Comerciante é espancada por vizinho de barraca na praia de Boa Viagem; VÍDEO


Elizângela Marques teve braço quebrado e vários ferimentos causados por José Paulo Souza Calábrio. Após imagens circularem na internet, outras mulheres revelaram que também foram espancadas por ele. Comerciante Elizângela Marques teve braço quebrado durante agressão na praia de Boa Viagem
Um comerciante é investigado pela polícia por agredir mulhe na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Imagens enviadas à TV Globo mostram o homem, identificado como José Paulo de Souza Calábrio, de 36 anos, dando socos numa das vítimas (veja vídeo acima).
Ao menos três mulheres, incluindo uma idosa de 82 anos, denunciaram ter sido vítimas das agressões praticadas pelo comerciante que, desde 2019, tem a concessão da prefeitura para atender numa barraca nas imediações do Castelinho de Boa Viagem.
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Uma delas é a vendedora Elizângela Marques, que foi agredida no dia 9 de maio. A filha dela, que tem autismo, ficou desesperada e teve que ser acolhida pela tia. A comerciante teve o braço fraturado e ficou com hematomas no rosto e na boca.
“Estava trabalhando normal quando meu concorrente, que passou todo o dia bebendo, chegou por trás de mim, me puxou o cabelo e me jogou no chão. Subiu por cima de mim e começou a desferir socos, dizendo que agora eu ia ver, eu ia aprender. Quando tentei me proteger, ele acabou por quebrar meu braço, porque foram muitos socos. E todos na face”, contou.
Segundo a vítima, as agressões só pararam depois que um homem conseguiu apartar o agressor. Esse homem também teve a perna mordida pelo vendedor.
Outro vídeo feito por testemunhas mostra Paulo desacatando policiais militares. Ele foi preso em flagrante, mas liberado logo em seguida, depois que a mãe dele apresentou um laudo que atestaria que ele tem esquizofrenia.
Elizângela contou também que trabalha na praia há 39 anos e já prestou vários boletins de ocorrência contra Paulo, que frequentemente arruma brigas e já a ameaçou diversas vezes.
“Ele foi liberado sem nenhuma interferência nem nada. E isso me machuca muito porque não é normal que uma pessoa espanque outra assim, dessa forma, e fique impune”, afirmou a vítima.
Três dias depois das agressões, Elizângela contou que foi à prefeitura para buscar respostas sobre a concessão dada ao comerciante para trabalhar na praia.
“Eles me disseram que o cadastro constava no nome dele e eu tinha que ver minha situação com a polícia, não tinha nada a ver com eles […] Estou apavorada e não sei se tenho estrutura para voltar para ali, porque só de passar já traz todas as sensações de novo, o pânico… Pensei que ia morrer”, afirmou.
Outras vítimas
Mulher conta que homem deu murros no rosto da filha dela e a agrediu no Recife
Outras duas mulheres também foram agredidas pelo mesmo homem e procuraram Elizângela para relatar o que sofreram, em dezembro do ano passado. Elas conversaram com a TV Globo, mas pediram para não serem identificadas.
“Estava eu e minha mãe sentadas na porta da nossa casa e ele chegou no carro já falando coisa com minha mãe, dizendo assim, porque minha mãe não deu uma informação. Ele disse que minha mãe só ficava na porta falando da vida dos outros. Eu disse a ele que a gente tinha acabado de sentar e que a gente não tinha nada a ver com isso. Ele foi já dizendo altos palavrões, me deixando arrasada”, contou uma das mulheres.
Segundo a vítima, a filha dela, que estava dentro de casa, disse que ele estava errado xingando as duas mulheres; uma delas tem 82 anos.
“Ele deu dois murros na cara da minha filha. Foi nessa hora que me atraquei com ele e ele me batendo, me batendo, me batendo. Foi quando dois rapazes, que estavam na rua, foram para cima, separaram a confusão. E ele só não me quebrou porque os dois rapazes chegaram”, disse a vítima.
A idosa teve o braço cortado pelo agressor. As duas foram ao Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, para fazer exame de corpo de delito e prestaram boletim de ocorrência. Paulo foi preso e liberado em seguida.
Comerciante Elizângera Marques teve o braço quebrado por barraqueiro na praia de Boa Viagem, no Recife
Reprodução/TV Globo
O que dizem a polícia e a prefeitura
Procurada pela TV Globo, a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia de Boa Viagem e disse que outras informações sobre serão divulgadas “em momento oportuno”.
Já a prefeitura do Recife disse que repudia qualquer ato de violência praticado por permissionários ou contra eles. A gestão municipal afirmou que aguarda o resultado da investigação policial para tomar as medidas administrativas possíveis para este caso.
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