Sebastião Salgado sofria com sequelas de doença adquirida em 1990; entenda a causa da morte

Sebastião Salgado vivia com as sequelas da malária desde 1990 - Foto: Reprodução/ND

Sebastião Salgado vivia com as sequelas da malária desde 1990 – Foto: Reprodução/ND

Aos 81 anos, Sebastião Salgado nos deixou após sofrer com as sequelas da malária por mais de três décadas. O fotógrafo morreu em Paris nesta sexta-feira (23).

Salgado foi diagnosticado com a doença em 1990 e, desde então, convivia com problemas causados pela condição. De acordo com amigos, os medicamentos deixaram de funcionar nos últimos anos, piorando seu quadro de saúde.

O que é malária, a doença que causou a morte de Sebastião Salgado?

Segundo o Ministério da Saúde, a malária é uma doença infecciosa causada por um parasita transmitido para humanos pela picada de fêmeas infectadas dos mosquitos-prego. A doença não é contagiosa, ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmiti-la diretamente a outra pessoa, com a infecção ocorrendo somente pela picada.

No Brasil, as regiões endêmicas da malária ficam na região amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nas demais regiões do país, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois a letalidade nesta região é maior que na Amazônia.

Sintomas graves da malária podem deixar sequelas no corpo da pessoa infectada - Foto: Reprodução/ND

Sintomas graves da malária podem deixar sequelas no corpo da pessoa infectada – Foto: Reprodução/ND

Os sintomas mais comuns da malária incluem febre alta, calafrios, dores de cabeça, dor muscular, fadiga, tremores e sudorese, que podem ser cíclicos. Sintomas mais graves podem incluir prostração, convulsões, alteração da consciência, hipotensão arterial, dispneia e hemorragias.

Não se sabe exatamente quando nem onde Sebastião Salgado contraiu a doença, mas provavelmente foi enquanto viajava e trabalhava em áreas endêmicas da doença.

É possível viver com as sequelas da malária?

Conforme a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), apesar de ser uma doença grave, a malária tem cura caso o diagnóstico seja feito de maneira rápida e precisa. O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece remédios antimaláricos.

Entretanto, complicações podem ocorrer, principalmente quando casos não são tratados em tempo oportuno ou as pessoas infectadas possuem um sistema imunológico vulnerável, como ocorre em pessoas idosas, crianças ou grávidas.

Essas complicações podem resultar, além do aprofundamento dos sintomas, numa piora de doenças como anemia grave, insuficiência renal e hepática, icterícia (amarelamento da pele e do branco dos olhos) e hipoglicemia.

Fotógrafo tinha distúrbios sanguíneos como uma das sequelas da malária - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Fotógrafo tinha distúrbios sanguíneos como uma das sequelas da malária – Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil/ND

Sebastião Salgado vivia com as sequelas da malária

No caso do fotógrafo, a infecção deixou sequelas duradouras. Nele, as sequelas da malária causou distúrbios no sangue, provavelmente anemia, o que comprometia o transporte de oxigênio para os tecidos do corpo. O parasita da malária destrói os glóbulos vermelhos saudáveis durante a infecção, levando ao desenvolvimento da condição.

Amigos de Sebastião Salgado informaram que os medicamentos antimaláricos que o fotógrafo tomava já não faziam mais efeito há alguns anos, o que contribuiu para o enfraquecimento da sua saúde.

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