Devido a alta na ocupação de UTIs, Saúde anuncia abertura de mais 14 leitos em unidades do Acre


Secretário Pedro Pascoal ressalta que a criação dos leitos não se deve ao crescimento de casos de dengue, e que não há pacientes com casos graves da doença internados em UTIs. Em entrevista coletiva, o secretário de Saúde Pedro Pascoal ressaltou que a ampliação de leitos não se deve a casos de dengue
Richard Lauriano/Rede Amazônica Acre
Devido à alta ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em hospitais e unidades de saúde do estado, a Secretaria de Saúde (Sesacre) anunciou a abertura de 14 leitos no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into-AC) e Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre). A Fundhacre, que atualmente tem 10 leitos, vai receber seis novas unidades. No Into, serão criados oito leitos.
No caso do Into, além dos leitos a serem criados, a unidade receberá a transferência de 10 leitos da Fundhacre para que o espaço das UTIs seja reformado. Portanto, o Into ficará, provisoriamente, com 18 leitos de UTI, sendo oito fixos.
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De acordo com a Sesacre, nesta quinta-feira (18), o estado possui 67 leitos de UTI adulto, sendo que 61 estão ocupados. No Hospital Santa Juliana, todas as 20 unidades estão ocupadas. Dos 75 leitos de UTI infantis, sendo cinco ocupados no pronto-socorro, mesma quantidade no Hospital da Criança Iolanda Costa e Silva, onde 36 dos 50 leitos pediátricos também estão ocupados.
Em entrevista coletiva nesta quinta, o secretário Pedro Pascoal ressaltou que a alta ocupação dos leitos de UTI não se deve ao crescimento da dengue desde o fim do ano passado, e que não há pacientes da doença sendo tratados em UTIs. A alta ocupação, na verdade, se deve a pacientes em período pós-operatório e pacientes com infecções.
“Mas pontuamos que essa alta ocupação de leitos não é decorrente da dengue. Nossos pacientes, a maioria é de pacientes pós-operatórios, pacientes clínicos, como pneumonia, infecção generalizada, distúrbio endócrino. Hoje, pontualmente, não temos em nenhuma UTI nossa, paciente internado por quadro de dengue grave, e que essa ação de ampliação nossa, mostra-se como uma necessidade. De 40% a 50% desses pacientes são pós-cirúrgicos, em decorrência do nosso aumento de taxas de cirurgias eletivas”, explicou.
O secretário também ressaltou aumento nas notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAGs) entre o fim de 2023 e as primeiras semanas de 2024, e aponta que a ampliação de leitos vai permitir uma melhor resposta da saúde pública no atendimento a pacientes com quadros mais delicados, como idosos e crianças.
“Com o aumento dessas cirurgias, precisamos de retaguarda para que esses pacientes se recuperem o mais breve possível. Esse movimento de ampliação de leitos é para que o nosso programa de cirurgias eletivas não seja prejudicado”, acrescentou.
Plano de contingência contra arboviroses
Durante a coletiva, a Sesacre também divulgou um plano de contingência que só será ativado quando a taxa de infecções chegar a limites considerados críticos. Em 2024, conforme dados da secretaria, o Acre já teve 37 casos confirmados de dengue e outros 670 são classificados como prováveis.
Também foram registrados 118 casos de febre oropouche. Chikungunya, zika e febre mayaro não tiveram casos registrados até o momento.
Porém, com o cenário já preocupante, o secretário afirmou que medidas já estão sendo desenvolvidas dentro do plano, como o levantamento de áreas com maior incidência de arboviroses. De acordo com Pascoal, um monitoramento em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Ministério da Saúde está sendo feito no estado, e mostrou que em uma das análises 50% de testes negativos para dengue acabaram apontando febre oropouche após nova testagem.
O secretário também argumentou que as unidades de saúde estão estruturadas para atender a demanda. Ele também citou o decreto de situação de emergência, que tem o objetivo de chamar a atenção do governo federal e garantir recursos para os municípios.
“Então, já há a nível de Ministério da Saúde tendo o Acre como um dos estados de estudo para que a gente consiga traçar ações mais fidedignas. O que precisa ser destacado é que as nossas unidades 24h têm toda uma estrutura com médicos com exames e pronto socorro no caso de pacientes graves. Mas, esses são a minoria, a sintomatologia, eles podem ser atendidos nas unidades básicas de saúde, com salas de hidratação. Essa ação está sendo desenhada com os municípios, e nós teremos uma reunião para deixar pactuado o plano de ação entre estado e município”, finalizou.
Colaborou o repórter Richard Lauriano, da Rede Amazônica Acre.
VÍDEOS: g1

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