Doador com gene ligado ao câncer transmite mutação para 23 crianças

Doador com gene ligado ao câncer transmite mutação para 23 crianças

Doador com gene ligado ao câncer transmite mutação para 23 crianças – Foto: Freepik/ND

Um doador de esperma portador de uma mutação genética associada ao câncer transmitiu o gene para, pelo menos, 23 crianças na Europa. Desse total, 10 já desenvolveram a doença, incluindo casos de leucemia e linfoma não-Hodgkin.

O material genético do homem foi utilizado entre 2008 e 2015 em tratamentos de fertilidade que resultaram no nascimento de 67 crianças em oito países europeus. A mutação em questão está no gene TP53, ligado à síndrome de Li-Fraumeni, uma condição hereditária que aumenta expressivamente o risco de desenvolvimento de diversos tipos de câncer.

Como a mutação foi descoberta

A situação veio à tona depois que duas famílias, cujos filhos receberam diagnóstico de câncer relacionado à síndrome, entraram em contato com as clínicas onde fizeram os tratamentos. A partir disso, uma investigação foi aberta.

De acordo com o Banco Europeu de Esperma, responsável pelas amostras, a mutação estava presente no material do doador, mas, na época da coleta, o gene específico ainda não era rastreado nos testes de triagem.

“Cientificamente, não é possível detectar mutações causadoras de doenças no genoma de uma pessoa se você não sabe o que está procurando”, declarou Julie Paulli Budtz, porta-voz da instituição, em entrevista ao jornal The Guardian.

Caso levanta debate

O caso reacendeu discussões sobre a falta de regulamentação internacional quanto ao número máximo de famílias que podem receber material genético de um único doador. Além disso, trouxe à tona a dificuldade em localizar e informar todas as famílias afetadas, para que possam realizar os exames preventivos necessários.

As crianças que herdaram a mutação foram orientadas a fazer ressonância magnética de corpo inteiro e exames específicos do cérebro, como medida de acompanhamento e prevenção.

Mãozinha de bebê para ilustrar a matéria

O material genético do doador foi usado entre os anos de 2008 e 2015 – Foto: Reprodução/ND

Ainda segundo a porta-voz do banco, o episódio teve um impacto profundo na instituição, que, após o ocorrido, estabeleceu um limite máximo de 75 famílias por doador, medida que não era obrigatória até então, mas que agora vem sendo discutida internacionalmente.

*Com informações do portal R7

Bookmark the permalink.