Agenda da Água: saneamento básico volta à pauta em Santa Catarina

Evento da Fiesc discute saneamento básico em Santa Catarina

Evento da Fiesc discute saneamento básico em Santa Catarina – Foto: Divulgação/ND

Um dos temas mais urgentes para o futuro de Santa Catarina, o saneamento básico foi o foco de um debate promovido pela Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina), na manhã de quarta-feira (21), em Florianópolis.

O tema é um dos pilares da Agenda da Água, iniciativa da entidade que visa promover o uso sustentável dos recursos hídricos no Estado.

Programa de Saneamento Catarinense

Além da discussão sobre o saneamento básico, a reunião abriu espaço para a apresentação do projeto de lei 231/2025, que propõe a criação do Programa de Saneamento Catarinense.

O texto é de autoria do deputado estadual Napoleão Bernardes (PSD), com coautoria dos parlamentares Matheus Cadorin (Novo) e Rodrigo Minotto (PDT).

O presidente da Câmara de Transporte e Logística e gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Fiesc, Egídio Antônio Martorano, destacou a relevância do saneamento básico para o desenvolvimento do Estado.

“Nós estamos aqui para discutir e conhecer melhor o PL apresentado pelo deputado Napoleão Bernardes no âmbito da Alesc. Entendemos, à primeira vista, que nós temos que ter um cuidado muito grande no sentido de dar segurança jurídica e institucional para que possamos atender as metas previstas na lei federal até 2033”, afirmou.

Deputado Napoleão Bernardes apresentou PL do Programa de Saneamento Catarinense

Deputado Napoleão Bernardes apresentou PL do Programa de Saneamento Catarinense – Foto: Reprodução/Agência Alesc/ND

Participação privada no saneamento básico de Santa Catarina

Segundo ele, sem a participação privada, essa missão se torna mais difícil. “Sem a participação privada nós temos uma grande dificuldade para poder atender isso. É claro que tem que ser discutido, é claro que talvez ocorra alguns ajustes, mas o importante é conhecermos bem essa proposta”, acrescentou.

Martorano ainda ressaltou a defasagem do Estado em relação ao tema. “Santa Catarina não tem um posicionamento muito favorável. Ocupa a 19ª posição no ranking de saneamento do país, e é um assunto com implicações socioeconômicas muito importantes. É uma grande demanda e atualmente é uma mácula no Estado”, declarou.

PL do saneamento básico trará mais autonomia aos municípios

A proposta, em tramitação na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), pretende abrir caminho para que municípios tenham mais autonomia na gestão do saneamento, inclusive com a possibilidade de estabelecer PPPs (Parcerias Público-Privadas).

Segundo o autor da proposta, o deputado Napoleão Bernardes, o projeto visa acelerar o cumprimento das metas da lei federal 14.026/2020, conhecida como o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, que estabelece a universalização dos serviços até 2033.

“O projeto permite que os grandes municípios possam, por exemplo, antecipar a rescisão dos contratos com a Casan e partir para concessões públicas. Já os pequenos poderão se associar da maneira que acharem melhor, também aderindo a parcerias público-privadas para as concessões públicas”, explica.

O deputado citou o caso de Palhoça como exemplo de bons resultados com concessão pública.

“O município recebeu R$ 234 milhões para investir nas suas prioridades. O marco do saneamento será respeitado, haverá um investimento para universalizar o saneamento na cidade e, ainda assim, a população teve um desconto de 15% na sua tarifa de água e esgoto. Ou seja, é bom para todas as partes.”

Deputado Matheus Cadorin destaca o esforço coletivo para autoria do PL – Foto: Divulgação/NDmais

O deputado Matheus Cadorin, coautor do projeto, também presente no evento, destacou que a proposta nasce de um esforço coletivo, com participação de diversas entidades, como a Fecam (Federação Catarinense de Municípios), a Uvesc (União dos Vereadores de SC) e o movimento Floripa Sustentável.

“Nós apresentamos muitas emendas ao longo desses dois anos de mandato para o projeto original do governo. Elas foram acatadas em partes e não contemplavam o que nós entendemos como a grande necessidade do Marco de Saneamento, que é dar aos municípios a liberdade de escolher quem que vai prestar esse serviço nessas regiões. Diante disso, tomamos a iniciativa de apresentar uma nova proposta que atendesse às necessidades dos municípios”, explicou.

Atualmente, o PL está na Comissão de Constituição e Justiça da Alesc. Antes de ir a plenário, ainda passará por outras quatro comissões: Finanças e Tributação; Trabalho, Administração e Serviço Público; Assuntos Municipais; e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

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