Empregabilidade LGBTQIA+ é pauta de audiência pública entre representantes de associações, órgãos públicos e governo do AC


Durante encontro, estado apresentou plano para capacitar e garantir vagas de emprego para população que é atingida por um alto índice de desemprego. Representante da Associação das Travestis e Transsexuais do Acre ressalta que é preciso naturalizar presença dessa população nos espaços de trabalho. Representantes de associações LGBTQIA+, órgãos públicos, governo e empresas discutiram estratégias para inclusão no mercado de trabalho
Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre
A necessidade de políticas públicas que garantam a presença de pessoas LGBTQIA+ no mercado de trabalho foi pauta de uma audiência pública na sede do Ministério Público Federal do Acre (MPF-AC) em Rio Branco, na manhã desta sexta-feira (6). Durante o encontro, representantes de associações LGBTQIA+, de órgãos públicos e do governo do estado discutiram estratégias e apresentaram ações que vêm sendo implementadas para combater o desemprego entre essa população.
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O procurador do Ministério Público do Trabalho do Acre (MPT-AC) Igor Gonçalves destacou que empresas foram convidadas a participar do evento para que também sejam parte da elaboração dessas estratégias, e ressaltou que, no Brasil, 90% das pessoas transsexuais estão desempregadas, o que contribui para que sejam levadas a situações como a prostituição.
“Nós temos o Projeto Nacional de Empregabilidade Legítima. no estado do Acre a gente tem executado por meio da capacitação em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac), a criação do projeto piloto, e também expedimos uma recomendação para o governo do Acre para nós sermos críticas públicas para a população LGBTQIA+”, explicou.
É preciso naturalizar
A chamada prostituição compulsória que atinge as pessoas transsexuais é uma questão a ser debatida, mas a representante da Associação das Travestis e Transsexuais do Acre (Attrac) ressalta que também é preciso naturalizar a presença dessas pessoas nos locais de trabalho, além de combater a transfobia.
“A prostituição compulsória ainda é uma realidade que a gente procura mitigar, que a gente procura encerrar. Mas também há outras gerações de mulheres trans, de travestis que estão inseridas no mercado de trabalho, seja no setor de serviços, como cabeleireiras, vendedoras em lojas de roupa, padarias, no setor do estado com professoras, assistentes educacionais, até mesmo na esfera federal, temos técnicas administrativas. Então, é também desmistificar a presença da população trans no mercado de trabalho, naturalizar essa presença e discutir a transfobia no espaço trabalho, também discutir mecanismos de proteção à população trans no mercado de trabalho”, avaliou.
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Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre
Plano estadual
Durante a audiência pública, o governo do estado apresentou um plano de ação para capacitar e auxiliar o público LGBTQIA+ na busca por emprego. O diretor de Planejamento Estratégico e Governança, Vagner Sena, afirma que um dos principais itens do plano é o objetivo de reduzir a evasão escolar entre essa população. Além disso, serão feitas capacitações com professores, para que sejam multiplicadores de iniciativas que reduzem a intolerância no ambiente escolar.
Além disso, o plano prevê o incentivo à educação profissional, a partir de um diagnóstico para detectar as principais demandas de empresas, e garantir formação específica para essas áreas de profissionais LGBTQIA+.
“A gente precisa garantir esse acesso à educação e que a escola seja um ambiente seguro para que eles se mantenham, concluam todo o seu processo de educação, tanto básico quanto o acesso à universidade. E a partir disso, também tem a educação profissional. Essa parte da educação profissional, uma outra linha que é pra gente garantir, é um diagnóstico que a gente inicia e começa a realizar, das demandas que têm das empresas, quais são os tipos de profissionais que eles estão precisando, para que a gente possa direcionar a capacitação para homens e mulheres trans nessas áreas para atender as demandas das empresas. E também saber, da comunidade, quais são os cursos profissionalizantes que eles consideram prioritários que sejam fornecidos pelo governo para que a gente, construindo a parceria com o Sistema S, possa garantir essa capacitação profissional e a inserção deles no mercado formal” finalizou.
Colaborou o repórter Andryo Amaral, da Rede Amazônica Acre.
VÍDEOS: g1

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