Prisão de Moraes foi discutida em ‘brainstorm’ com Bolsonaro, diz ex-chefe da FAB

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Prisão de Moraes foi discutida em ‘brainstorm’ com Bolsonaro – Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

O almirante Carlos de Almeida Baptista Júnior afirmou nesta quarta-feira (21) que a prisão do ministro Alexandre de Moraes foi cogitada no fim de 2022. Segundo ele, a ideia surgiu durante um brainstorm (um tipo de conversa para levantar possibilidades) sobre como impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manter Bolsonaro no poder.

O ex-chefe da Aeronáutica falou ao STF (Supremo Tribunal Federal) como testemunha no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado.

 

Ex-comandante da Aeronáutica diz que prisão de Moraes foi cogitada com Bolsonaro

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, perguntou a ele se em algum encontro com o ex-presidente e o então ministro da Defesa, o general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, foi aventada a possibilidade de prisão de autoridades. As informações são do Jornal de Brasília.

Ex-chefe da FAB confirma discussão sobre prisão de Moraes – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“Sim, senhor, do ministro Alexandre de Moraes. Isso era no brainstorm das reuniões. Isso aconteceu. Eu lembro que houve essa cogitação de prender o ministro Alexandre de Moraes, que era presidente do TSE [Tribunal Superior Eleitoral], e ‘amanhã o STF vai soltar um habeas corpus para soltar ele, e vamos fazer o quê? Vamos prender todo mundo?’ Estava no brainstorm, e ficou o desconforto”, disse.

No mesmo depoimento, Baptista Júnior confirmou que o general Freire Gomes comunicou em 2022 a Bolsonaro que teria de prendê-lo caso avançasse com planos golpistas contra a eleição de Lula.

Bolsonaro estava em brainstorm que discutiu prisão de Moraes – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Baptista Júnior diz que não viu discordância entre o que ele disse em depoimento e o que relatou o próprio general Freire Gomes, ex-chefe do Exército, ao STF na segunda-feira (19).

Em relação ao ex-chefe da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-comandante da Aeronáutica reafirmou o que havia dito à PF. Ele disse que o almirante tinha uma postura passiva e não se colocava de forma contrária às possibilidades golpistas apresentadas como ele e Freire Gomes teriam feito.

*Com informações do Jornal de Brasília

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