Centro de Atendimento ao Turista em Alter do Chão é alvo de vandalismo de adolescentes; órgãos investigam o caso


Espaço revitalizado em 2023 sofre com ações de violência, consumo de álcool por adolescentes e brigas generalizadas. Flagrantes mostram brigas envolvendo menores de idade em Alter do Chão
Um local projetado para acolher turistas e valorizar o potencial natural de Alter do Chão, distrito de Santarém, no oeste do Pará, tem se tornado cenário de violência e abandono. O Centro de Atendimento ao Turista (CAT), que já foi revitalizado em 2023 e é conhecido por oferecer vista privilegiada de um lindo pôr-do-sol, tem sido alvo de constantes brigas envolvendo adolescentes e até crianças.
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No último fim de semana, imagens registradas por populares mostram uma briga generalizada envolvendo de 10 a 15 jovens utilizando cadeiras e mesas como armas. Apenas um funcionário estava presente no momento da confusão e precisou acionar a Polícia Militar. Quando os policiais chegaram, os envolvidos já haviam fugido. Um homem ficou ferido e precisou ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O conselheiro tutelar de Alter do Chão, José Quaresma, confirmou que esse tipo de ocorrência tem sido recorrente. “É uma onda de violência crescente. Jovens estão chegando de Santarém nos fins de semana, sem fiscalização, trazendo bebida alcoólica e possivelmente drogas. O CAT virou um espaço livre para desordem”, disse.
Segundo Quaresma, denúncias já foram formalizadas junto ao Ministério Público, Juizado da Infância e Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente.
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdca), Roselene Andrade, destacou a gravidade do cenário. “Infelizmente, temos um diagnóstico claro da facilidade com que adolescentes acessam bebidas alcoólicas e drogas. Solicitamos à Polícia Militar uma intensificação nas fiscalizações com tolerância zero nesses pontos”, ressaltou.
Roselene também destacou que uma adolescente de apenas 11 anos foi encontrada em estado de quase coma alcoólico no local. “Isso exige resposta imediata. A rede de proteção está mobilizada, mas é fundamental que a sociedade também faça sua parte. Quem facilita o acesso a essas substâncias precisa ser responsabilizado. Os pais, inclusive, podem responder caso haja negligência comprovada”, informou.
CAT Alte do Chão, em Santarém
TV Tapajós/Reprodução
Carlos Alexandre, representante da Rio Tapajós, empresa responsável por parte da administração da área, também criticou a ausência de fiscalização. “O funcionário responsável não tem condições de conter esse tipo de situação sozinho. Já houve depredações anteriores. Crianças e adolescentes ficam até altas horas consumindo álcool e destruindo patrimônio público”, relembrou.
A Polícia Militar, por meio da tenente Júlia Pedroso, informou que operações estão sendo planejadas em parceria com outros órgãos. “A guarnição está sempre à disposição, mas precisa do apoio da comunidade e de outras instituições para coibir essas práticas”, afirmou.
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