Trump x Harvard: governo diz que irá cortar mais US$ 60 milhões porque a universidade ‘falhou em combater o assédio antissemita’


Harvard é a universidade mais antiga dos EUA e se negou a atender exigências feitas pelo governo do presidente americano. Nas últimas duas semanas, mais de US$ 2,6 bilhões em financiamento federal já haviam sido cancelados. O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira (20), que vai retirar US$ 60 milhões — cerca de R$ 339 milhões de reais — da Universidade de Harvard porque a instituição “falhou em combater o assédio antissemita e a discriminação racial”.
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O anúncio foi feito pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos do país.
Na últimas duas semanas, o governo do Donald Trump já havia retirado mais de US$ 2,6 bilhões da universidade.
Harvard, a universidade mais antiga dos EUA, que fica em Cambridge, Massachusetts, vem enfrentando uma série de retaliações do governo após se negar a atender exigências feitas. A administração federal tem pressionado instituições a adotarem uma agenda política alinhada ao presidente.
A força-tarefa antissemitismo montada pelo governo citou o que descreveu como uma falha da universidade em confrontar o que chamou de “discriminação racial generalizada e assédio antissemita que assolam” o campus”.
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“Há um problema obscuro no campus de Harvard e, ao priorizar a conciliação em detrimento da responsabilização, os líderes institucionais perderam o direito da escola de receber apoio dos contribuintes”, disse a força-tarefa em uma declaração conjunta.
Procurada pela agência de notícias Reuters, a Harvard não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
No começo do mês, o presidente Donald Trump chegou a afirmar que iria tirar o status de isenção fiscal da universidade em um post na Truth Social.
“Vamos tirar o status de isenção fiscal de Harvard. É o que eles merecem!”, escreveu.
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Getty Images
Uma semana antes, Trump disse que Harvard representava uma ameaça à democracia dos EUA e acusou a universidade de ser antissemita. Universidades americanas foram palco de protestos contra a guerra em Gaza.
No dia 21 de abril, Harvard anunciou um processo contra o governo dos EUA para impedir o congelamento dos subsídios federais. Foi a primeira universidade a desafiar abertamente o governo.
O presidente da instituição, Alan Garber, afirmou que não cederia às pressões:
“Nenhum governo — independentemente do partido que estiver no poder — deve ditar o que universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir ou contratar, e quais áreas de estudo e pesquisa podem seguir”.
Em uma carta enviada a Harvard no início de abril, o governo de Donald Trump exigiu amplas reformas administrativas e de liderança na universidade, além de mudanças nas políticas de admissão. Outras instituições também foram alvo de exigências semelhantes.
Como outras grandes universidades, Harvard depende do financiamento federal para manter suas pesquisas científicas e médicas. Não está claro por quanto tempo a instituição conseguirá operar sem esses recursos.
Trump x Harvard
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