Maior feira de alimentos da América Latina reúne empresários acreanos e fortalece comércio internacional entre Brasil e Peru


A feira deve receber, durante os três dias, mais de 1,2 mil visitantes internacionais dos 5 continentes. Maior feira de alimentos da América Latina reúne empresários acreanos para fortalecer comércio internacional entre Brasil e Peru
Stalin Coquin/Federacre
Pela primeira vez, o Acre participa da maior feira de alimentos da América Latina, que está ocorrendo no Centro de Exposição Jockey Plaza, em Santiago de Surco, região da capital peruana. O estande do Acre e Rondônia na Expoalimentaria 2023 reúne empresários, que, durante esses dias, estreitam e fortalecem as movimentações financeiras entre Brasil e Peru.
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O estande tem um portfólio dos principais produtos de exportação da indústria e do setor comercial acreano para a projeção de negócios com a perspectiva de alavancar investimentos com empresas internacionais. Várias rodadas de negócios, conferências empresariais e seminários serão realizados até sexta-feira (29). A feira conta com 300 expositores, de 17 países. A expectativa da Associação de Exportadores do Peru (Adex), organizadora da 15ª edição da feira, é de movimentar R$ 320 milhões em negócios.
O estande é um parceria entre Acre e Rondônia e mais de 30 empresários do setor de bebidas e alimentos estão expondo e trocando experiências.
Para o diretor regional de Desenvolvimento da Secretaria de Planejamento do Acre (Seplan), Marky Brito, essa é um oportunidade de destacar ainda os produtos acreanos que alavancam a economia do estado e ainda fomentar as exportações.
‘Ponton de inflexão’
“Olha, a gente está vivendo um momento de um ponto de inflexão. A gente sai agora de um planejamento que foi feito de 2022 para cá. O Estado criou uma agenda para 10 anos, agenda ACRE 10 anos. E nessa agenda a gente teve uma consulta muito forte junto à população para criar uma visão de futuro. Nessa visão de futuro, a gente tem detalhado todos os programas e projetos que levam em consideração essa integração que o Acre precisa fazer com os países Andinos, principalmente Peru e Bolívia”, destaca.
Ele destacou ainda o aumento no volume de produção de soja, milho e ainda os carros chefes na balança comercial do estado: madeira e castanha.
“Esses produtos lideram as pautas de exportação. Com isso, a gente consegue então fazer uma parceria com Rondônia e o Amazonas para viabilizar de fato esse corredor. Então, você tem um volume maior de produtos junto com esses três estados e a agenda detalha o que o estado vai fazer nos próximos 10 anos para a gente atingir esse objetivo: aumentar o volume, aumentar o valor da produção e agregar valor para fazer essa troca de exportação e importação também”, pontua.
Empresários trocam experiências durante feira no Peru
talin Coquin/Federacre
Troca de experiências
O empresário Carlos Michel saiu do interior do Acre, em Senador Guiomard, com o objetivo de criar oportunidades de novos negócios bem longe de casa.
“Nós estamos a 300 km da fronteira, então é uma vantagem competitiva para quem está em Senador Guiomard e também para ver outros produtos inovadores, ver alguma coisa que a gente possa levar de ideia também. Às vezes, até encontrar um parceiro para importar alguma matéria-prima que a gente pode ter dificuldade, ou às vezes tem um preço mais atrativo aqui também no Peru, é interessante”, fala sobre a feira.
A estratégia também rendeu frutos para o empresário na área de panificação Carlos Rocha. As expectativas dele já foram superadas no primeiro dia de evento com a possibilidade de criar um produto exclusivo para o mercado peruano.
“Estamos estudando ideias de como juntar esses insumos e aproveitar na cultura local com a nossa cultura para criar novos produtos. Já fomos procurados por algumas empresas locais para desenvolvermos produtos específicos para eles. Eles viram, gostaram do nosso produto e a gente está já em conversas para desenvolver um produto exclusivo para uma marca de uma empresa aqui local.”
A compra de insumos também chamou atenção do empresário. Já no primeiro dia de feira, ele disse que conseguiu ter um retorno muito bom e acredita que ao longo dos dias isso vai ser ainda mais fortalecido.
“É a primeira feira internacional que a gente participa. Então, o nosso objetivo é adquirir mais conhecimentos, pegar informações dessa cultura, que é uma cultura diferente da nossa, mas também fazer novos negócios e quem sabe até começar a vender para eles também. Além de comprar insumos, que eles têm insumos muitos bons, que a gente pode usar lá na nossa empresa, lá no nosso estado”, disse.
Estratégia
Para o embaixador do Brasil em Lima, Clemente Soares, a inauguração de um espaço destinado aos investidores brasileiros foi uma conquista importante.
“Vejo aqui participantes empresários do Acre, Rondônia, Mato Grosso do Sul, todos interessados em proporcionar um maior comércio, maior exportação de produtos brasileiros para Peru, mas especialmente a importação de produtos peruanos para o Brasil. Então, é com muita felicidade que vejo que o estande do Brasil é grande e espero que o ano que vem a presença, segundo me contaram os próprios empresários, seja maior ainda do Brasil. E com isso nós teremos um comércio mais integrado, com benefício para a população, especialmente dos estados fronteiriços”, comemora.
Para a empresária Luciana Mendonça, o evento é um ponto de encontro estratégico pra avaliar novos negócios no mercado internacional.
“É uma feira gigante, então nós já prospectamos bastante negócio, fizemos muita sondagem de mercado e já existem aí algumas tratativas em andamento. Nós estamos muito empolgados com esse mercado, com esse potencial que nós temos e agora com essa concretização que a cada dia mais aumenta as possibilidades de negócio entre Peru e Brasil”, disse.
A feira deve receber, durante os três dias, mais de 1,2 mil visitantes internacionais dos 5 continentes, 650 empresas nacionais e internacionais participam da exposição. O governador de Rondônia, Marcos Rocha, ressalta a importância da apresentação de produtos acreanos e rondonienses na feira.
“A gente precisa unir forças, porque olha só, quando uma carga sai de Rondônia ou do Acre para poder vender lá para o Sul do país, que vai para outros países, ele anda 3,3 mil km, mas de Rondônia até o Peru são 2.500 km, ou seja, há uma economia de espaço. Por isso que a gente tem sempre lutado pela melhoria das vias. Por exemplo, foi citado ontem por uma autoridade peruana, que falou sobre a BR-364, de como é importante a duplicação dela. E a gente vem trabalhando desde o início pra fazer com que se aumente esse intercâmbio entre esses dois países. União é a palavra que a gente tem para poder fazer com que nós possamos crescer ainda mais”, finaliza.
Colaborou Elizânia Dinarte, da Rede Amazônica Acre.
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VÍDEOS: g1

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