Dupla acusada de matar adolescente a tiros em Rio Branco vai a júri popular


Crime ocorreu no último dia 21 de maio de 2023 no bairro Belo Jardim. Denúncia foi aceita pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Justiça aceita denúncia contra dupla acusada de matar adolescente com tiro na cabeça em Rio Branco
Reprodução
Os dois acusados pela morte do estudante Jorge Luis Sousa Lino, de 15 anos, em maio do ano passado, vão a júri popular. O adolescente foi assassinado a tiros na Travessa do Pescador, bairro Belo Jardim, na região do 2º Distrito de Rio Branco. A mãe dele, de 40 anos, também foi ferida na ação dos criminosos.
Em junho, o juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar aceitou denúncia contra Antônio Eules de Souza Gama Borges e Patrick Lima Oliveira e deu um prazo de 10 dias para eles respondessem às acusações. O g1 não conseguiu contato com as defesas dos acusados.
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Na pronúncia, publicada no dia 10 de janeiro, o juiz Danniel Bomfim ressaltou que a decisão não se trata de prévia condenação, mas sim decisão sobre a materialidade do crime e indícios suficientes de autoria. Além de laudos anexados à denúncia, o magistrado também citou relato de testemunhas.
Borges e Oliveira responderão por homicídio qualificado e três tentativas, além de receptação, adulteração de placa, porte de arma de fogo de uso permitido e integrar ou promover organização criminosa.
“A materialidade já restou abordada alhures. Ademais, os crime conexos se mostram em total sintonia com a prova oral colhida nos autos, posto que o veículo roubado e os armamentos foram possivelmente utilizados pelos acusado na execução da vítima, a qual se motivou pelo conflito entre organizações criminosas”, acrescentou.
Jorge Luis Sousa Lino, de 15 anos, foi morto a tiros
Arquivo pessoal
Crime
A dupla foi presa após o crime por policiais militares em um carro que tinha sido roubado no dia 16 de maio. Com eles, a polícia encontrou ainda duas armas de fogo, sendo uma pistola e um revólver, além de munições. Eles seguem no Complexo Penitenciário de Rio Branco.
Após a prisão, segundo a polícia, os dois disseram que deveriam matar alguém “aleatoriamente” a mando de uma facção.
Mãe cara a cara com assassino
A mãe do adolescente, que também foi ferida na ação, disse em depoimento que saiu de casa por volta das 9h do 21 de maio para ir até a casa do pai acompanhada do filho de 15 anos, Jorge Luis. No caminho, ela encontrou seu outro filho de 23 anos, que entregou uma sacola de pão para o irmão. Logo em seguida, a mulher, que não terá o nome revelado, contou que chegou um carro branco com dois homens armados.
“Começaram a correr atrás do filho mais velho dela e do amigo dele que estava junto. Mas, os dois conseguiram fugir e então o bandido voltou e atirou contra Jorge Luis, que caiu no chão”, disse.
A mulher correu para ajudar o filho que estava baleado e mais uma vez o suspeito voltou e atirou na nuca do adolescente. “Deu um tiro na nuca para ter certeza que seu filho estava morto. Ela abaixou para abraçar seu filho, momento em que o assassino apontou a arma para a mulher e atirou nela”, consta no depoimento.
A vítima contou ainda que demorou a perceber que estava ferida nas costas. “Ela não faz ideia do motivo para que alguém quisesse matar o seu filho, pois ele não era envolvido com crime e frequentava a igreja. Ela pôde ver bem quem eram os bandidos, pois olhos nos olhos deles quando mataram seu filho e viu quando ele apontou a arma para ela.”
O que dizem os acusados
Antônio Eules de Souza Gama Borges – 21 anos
O acusado é natural de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, confessou o crime após a prisão. Em depoimento, ele disse que no dia anterior ao crime, 21 de maio, foi procurado por membros de uma determinada facção criminosa para que dirigisse o carro para um crime que seria cometido no bairro Belo Jardim. Borges deixa claro ainda que não havia um alvo específico, mas que deveriam passar pelo bairro Belo Jardim atirando e para matar alguém que “parecesse ser de uma facção rival”.
O acusado foi até o bairro Panorama, onde buscou o veículo usado no crime, em seguida foi buscar o comparsa. “O interrogado estava com um revolver calibre 38, com duas munições, e Patrick estava com uma pistola 9 mm. Que então estavam transitando pelo Belo Jardim quando viram um grupo de rapazes e decidiram atacá-los. Que então pararam o carro e o Patrick desceu com a arma na mão e começou a atirar. O interrogado alega que deu um disparo de dentro do carro apenas para o alto”, disse no depoimento.
Borges disse ainda que não viu o nomento que o comparsa matou o adolescente. “Que o alvo seria o rapaz maior do grupo, mas ele conseguiu fugir. Então Patrick voltou e atirou no menor, mas achava que ele havia ido pegar o chinelo.”
Para a polícia, eles disseram que deveriam matar alguém “aleatoriamente” a mando de uma facção ao crime e foi “contratado” apenas para dirigir. O acusado já tem passagem por receptação e quando menor respondeu por ato infracional equivalente ao crime de furto.
Patrick Lima Oliveira – 20 anos
Apontado pelo comparsa como o executor, o suspeito preferiu ficar em silêncio e não deu sua versão na delegacia.
VÍDEOS: g1

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