Mototaxistas pedem justiça por morte de colega que foi atropelado enquanto trabalhava em Rio Branco


Serralheiro dirigia alcoolizado quando atingiu Lucas dos Santos, que morreu antes de ser socorrido. Grupo se reuniu para pedir justiça após morte de mototaxista em Rio Branco
Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre
Colegas de profissão do mototaxista Lucas Fernandes dos Santos, de 25 anos, se reuniram na manhã desta quinta-feira (11) no ponto onde ele trabalhava, ao lado da Urap Roney Meireles, no Adalberto Sena, em Rio Branco. O jovem morreu após ser atropelado por um carro em alta velocidade nesse domingo (7) enquanto trabalhava em Rio Branco.
Santos trabalhava como mototaxista há 3 anos e deixou um filho de 4 anos, além da esposa.
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Mototaxista morre atropelado enquanto trabalhava em Rio Branco
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Motorista que atropelou e matou mototaxista no AC já respondeu por crime de trânsito, ameaça e violência doméstica
Lucas dos Santos (à esquerda) morreu após carro dirigido por Josemar da Silva (à direita) o atingir em alta velocidade
Arquivo pessoal e reprodução
Com o impacto da batida, o mototaxista foi arremessado até uma mureta na calçada e morreu no local antes mesmo de receber socorro. Um vídeo de câmera de segurança flagrou o momento do acidente. O corpo do rapaz foi enterrado ainda no domingo (7) e não chegou a ser velado pela família.
Franceildo da Silva é dono da empresa em que o jovem trabalhava e disse que espera uma resposta da justiça rígida com tudo que aconteceu.
“Queremos que a Justiça seja feita porque esse cidadão não cometeu um crime qualquer, ele tirou a vida de um pai de família que estava trabalhando pela madrugada para sustentar sua família. Vimos a ficha dele e já cometeu vários outros crimes. A gente pede que o Ministério Público que tome uma providência por ter deixado uma família desestruturada”, disse.
Vídeo mostra atropelamento que matou mototaxista enquanto trabalhava no AC
Ele conta também como o colega era querido por todos e lamentou que os sonhos dele tenham sido interrompidos por conta de uma irresponsabilidade no trânsito.
“O Lucas era um menino exemplar dentro da empresa, trabalhador, que tinha muitos sonhos e tudo isso foi interrompido. Estava planejando terminar a casa própria, era feliz por ser mototaxista e tinha tudo pela frente. Se dava bem com todo mundo, não tinha problemas com os clientes. Era um menino 100% exemplar dentro da empresa”, relembra.
Eriberto da Silva, presidente do Sindicato dos Mototaxista do Acre, disse que a morte do colega mostra a vulnerabilidade da profissão.
A verdade é que queremos que seja cumprida a lei. Uma pessoa dessa coloca em risco a sociedade, qualquer cidadão que esteja em via pública. Geralmente, as pessoas não respeitam, o motociclista sempre é fechado no trânsito e sempre estamos correndo risco e passando por esse constrangimento”, completou.
Motorista tem vasta ficha criminal
Vídeo mostra momento em que motorista é preso após atropelar e matar mototaxista no Acre
A certidão de antecedentes criminais do serralheiro Josemar dos Santos Silva, de 38 anos, que foi preso por atropelar e matar o mototaxista mostra uma vasta ficha de crimes dos quais já respondeu na Justiça.
Conforme o documento, Silva já respondeu por crime de trânsito, em 2009; crime de ameaça em 2010, 2015 e 2019; violência doméstica contra a mulher, em 2018; desobediência e desacato em 2012.
Após atropelar o mototaxista, ele chegou a fugir do local, mas voltou cerca de uma hora depois e foi preso em flagrante. A polícia informou que ele se negou a fazer teste de bafômetro e foi levado à Delegacia de Flagrantes (Defla).
Ao ser interrogado na Defla, Silva limitou-se a confirmar que, na madrugada do domingo (7), estava dirigindo seu veículo por volta das 3h e, em seguida, preferiu permanecer em silêncio.
No entanto, em entrevista ao g1 nessa segunda (8), o advogado dele, Robson de Aguiar de Souza confirmou que Silva disse ter ingerido bebida alcoólica antes do acidente, mas que não lembrava do que tinha acontecido.
Ele passou por audiência de custódia nessa segunda e teve a prisão convertida em preventiva.
Carro que atropelou mototaxista ficou com a frente destruída após impacto
Reprodução
O que diz a defesa
Segundo a defesa, o motorista tinha ficado com a filha doente em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) durante dois dias e não dormia direito. No domingo, ele aceitou o convite de um sobrinho para beber. A batida ocorreu quando ele voltava para casa.
“Atendeu um convite do sobrinho e ingeriu um pouco de bebida alcoólica. Falou que sim [que estava alcoolizado]. Não lembra do acidente, achou que tivesse batido em um buraco ou algo parecido, mas não em uma pessoa”, disse a defesa.
Colaborou Eldérico Silva, da Rede Amazônica Acre.
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