Com quase 10 mil casos de síndromes gripais e respiratórias, Saúde do Acre anuncia abertura de leitos hospitalares


Novos leitos vão ser instalados no PS, Into-AC, Hospital da Criança e no Hospital Santa Juliana. Novos leitos vão ser instalados no PS, Into, Hospital da Criança e no Santa Juliana
Odair Leal/Sesacre
Entre o mês de janeiro e o dia 13 de maio, o Acre já registrou 9.852 casos de síndromes gripais e respiratórias. O total é 28,9% maior que o número de casos atendidos no mesmo período de 2022, quando foram 7.643. Para garantir a assistência necessária à população neste período sazonal, a Secretaria de Saúde Estadual (Sesacre) anunciou a abertura de leitos em unidades de saúde de Rio Branco.
Os novos leitos vão ser instalados nas seguintes unidades:
Hospital da Criança – previsão de instalação de 15 leitos de enfermaria, 10 de semi-intensiva pediátrica e 5 de semi-intensiva neonatal;
Pronto-Socorro de Rio Branco – 5 leitos na sala vermelha, 12 leitos na semi-intensiva e 15 leitos na clínica médica;
Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC) – 10 leitos pediátricos;
Hospital Santa Juliana – 10 leitos.
Conforme a Sesacre, os leitos vão começar a ser instalados em breve, de acordo com a necessidade e urgências.
“Nosso sistema de saúde está conseguindo atender aos números de casos que estão aparecendo, estamos fazendo uma previsão. Não podemos aumentar se não tiver demanda. Então, a gente já está se preparando”, explicou o coordenador do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública, Edvan Ferreira.
O coordenador comentou ainda sobre o aumento de casos de gripe e doenças respiratórias em diversas regiões do país. Ele destacou que a situação era esperada por conta da sazonalidade que o Brasil passa e foram feitos estudos visando a capacidade de aumento de leitos, reorganização de protocolo e reestruturação da rede de atenção em saúde.
“A questão é nos organizarmos, passarmos para a população aquilo que é necessário para que também façam etiquetas sanitárias, a vacinação que é essencial para que possamos quebrar a transmissão da doença. Todos os anos esperamos esses casos porque a gravidade depende muito de cada pessoa, se tomou a vacina, se a pessoa tem alguma comorbidade”, frisou.
No passado, até o mês de junho, o Acre registrou 10 mortes de crianças vítimas de Síndromes Respiratórias Graves (Srag). O número de mortes e atendimentos expôs a falta de estrutura dos hospitais para atender crianças, já que o PS era a referência para atendimentos graves na capital.
Pais das crianças acusaram o Estado de negligência e denunciaram falta de estrutura e medicamentos nessas unidades.
Pronto-Socorro é a unidade de refefência para atender casos de alta complexidade
Júnior Aguiar/Secom
Complexidades
Ferreira acrescentou que a rede de saúde foi dividida em três níveis de complexidade para garantir o atendimento aos moradores:
Pronto-Socorro: atende a alta complexidade, que são os casos mais graves;
UPAs: atendem os casos de média complexidade;
Unidades Básicas de Saúde (UBS): atendem a baixa complexidade de síndrome gripal com sinais mais leves, dor na garganta, febre com a dor no corpo sem a falta de ar.
Ele pediu também que as pessoas que estão com sintomas gripais ou de outras doenças respiratórias que usem máscara descartáveis e o álcool em gel para evitar contaminarem outras pessoas, principalmente aquelas dos grupos de risco.
“Os números de casos que evoluem para óbito sempre são de crianças não vacinadas, que não têm um bom desenvolvimento, sem pré-natal correto, ou idosos que já têm o sistema imunológico fragilizado, que, às vezes, têm uma comorbidade, seja hipertensão, diabetes ou alguma outra doença associada”, pontuou.
Vacinação contra influenza é aberta ao público geral
Outra forma de evitar a contaminação é estar com a vacinação em dia. No último dia 15, o Ministério da Saúde ampliou a vacinação contra a Influenza para o público acima dos 6 meses. Até então, apenas os grupos prioritários estavam recebendo a vacina no Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o coordenador Edvan Ferreira, o público-alvo do Estado é 300 mil pessoas, contudo, até o momento apenas 14% tomaram a vacina, cerca de 42 mil pessoas. A baixa procura preocupa a rede de saúde.
“Isso é muito preocupante porque a vacina faz com que a pessoa adquira imunidade. Você tendo imunidade não evolui para um caso grave, então, pedimos encarecidamente que a população procure uma unidade de saúde e se vacine contra a a influenza. Toda população acima de 6 meses pode ser vacinar e se tiver com sinais de síndrome gripais tome os cuidados”, concluiu.
Colaborou a repórter Agatha Lima, da Rede Amazônica Acre.
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