Policial penal do AC que fez ataques homofóbicos contra promotor é denunciado por racismo e ameaça


Promotor Tales Tranin recebeu comentários discriminatórios pelas redes sociais e foi criticado pela participação dele nas negociações durante rebelião em presídio de Rio Branco. Promotor Tales Tranin participou das negociações com os presos durante rebelião em Rio Branco
Arquivo pessoal
O Ministério Público do Acre (MP-AC) apresentou uma denúncia contra o policial penal Waldimar Jardim de Araújo, que fez ataques homofóbicos nas redes sociais contra o promotor de Justiça Tales Fonseca Tranin, no dia 28 de julho. Ele foi denunciado pelos crimes de racismo e ameaça.
O promotor sofreu os ataques após sua participação nas negociações com os presos que se rebelaram no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, nos dias 26 e 27 de julho.
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O g1 não conseguiu contato com o policial até última atualização desta matéria. A reportagem também entrou em contato com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) para saber se foi tomada alguma medida administrativa contra Araújo após o caso e aguarda resposta.
Em uma postagem de um site local, que falava sobre a atuação do membro do MP-AC na mediação do conflito, o policial penal fez comentários homofóbicos e de ameaças de morte.
“Esse promotor afeminado tem de ser devolvido em um pacote na sede do MP. Porque o Acre merece um promotor sério e comprometido com o combate à criminalidade. Não se pode tratar como iguais quem afronta as leis, tenta matar operador de segurança e vem liderando o crime, as facções, usando como escudo e proteção do Estado”, diz parte dos ataques do servidor público.
Policial penal fez comentários homofóbicos e de morte contra o promotor Tales Tranin
Reprodução
A denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Abelardo Townes de Castro Júnior, destaca que o denunciado é acusado de fazer comentários discriminatórios relacionados à orientação sexual do promotor de Justiça, utilizando termos pejorativos e demonstrando preconceito. O MP-AC destacou que essas ações configuram crime de racismo.
Além disso, o policial penal também foi denunciado por ameaçar causar um mal injusto e grave à vítima, segundo o MP-AC, usando expressões que sugeriam a intenção de tirar a vida do promotor de Justiça. Conforme a denúncia, a situação é agravada pelo fato de o denunciado ser policial e possuir porte de arma de fogo.
O órgão pede a condenação do denunciado, com a definição de um valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração.
Rebelião
Dois inquéritos foram abertos pela Polícia Civil para investigar como foi a dinâmica da rebelião dentro do presídio de Segurança Máxima. Os presos renderam um detento e um policial penal e conseguiram tomar o presídio em um ato que durou mais de 24 horas. Dos cinco mortos, três foram decapitados.
Há duas possibilidades de motivação: a que a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) divulga oficialmente é de uma tentativa de fuga de 13 presos, que foram contidos e, por conta disso, teriam mantido reféns para garantir as negociações. A outra versão é de que a facção criminosa que orquestrou a rebelião queria entrar no pavilhão da grupo criminoso rival e matar os integrantes para demonstrar poder na guerra por territórios.
Um policial penal foi atingido ainda com um tiro de raspão no olho e um preso levou um tiro no braço. A participação do promotor Tales Tranin nas negociações com os presos teria sido solicitada pelos próprios detentos.
Rebelião em presídio de segurança máxima no AC já durou mais de 24 horas
Reprodução/Rede Amazônica Acre
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