouvidoria do Inmetro, pelo telefone 0800 285 1818 ou pelo site https://www.gov.br/inmetro/pt-br/canais_atendimento/ouvidoria.
É #FAKE airfryers liberam substâncias tóxicas e metais pesados durante o uso
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