Alta nos casos de dengue leva Uraps a atenderem até 400 pacientes por dia com sintomas em Rio Branco


Duas Uraps foram escolhidas para serem referência nos casos de dengue na capital acreana. 779 casos da doença foram confirmados no ano passado, e o aumento no fim de 2023 acende alerta para período de inverno. Média de atendimentos de sintomas de dengue já ficou próxima de 600 casos diários, e agora está em 400
Reprodução/Rede Amazônica Acre
A dona de casa Luzenilda Costa já teve dengue 3 vezes, e voltou a apresentar sintomas da doença. Ela foi até uma Unidade de Referência em Atenção Primária (Urap) e precisou fazer um hemograma. Na casa dela, outra pessoa também está com dengue. Luzineide diz que está sempre atenta para não deixar o mosquito se proliferar em sua casa.
“Eu tenho cuidado com as coisas, com esse negócio de água nos vasos. Não tem [focos do mosquito]”, resume.
A servidora pública Kátia Regina levou a mãe à Urap Roney Meireles, porque a idosa estava apresentando sintomas de dengue e sangramento nasal, e conta que o atendimento na primeira unidade que procurou não foi satisfatório.
“Porque lá na UPA da Sobral, estão mandando os pacientes para casa sem atendimento. Agora, a médica fez todos os exames clínicos na minha mãe, passou a medicação, porque ela estava com falta de ar. A sensação que eu tive, de que minha mãe não iria reagir, agora, graças à gestão dessa unidade, minha mãe está bem melhor, está respirando, está andando, e está até comendo, porque ela não estava”, relata.
Desde o mês de dezembro as Uraps Claudia Vitorino e Roney Meireles passaram a ser referências no atendimento de sintomas de dengue na capital acreana. A diretora da unidade Roney Meireles relata que nas primeiras semanas, diariamente, eram feitos entre 500 e 600 atendimentos. Atualmente, o número apresentou redução, mas os atendimentos continuam na média de 400 por dia.
“Por dia, está dando de 15 a 20 casos positivos por dia. Agora, para dengue, está em mais de 30 pessoas”, explica.
De acordo com a secretaria municipal de saúde, não só as unidades de referência, mas todas na capital estão prontas para atender as pessoas com dengue. As unidades adaptaram seus protocolos para garantir o atendimento, como explica a responsável técnica de enfermaria Ártea Carvalho.
“Dependendo do estado do paciente, a gente manda para enfermaria os casos mais leves, e casos moderados ou graves a gente manda para o médico. O enfermeiro faz a medicação, faz as orientações e solicita o hemograma. Se o hemograma der alteração, a gente manda para o médico, que solicita os outros exames”, ressalta.
Unidades de referência atendem até 400 pacientes por dia com sintomas da dengue
Mais de 770 casos em 2023
Agentes de combate ao mosquito da dengue em Rio Branco
Murilo Lima/Arquivo/Rede Amazônica
Mais de 770 casos de dengue foram confirmados em Rio Branco entre 1º de janeiro e 12 de dezembro de 2023, segundo aponta um boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). De acordo com o levantamento, 9.123 casos foram notificados no período, e 779 testaram positivo. Ainda há 510 casos em investigação, e não houve óbitos causados pela doença no ano passado.
O boletim chama atenção para o crescimento da curva de notificações a partir da semana epidemiológica nº 43, a última semana do mês de outubro, o que indica risco de epidemia de dengue.
Casos de dengue começaram a crescer no fim do mês de outubro, e a Semsa vê risco de epidemia
Reprodução
Em meio a esse cenário, a Semsa iniciou nesta quarta-feira (3) um mutirão com 130 agentes de endemias e mais de 100 servidores da zeladoria municipal para conscientizar sobre os riscos da doença e fazer a limpeza de ruas e quintais.
O primeiro bairro escolhido para a ação foi o Sobral, e a ação deve continuar ao longo do mês de janeiro. A secretária Sheila Andrade ressalta que é preciso que os moradores colaborem com a ação e permitam a entrada dos agentes.
“É preciso que a população entenda que ela tem um papel fundamental na prevenção. Muitas pessoas não permitem que os nossos agentes entrem em suas casas, e não têm o cuidado que a gente sempre está falando. A gente precisa entender e respeitar o nosso período do inverno amazônico, que é onde há probabilidade maior de crescimento do mosquito da dengue. Todo e qualquer lugar, por menor que seja, como uma tampinha de garrafa PET, eles conseguem depositar os seus ovos. Então, nós precisamos entender que dengue é uma doença grave, a dengue mata. Se a gente não se cuidar, o município de Rio Branco pode ter uma epidemia entre janeiro e fevereiro, muito forte, e muitas pessoas podem vir a óbito”, declarou.
Ainda conforme o boletim epidemiológico, 54% dos casos de dengue foram diagnosticados em mulheres, contra 46% em homens. O bairro de Rio Branco com maior número de casos confirmados é o Belo Jardim, com 51. Confira a lista abaixo:
Belo Jardim – 51 casos
Vila Acre – 46 casos
Cidade do Povo – 34 casos
Vitória – 29 casos
Taquari – 26 casos
São Francisco – 23 casos
Belo Jardim II – 18 casos
Calafate – 17 casos
Cidade Nova – 16 casos
Eldorado – 16 casos
Santa Helena – 16 casos
Santa Inês – 16 casos
Conquista – 15 casos
Nova Estação – 13 casos
Tucumã – 13 casos
Além da dengue, outros 15 casos de chikungunya e sete de zika vírus também foram confirmados no ano passado.
VÍDEOS: g1

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