Em meio a situação de emergência, Acre tem sete pontos de monitoramento em alerta máximo por conta de seca de rios


Apesar da situação preocupante, o Rio Acre terminou o mês de outubro com sete centímetros além do registrado no dia 1º na capital. De acordo com o CENSIPAM, escassez de chuvas deve seguir nos próximos meses. Rio Iaco em Sena Madureira marcou 78 centímetros nesta terça-feira (31)
Arquivo pessoal
O Acre tem sete pontos de monitoramento em cota de alerta máximo por conta da seca de rios nesta terça-feira (31), segundo dados de acompanhamento hidrometeorológico divulgados pela Defesa Civil estadual e Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
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Conforme o monitoramento, os principais rios de Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Rio Branco, e Sena Madureira, além dos pontos de monitoramento do Ramal Espalha (na região do Seringal Belo Horizonte) e Riozinho do Rola, ambos também na capital, registraram níveis abaixo das cotas de alerta e alerta máximo.
O Rio Abunã, na cidade de Plácido de Castro, está em situação de alerta, enquanto o status de Feijó é de observação.
No dia 16 de outubro, após o pedido de ajuda ao governo federal, o secretário nacional de proteção e Defesa Civil, Wolnei Barreiros , reconheceu a situação de emergência nos 22 municípios do Acre devido à seca extrema.
Para 2023, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica do governo dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), a estimativa é que o El Niño tenha uma das ocorrências mais intensas dos últimos 70 anos.
“De acordo com as previsões meteorológicas do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM) e dos modelos climáticos, a situação de escassez de chuvas vai perdurar pelos próximos noventa dias. A tendência para o agravamento da diminuição do nível dos rios e para o aumento dos focos de calor. Considerando os prejuízos econômicos e sociais à população afetada e a imperiosidade de se resguardar a dignidade da pessoa humana, com o atendimento de suas necessidades básicas; o risco de prejuízo pedagógico e de insegurança alimentar e nutricional aos alunos da rede pública estadual de ensino dos municípios mais afetados pela seca, ocasionado por eventual suspensão das atividades escolares, ante a impossibilidade de acesso ao estabelecimento de ensino”, pontuou o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista.
Sete pontos de monitoramento estão em alerta máximo no Acre
Reprodução
Alerta máximo
Rio Acre segue abaixo dos dois metros na capital
Odair Leal/Secom-AC
No panorama geral dos municípios, a pior marca foi atingida em Sena Madureira, onde o Rio Iaco segue abaixo de um metro, com 78 centímetros. O rio teve uma redução de nove centímetros em relação à segunda-feira (30), quando marcou 87 centímetros. Para comparação, a cota de alerta é de 2,20 metros, enquanto a de alerta máximo é de 2 metros.
Apesar da situação preocupante, o coordenador da Defesa Civil Carlos do município Carlos Dávila afirma que o município não enfrenta problemas no abastecimento de água, e acredita que deve começar a chover regularmente em breve.
“Teve uma redução em relação a ontem [segunda-feira, 30], mas não estamos tendo problema, não está faltando água, está tudo na normalidade. Na verdade, a Saneacre deve estar tendo mais facilidade em distribuir água agora do que em outros períodos. Em 2018, ele [o Rio Iaco] já chegou a 46 centímetros”, explica.
Na capital acreana, o nível do Rio Acre segue abaixo de dois metros, e marcou 1,44 metro na medição das 6h desta terça-feira (31). Apesar de seguir em alerta máximo, o nível registrado no último dia do mês representa um aumento de sete centímetros em relação ao do dia 1º, quando o rio marcou 1,37 metro.
Ainda em outubro, o Rio Acre chegou ao pico de 1,86 metro na capital, no último dia 19.
Falta de água
Escassez de água faz prefeito de cidade do Acre assinar decreto de calamidade pública; seca atinge mais de 18 mil pessoas
Saneacre
A seca do Igarapé Encrenca, de onde é captada a água que abastece toda a cidade de Epitaciolândia, no interior do Acre, fez com que o prefeito Sérgio Lopes assinasse o decreto de calamidade pública na última quinta-feira (26).
O documento foi publicado no Diário Oficial do Estado em edição extra na sexta-feira (27). Segundo a Serviço de Água e Esgoto do Estado do Acre (Saneacre) , a seca já impacta no abastecimento de toda a cidade, que, antes conseguia fazer o ciclo de abastecimento em dois dias, mas agora esse período se estendeu para seis dias.
Para tentar amenizar os reflexos da seca, uma força-tarefa é feita na cidade com a união do Corpo de Bombeiros, que tem abastecido postos de saúde e escolas, e há previsão da chegada de carros-pipas cedidos pela Defesa Civil Estadual, que devem pegar água em Brasileia para abastecer Epitaciolândia.
A população da cidade de Epitaciolândia (AC) chegou a 18.757 pessoas no Censo de 2022, o que representa um aumento de 24,22% em comparação com o Censo de 2010. No decreto assinado por Sérgio Lopes, ele considera “as dificuldades para abastecimento de água tratada na cidade, atingindo mais de 18 mil habitantes, seja nas casas ou em órgãos públicos, e funções essenciais.”
O documento também cita ausência de chuvas na cidade e que o município vai precisar de apoio financeiro para arcar com os custos das ações básicas de assistência. No mesmo texto, ele criou o gabinete de crises para a tomada de decisões.
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