Líderes partidários se reúnem após pausa e retorno de Hugo Motta: o que esperar?

Hugo Motta – Foto: Câmara dos Deputados/YouTube/Reprodução

Líderes partidários na Câmara dos Deputados voltam a se reunir nesta terça-feira (20), após uma semana sem encontros formais.A expectativa gira em torno da retomada das articulações políticas com a presença do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que retorna ao Brasil após cumprir agenda em Nova York..

O Colégio de Líderes é uma instância estratégica no processo legislativo. Criado em 1989, o colegiado assessora o presidente da Câmara na definição das pautas prioritárias entre os milhares de projetos prontos para votação em plenário. Nele estão representados os líderes da Maioria, da Minoria, dos partidos, dos blocos parlamentares e do governo. Suas deliberações, sempre que possível, são tomadas por consenso. Caso não haja acordo, prevalece o critério da maioria absoluta.

A reunião desta terça-feira marca a reativação das negociações políticas em torno de temas polêmicos e projetos estratégicos. Um exemplo recente foi a discussão sobre a urgência da proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Apesar da pressão de centenas de parlamentares, Hugo Motta reforçou que a decisão caberia aos líderes, que optaram por não pautar a urgência naquele momento.

“Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho. São os líderes que definem as propostas que serão votadas”, afirmou Motta, ao destacar o papel do colegiado.

Plenário Ulysses Guimarães – Foto: Marina Ramos/Senado Federal/Diculgação/ND

Para o cientista político Jorge Mizael, da consultoria Metapolítica, o Colégio de Líderes é uma das instâncias mais estratégicas do Legislativo. “É onde se negociam os consensos ou se explicitam os impasses que definem o que vai ou não avançar no plenário”, pontua.

Mesmo sem calendário fixo, os encontros costumam ocorrer semanalmente, seja no gabinete da Presidência ou na residência oficial. Nessas reuniões são definidos acordos políticos, votações prioritárias e sessões extraordinárias, moldando a agenda legislativa.

Com o retorno de Motta e a reativação das conversas entre os líderes, cresce a expectativa sobre os temas que poderão avançar nas próximas semanas. A reunião desta terça promete sinalizar os rumos da pauta da Câmara no curto prazo.

Líderes partidários devem buscar solução para pautas polêmicas

Mais uma vez, os líderes partidários deverão se debruçar sobre temas que estão na ordem do dia da política nacional, como a discussão sobre a anistia aos presos do 8 de janeiro, bandeira principal da oposição no Congresso, e a expectativa em torno de um texto que abrande as penas para manifestantes e puna os líderes e financiadores dos atos em Brasília.

Enquanto a oposição pede anistia ampla, geral e irrestrita para os presos, há setores que buscam uma proposta alternativa, a ser discutida entre Câmara, Senado e o próprio Supremo Tribunal Federal (STF). Na pauta também deverá entrar o debate sobre o escândalo que envolve o INSS, e fraude bilionária no Instituto revelada pela Operação Sem Desconto, da Polícia Federal.

Enquanto o governo busca meios de identificar e ressarcir aposentados, parlamentares querem aprofundar as investigações sobre os descontos indevidos feitos por entidades associativas, com a instalação de CPI para investigar o rombo no INSS. O presidente da Câmara, Hugo Motta, pautou para esta terça-feira a urgência de um projeto que impede estes descontos.