Desastre aéreo: um mês após trágico acidente, investigações continuam e três corpos seguem no IML no AC


Queda de avião que matou 12 pessoas aconteceu em 29 de outubro deste ano. Investigações seguem pelo Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Desastre aéreo: um mês após trágico acidente investigações continuam e três corpos seguem no IML no AC
Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre
O trágico acidente aéreo que matou 12 pessoas em Rio Branco no dia 29 de outubro deste ano segue em investigação pelo Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), mas sem muitas respostas sobre o que aconteceu naquele domingo, quando passageiros e tripulação saíram do aeroporto Plácido de Castro, em Rio Branco, até o aeroporto João Fonseca, em Envira (AM).
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Durante o trajeto, os passageiros fariam uma parada em Eirunepé (AM), onde algumas pessoas desembarcariam. No primeiro relatório feito pelo centro, o Cenipa destaca que:
“não busca o estabelecimento de culpa ou responsabilidade, tampouco se dispõe a comprovar qualquer causa provável de um acidente, mas elabora hipóteses que permitem entender as circunstâncias que podem ter culminado na ocorrência e, desta maneira, propõe a implementação de medidas por meio de Recomendações de Segurança, com o objetivo de evitar a recorrência de acidentes aeronáuticos e de viabilizar o aprimoramento da segurança de voo e a consequente preservação de vidas”, diz o documento.
As novas informações trazem alguns detalhes até então não divulgados. São eles: o peso máximo da decolagem do avião, que é 3.969kg. A matrícula do avião, que já era conhecida, PTMEE, modelo 208B, modelo ICAO C208, fabricante Cessna Aircraft de 1993.
“A aeronave decolou do aeródromo Plácido de Castro (SBRB), Rio Branco, AC, com destino ao aeródromo João Fonseca (SNRH), Envira, AM, a fim de realizar transporte de passageiros, com 02 (dois) tripulantes e 10 (dez) passageiros a bordo. Após a decolagem, a aeronave veio a colidir contra o solo”, destaca.
O documento não tem mais detalhes das investigações e está com o status ‘em andamento’.
Vítimas de acidente de avião no Acre (8)
Reprodução/Arte g1
Quem são as vítimas?
Jamilo Motta Maciel, de 27 anos, era dentista e morava em Eirunepé;
Raimundo Nonato Rodrigues de Melo, de 32 anos, morava em Eirunepé. Ele era dentista e estava na capital acreana para fazer um curso;
Francisco Aleksander Barbosa Bezerra, de 29 anos. Também de Eirunepé, ele trabalhava como vigilante de carro forte e deixa uma filha de 7 anos;
José Marcos Epifanio, de 46 anos. Natural de Envira, ele era irmão de Antônio Cleudo, que também morreu no acidente, e empresário do ramo de combustíveis.
Clara Maria Vieira Monteiro (filha) e Ana Paula Vieira Alves, de Eirunepé. A mãe tinha 19 anos e a criança, 1 ano e 7 meses.
Cláudio Atílio Mortari (piloto) – Ele era natural de São Paulo, mas também morava em Itaituba, no Pará. De acordo com trabalhadores da empresa, Cláudio morava no Pará desde a década de 80;
Edineia de Lima – Servidora do município de Envira, segundo nota divulgada pela prefeitura do município;
Antônio Cleudo Mattos – Natural de Envira, no Amazonas, tinha 46 anos. Era irmão de José Marcos, e também era empresário do ramo de combustíveis.
Todas as nove vítimas acima foram identificadas e os corpos liberados. Já outras três permanecem no Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco e passam por análise de DNA, um procedimento cauteloso e demorado devido ao estado que os corpos ficaram. Nesses casos, urnas foram enviadas simbolicamente para os velórios coletivos feitos nas cidades das vítimas.
Dos três corpos, o IML confirmou a identificação de dois deles na tarde desta terça-feira (28). Kleiton Lima Almeida e Antônia Elizângela foram identificados após extração de material de DNA dos restos mortais. Agora, o IML inicia o procedimento de expedição de certidões de óbito e liberação para a família.
A equipe de peritos do Instituto de Análises Forenses (IFA) continuam trabalhando na identificação de Francisco Eutimar.
Os corpos que ainda precisam ser liberados são:
Kleiton Lima Almeida (copiloto), de 39 anos, nasceu e morava em Itaituba, no sudoeste do Pará. Ele tinha se tornado pai há um mês, segundo a irmã, Gardeny Lima.
Antônia Elizângela era natural de Envira, no Amazonas. Segundo nota divulgada pela prefeitura do município, ela era pecuarista.
Francisco Eutimar era natural de Eirunepé, no Amazonas, tinha 32 anos.
Táxi-aéreo é muito usado na região Norte
Richard Lauriano/Rede Amazônica Acre
Como funciona o táxi-aéreo
Uma particularidade de alguns estados do Norte é o fato de existir algumas cidades isoladas, onde só é possível chegar de barco ou em pequenos aviões – um serviço que é ofertado por diversas empresas que fazem táxi-aéreo entre essas cidades. No entanto, durante uma seca severa, como a registrada este ano, o acesso a essas cidades por barco fica mais difícil, podendo levar cinco dias ou mais, dependendo do destino. Então, a única alternativa acaba sendo o transporte aéreo.
Foi em um desses voos em que ocorreu o trágico acidente em Rio Branco que matou 12 pessoas no último domingo (29). Apesar de ser, muitas vezes, a última alternativa para chegar aos municípios isolados, o serviço de táxi-aéreo não é tão acessível. O valores praticados variam de acordo com os trechos, mas, em uma média, o passageiro gasta mais de mil reais.
Táxi-aéreo diferencia-se das grandes empresas aéreas por não terem voos regulares para destinos predefinidos, com dias e horários marcados. Haja passageiros ou não a empresa aérea regular é obrigada a realizar o voo.
“Já o táxi-aéreo é um serviço por demanda, contratado para a execução de um voo específico com data e hora agendada pelo contratante. Além do contratante só vai quem ele autorizar (convidado). O táxi-aéreo não vende passagem em voo fretado. A ocupação dos assentos é de responsabilidade do fretador”, explica Roberto Peterka, especialista em segurança de voo.
Segundo o especialista, existe a possibilidade de um táxi-aéreo operar como linha aérea, porém essa condição deve ser autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e constar nos seus Certificado de Operador Aéreo e Especificações Operativas devendo, necessariamente atender os requisitos do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil das empresas aéreas regulares (datas e horários de voos predefinidos, loja de vendas de passagens onde operar, pessoal de apoio e recepção de passageiros, entre outros). Além de realizar esses voos nos dias e horários programados independente do número de passageiros a bordo.
Veja a origem e o destino da aeronave que caiu em Rio Branco (AC).
Ighor Costa/g1
Local onde o acidente caiu
O voo que caiu no Acre era particular, da empresa ART Taxi Aéreo, e decolou de Rio Branco com destino a Envira, no Amazonas. A aeronave modelo Caravan tinha capacidade para até 14 pessoas e caiu por volta das 7h21 no horário local (9h21 em Brasília), logo após a decolagem. A queda foi seguida de uma explosão em uma área de mata próximo ao aeroporto.
No local, dias após o acidente, ainda era possível ver muita fumaça e destroços. Além disso, havia sacas de alimento, como batata, linguiça e outros sacos que estavam sendo transportados junto aos passageiros.
VÍDEOS: Acidente aéreo no Acre

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