Sete madeireiras do AC alvos da Operação Metaverso são desbloqueadas e prazo de apuração é estendido


Outras nove empresas pediram adiamento da data para apresentação do romaneio e seguem com atividades suspensas. Ibama ordena bloqueio de madeireiras do Acre por supostas irregularidades
Sete das 16 madeireiras do Acre investigadas na Operação Metaverso, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram desbloqueadas após a adequação de irregularidades detectadas pela operação.
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Segundo a superintendência do Ibama no Acre, foram desbloqueadas quatro empresas de Rio Branco e três do interior. As outras nove madeireiras pediram adiamento do prazo para apresentação de documentos, o que estendeu a duração da operação, inicialmente prevista para seguir até o dia 28 de abril.
“As empresas requereram dilação de prazo para apresentar o romaneio, ou relatórios de estoque. Conforme apresentarem, vamos fazer a segunda vistoria de conferência e análise comparativa com o Sistema DOF. Na análise, caso haja mais madeira no pátio do que consta no sistema DOF, será feita autuação e apreensão da madeira excedente. Caso o saldo do sistema seja maior, será feito o expurgo do excedente no sistema e autuação, caso ultrapasse 10% de tolerância. Em não havendo erro superior a 10%, fazemos apenas o ajuste de saldo no sistema e posterior desbloqueio”, explica a superintendente Melissa Machado.
Bloqueio de empresas
16 empresas foram fiscalizadas pelo Ibama no Acre
Paulo Roberto Parente/Arquivo pessoal
A Operação Metaverso iniciou no dia 3 de março em todo país. Os alvos a serem fiscalizados são selecionados previamente a partir de análise de transações consideradas suspeitas, realizadas no Sistema de Documento de Origem Florestal (DOF).
Foram 16 bloqueadas 16 empresas no Acre na investigação que busca desmontar fraude para “esquentar” madeira ilegal. O esquema funciona com transferências de créditos florestais, abates ilegais, documentos falsificados para a madeira para contornar a regulamentação.
Segundo o Ibama, os créditos teriam sido gerados de forma fraudulenta com o objetivo de “legalizar” madeira extraída ilegalmente de unidades de conservação, terras indígenas, áreas públicas e propriedades privadas.
Desta forma, o Ibama vistoria os pátios dessas empresas para confirmar se os créditos virtuais que constam no Sistema Nacional de Controle de Produtos Florestais (Sinaflor) condizem com a quantidade de madeira nos pátios dessas empresas.
Oito madeireiras foram fiscalizadas em Rio Branco e as demais no interior do estado. Todas tiveram o acesso ao Sistema DOF bloqueado. Doze empresas em todo o estado foram vistoriadas e notificadas e apenas duas, segundo o Ibama, apresentaram os documentos para análise, sendo que uma delas foi autuada pela irregularidade e já foi liberada para acessar o sistema DOF.
Federação questiona bloqueio
Após os bloqueios, a Federação das Indústrias do Acre (Fieac) se reuniu com o Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias, Madeiras Compensadas e Laminados, Aglomerados e Chapas de Madeiras do Estado (Sindusmad-AC) para debater os impactos e o que pode ser feito para ajudar os empresários.
Segundo os representantes, o bloqueio foi feito junto ao DOF sem aviso prévio e esclarecimentos sobre a motivação. O presidente da Fieac, José Adriano, falou com a Rede Amazônica Acre sobre os prejuízos que o bloqueio pode causar e a falta de diálogo com o instituto.
“O que deixou a gente surpreso é que dentro desse formato cautelar, acho que não precisaria ser dessa forma, sem qualquer esclarecimento. A gente buscou tirar as dúvidas com o Ibama local”, criticou.
Uma audiência pública foi feita na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) para tratar o tema e o senador Alan Rick (União Brasil), coordenador da bancada federal do Acre, agendou reunião com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho Mendonça, para tratar dos bloqueios que suspenderam atividades de madeireiras e os embargos das propriedades rurais no Acre. Também estava prevista a participação dos demais senadores e deputados federais acreanos, assim como as bancadas do Amazonas e de Rondônia que também sofreram embargos.
VÍDEOS: g1

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