Primeira grande onda de frio do ano chega na semana que vem

Massa polar chega essa semana, avançando por todo o paísAgência Brasil

Faltando pouco menos de um mês para o início do inverno, o primeiro frio mais intenso do ano deve chegar nesta próxima semana, derrubando as temperaturas em boa parte do país.

É o que apontam os modelos, prevendo a chegada de uma grande massa de ar frio de origem polar já a partir desta terça-feira (27), pela região Sul.

De acordo com previsão do Climatempo, essa massa poderá causar uma queda de temperatura bastante acentuada não só na região Sul, mas em grande parte do Sudeste, do Centro-Oeste e também em Rondônia, no Acre e no sul do Amazonas.

O grande diferencial desta massa de ar frio, segundo os meteorologistas, é que ela deve ter características continentais, ou seja, o ar de origem polar vai se deslocar pelo interior da América do Sul e não sobre o oceano.

A maioria das massas de ar frio que chegam ao Brasil passam mais tempo sobre o oceano e isso enfraquece o poder de resfriamento. Uma massa de ar frio continental, ainda de acordo com os especialistas, normalmente tem pouca umidade, fazendo com que seu potencial de resfriamento seja muito maior.

São as massas de ar frio continentais que conseguem levar o ar gelado para o interior do Brasil, causando temperaturas realmente baixas no interior do Sudeste, no Centro-Oeste e também o fenômeno da friagem em parte da região Norte.

Primeira dose de frio intenso

As análises mais recentes mostraram, segundo informações do Climatempo, que este intenso resfriamento sobre o Brasil poderá acontecer em duas partes, com o ar polar avançando sobre o país em dois pulsos.

Essa situação é bastante comum quando é necessário afastar massas quentes e secas que já estão instaladas sobre o interior do Brasil há vários dias.

A primeira dose deste ar frio intenso deve vir junto com uma frente fria que provavelmente começará a causar chuva sobre o Sul do Brasil e sobre o Paraguai na terça-feira (27).

Na quarta (28), enquanto o ar polar avança sobre o Sul e o Mato Grosso do Sul, a instabilidade da frente fria deve se espalhar sobre parte de São Paulo e de Mato Grosso.

No decorrer da semana, quinta-feira (29) e sexta (30), o ar polar já deve causar uma queda da temperatura muito acentuada em áreas do Sul do Brasil, de Mato Grosso do Sul e também do oeste e sul de Mato Grosso.

É possível que o vento gelado já alcance até parte de Rondônia e do Acre.

Em São Paulo, a queda da temperatura ainda não seria muito brusca por causa do excesso de nebulosidade e chuva. Estes dois dias ainda devem ser marcados por temperaturas altas e calor na maioria das áreas do Sudeste e do Centro-Oeste.

Virada do mês

O segundo pulso de ar polar, e que vai reforçar o primeiro, deve avançar sobre o Brasil no próximo fim de semana, entre sábado (31) e domingo, 1 de junho, fazendo com que o ar frio seja empurrado de vez sobre as regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

O Climatempo adverte, no entanto, que essas projeções são iniciais e ainda vão sofrer vários ajustes de rota na próxima semana, considerando as condições reais do tempo que estarão sendo observadas sobre o Brasil e sobre a América do Sul.

Essas variações são muito comuns e poderemos ter atraso ou um adiantamento da entrada do ar frio.

Temperatura negativas

Muito provavelmente, ainda segundo o Climatempo, os três estados da região Sul do Brasil vão registrar temperaturas negativas. Mas desta vez, termômetros poderão marcar menos de 0 °C até em locais fora das regiões serranas.

Numa primeira análise, temperaturas perto de 0 °C poderiam ocorrer em áreas de Mato Grosso do Sul e também em São Paulo.

E se este potente ar frio polar passar sobre o interior da região Sul, como vem sendo projetado nos últimos dias pelas simulações atmosféricas, a geada poderia ocorrer de forma ampla sobre o Sul do Brasil.

Alguns locais poderiam ter geada de moderada para forte intensidade, com risco de danos na agricultura pela primeira vez este ano.

Possibilidade de neve

A possibilidade de neve no Sul do Brasil também não é descartada, considerando as condições meteorológicas projetadas para o final de maio e os primeiros dias de junho.

Além do ar frio muito intenso entrando pelo interior do Brasil, é possível a chegada de um ciclone extratropical sobre o oceano, que garantiria a injeção de umidade necessária para a formação das nuvens.

Frio abaixo dos 10°C no Sudeste e Centro-Oeste

Se esta onda de frio realmente avançar sobre o Brasil de forma continental, o ar frio polar poderá entrar intenso pelo interior do Sudeste e sobre a região Centro-Oeste, fazendo com que muitas áreas experimentem o frio próximo ou até abaixo dos 10°C, o que não é comum na maioria das áreas dessas regiões.

Friagem no Norte

Também se confirmada a continentalidade desta onda de frio, o vento gelado poderá avançar sobre Rondônia, Acre e nas áreas no sul do Amazonas provocando o fenômeno da friagem.

A friagem é justamente uma queda de temperatura muito acentuada que acontece nesta parte do Brasil, mas provocada especificamente pela passagem de ar frio de origem polar e não pelo excesso de nebulosidade ou tempo chuvoso.

Não se poderia descartar temperaturas em torno dos 10°C em algumas áreas de Rondônia e até do Acre.

Recordes de baixa temperaturas

Com as projeções atuais da intensidade desta onda de frio, os primeiros dias de junho serão com muitos recordes de baixa temperatura nos estados do Sul, em muitas áreas do Sudeste do Centro-Oeste e também em parte da região Norte.

É possível novo recorde de menor temperatura de 2025 no Brasil. Até o dia 22 de maio, a menor temperatura oficialmente registrada no Brasil foi de -3,2°C na região do Caminhos da Neve, em São Joaquim, na serra de Santa Catarina.

Mar agitado e ressaca

Há expectativa ainda de que a frente fria que trará esta forte onda de frio venha associada a um grande ciclone extratropical.

O deslocamento deste sistema pela costa da Argentina, do Uruguai e do Sul do Brasil poderá causar intensa agitação marítima, gerando grandes ondas pelo litoral da região Sul e em parte do litoral da região Sudeste do Brasil.

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