Agricultores do PR sofrem com queimadas fora de controle: ‘Fogo queimou? Vamos reconstruir’


Durante o mês de agosto, o estado registrou mais de 870 focos de incêndio. A região norte foi a mais atingida. Agricultores do norte do Paraná sofrem com as queimadas fora de controle
Em Arapongas, no norte do Paraná, cerca de 22 mil litros de água foram gastos para apagar um incêndio registrado no mês de agosto em uma plantação de trigo que atravessou a estrada e atingiu pés de abacate e de kiwi. O fogo deixou um prejuízo de R$ 70 mil.
Conforme divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Paraná ultrapassou 870 focos de incêndio apenas no último mês. Para setembro, a meteorologia aponta que o tempo deve continuar seco. A previsão é de que chova abaixo da média no estado.
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A notícia é sinal de preocupação para o casal Bernadete e Eloir Rodrigues, donos de uma propriedade rural em Ibiporã. Com medo de possíveis queimas, eles priorizaram o plantio de arvores ao longo dos anos.
“Faz 25 anos que estamos no local, plantamos todas as árvores. Então, temos um apelo pela preservação, pelos animais que estão aqui. Prejuízo não tivemos, mas temos a preocupação do fogo subir e nos causar um transtorno muito grande” , conta Eloir.
Eloir, Bernadete e os vizinhos se uniram para evitar possíveis destruições. Juntos, criaram o projeto “Vizinho de Ouro”.
Agricultores do PR sofrem com queimadas fora de controle
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Através da iniciativa, a comunidade se reúne para diminuir as consequências de queimadas registradas na região.
“Quando temos condições de ir e dar um jeito de apagar, vamos. Se não tem risco, a gente vai, se não, a gente chama o bombeiro” , conta Bernadete.
Para o casal de agricultores de Ibiporã, desistir da mata não está nos planos. “O fogo queimou? A gente planta de novo e vamos reconstruir”.
Alternativa segura
Para o capitão da defesa civil do Paraná, Marcos Vidal, o aceiro é uma boa opção no combate as queimadas.
Aceiros são faixas ao longo de divisas, em que a vegetação é completamente removida para impedir que o fogo se alastre.
“Até em propriedades muito grandes eu posso ter divisões no meio do terreno, posso pensar na melhor maneira de fazer isso, porque se por acaso atingir ou chegar próximo da minha propriedade, esse incêndio não vai se alastrar. E mesmo que chegue, ele vai até um ponto e não vai chegar em outras áreas”, explica Vidal.
Além de servir para prevenção, os aceiros também protegem áreas que já foram queimadas.
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