‘Pantanal Fluminense’: conheça a área ultrapreservada na Baía de Guanabara, a 10 km de Paquetá


Estação Ecológica é um pedaço ainda mais intocado da Área de Proteção de Guapimirim. Expedição Rio vai ao ‘Pantanal Fluminense’, canto ultrapreservado da Baía de Guanabara
Baía de Guanabara tem um canto que parece ficar no Centro-Oeste brasileiro. Também chamada de “Pantanal Fluminense”, a Estação Ecológica (Esec) da Guanabara é um trecho ultrapreservado da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim.
A equipe do “Expedição Rio” pegou barquinhos e rodou pelo santuário, que fica a 10 km da Ilha de Paquetá, cujas praias raramente estão próprias, e a 16,5 km da Ilha do Governador, com águas ainda mais poluídas. Tudo na mesma baía que é simbolo dao estado..
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A ‘gema do ovo frito’
Estação Ecológica da Baía de Guanabara, ou o ‘Pantanal Fluminense’
Reprodução/TV Globo
Cláudio Mendonça, diretor-presidente da Cooperativa Manguezais da Guanabara, explica que a Esec é um “ovo frito”.
“Essa aqui é a parte mais preservada de dentro da APA de Guapimirim. Para você se situar bem, é assim: imagina que é um ovo frito, a APA de Guapimirim. Bem no miolo do ovo, aquela gema, é a Esec da Guanabara, a parte mais preservada”, detalhou Cláudio.
Uma estação ecológica é a maior proteção possível para um ecossistema: a natureza tem que estar intocada. Visitantes só podem chegar e olhar.
“Uma muda de mangue consegue sequestrar muito mais carbono do que uma muda de árvore da Mata Atlântica. É aí que você vê a importância do manguezal”, comparou Cláudio.
Esec da Guanabara, o ‘Pantanal Fluminense’
Reprodução/TV Globo
Caranguejos na Esec da Guanabara
Reprodução/TV Globo
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Segundo Cláudio, o monitoramento permite que o ecossistema sirva de berçário tanto para peixes quanto para caranguejos.
“Hoje o catador de caranguejo vem aqui e consegue sustentar a família dele com a cata do caranguejo, que antes não tinha”, emendou.
Cláudio lembra que os últimos três meses do ano é o defeso da espécie. “Nessa época, não se deve pescar. Porque se pegar a fêmea ovada, no ano que vem, você não vai ter caranguejo para pegar. Então você não vai ter dinheiro para sustentar a sua família”, ensinou.
Esec da Guanabara, o ‘Pantanal Fluminense’
Reprodução/TV Globo
Daniel Schwartz, barqueiro e pescador, conta que nas águas do Pantanal da Guanabara o que dá mais trabalho é o robalo.
“Aqui você consegue uma caraça, a tilápia, traíra, é uma variedade muito grande. Mas o cara mesmo é o robalo. Ele é voraz, ele é muito esportivo, ele é violento, quer dizer, ele é o cara, é um desafio pegar o robalo”, afirmou.
O mais pesado que já fisgou, diz Daniel, tinha oito quilos. “Pode acreditar!”, riu.
Tem mel também
Expedição Rio: apicultores extraem mel de colmeias em mangue na Baía de Guanabara
Não é só caranguejo que dá pinta no Pantanal Fluminense: tem abelha também, e com direito a mel do mangue.
O casal de apicultores Sidnei e Creusa Pereira gasta três horas para chegar à colônia, mas que valem a pena.
“Nós saímos de casa de bicicleta, chegamos na beira do rio, deixamos a bicicleta, pegamos o barco e fizemos o percurso de mais ou menos 10 quilômetros até chegar aqui para retirar o mel. Aí coloca tudo dentro do barco e vamos de novo para casa, de bicicleta”, descreveu Creusa.
Apiário na Esec da Guanabara
Reprodução/TV Globo
“Amo essa vida! Não há coisa melhor! Eu trabalhava como doméstica, passava roupa, depois larguei. Agora já 34 anos que nós trabalhamos juntos com as abelhas”, afirmou Creusa.
Sidnei afirma que o mel da região é muito bom. “A qualidade é de primeiríssima! Porque aqui não é área que tem plantação, que usam agrotóxico. E não tem fábrica por perto nem nada”, contou Sidnei.
O casal diz que muitos estranham quando falam que o mel veio do mangue.
“Você vê assim a mata: cadê a florada? Mas tem florada! A abelha encontra”, disse.
Mel extraído da Esec da Guanabara
Reprodução/TV Globo
Estação Ecológica (Esec) da Guanabara, área mais intocada da APA de Guapimirim
Reprodução/TV Globo
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