A intifada desembarca em Washington

A israelense Tzeela Gez foi morta por um terrorista enquanto era conduzida pelo marido para dar à luz a seu terceiro filhoMaguen David Adom

E lá fomos nós para mais um atentado, dessa vez em Washington (EUA), no coração do mundo livre. Yaron Lischinsky e Sarah Milgram, ambos funcionários da embaixada de Israel nos Estados Unidos, foram baleados e mortos na frente do Museu Judaico por um ativista político cubano residente em Chicago; logo em seguida, o assassino gritou o conhecido lema “Palestina Livre”, deixando clara a motivação do ataque.

Yaron havia recentemente comprado um anel de noivado e planejava pedir a mão de Sarah em casamento na semana que vem, em Jerusalém.

O único consolo – se for possível haver um – é o fato de este ataque ter ocorrido em um lugar de alta visibilidade (e não em Israel, que só aparece na mídia como vilão, não como vítima) e, portanto, ter virado notícia. Este evento ocorreu poucos dias depois de um atentado chocante em Israel, que abalou profundamente a população, mas sobre o qual pouco ou nada se falou pelo mundo: um terrorista palestino atirou contra um carro e mantou a israelense Tzeela Gez, de 30 anos, enquanto ela estava sendo levada para dar à luz ao terceiro filho do casal. A equipe médica que a atendeu conseguiu salvar a vida do bebê com vida, e ele segue hospitalizado.

Alguém poderia pensar que informações sobre essas tragédias quase cotidianas na vida de israelenses e de judeus pelo mundo não são divulgadas pois a guerra ocupa todas as manchetes. Isso é um engano: campanhas e ataques contra judeus ou Israel, sejam eles físicos, políticos ou morais, acontecem o tempo inteiro, há décadas. Só não rendem manchetes.

Para citar um único exemplo pouco conhecido do público geral, o Movimento BDS – Boicote, Desinvestimento e Sanções é uma ONG milionária criada em 2005 – não, sua criação não tem nada a ver com a atual guerra – e que mobiliza diferentes setores da sociedade, entre eles o comercial, acadêmico e o cultural. Quem pesquisar verá que esta é a única organização mundial criada com o objetivo de lutar pelo fim de um Estado soberano: Israel.

O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu atribuiu o ataque aos libelos de sangue (incitação à violência) internacionais que se espalham pela mídia, convidando à violência e criando factoides. “O crescimento da incitação contra o Estado de Israel resulta em sangue derramado”, declarou.

Conclamar a “globalização da Intifada”, situação que se tornou corriqueira até mesmo no Brasil, leva a esse tipo de ação. Essa correlação deveria ser óbvia para todos, mas não é – e por isso escrevo sobre isso. O líder da oposição em Israel, Benny Gantz, declarou que ninguém deveria se surpreender: “O que começa com gritos exigindo a ‘Globalização da Intifada’ em campi universitários termina com um assassino covarde gritando Free Palestine pelas ruas.”

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG

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