Após mais de um mês, empresa recupera embarcação que levava máquinas e naufragou em rio no AC


Mesmo com a retirada, equipamentos ainda não chegaram ao município de Jordão, no interior do Acre, por conta da seca de rios na região. Prefeito Naudo Ribeiro informou que a carga deve passar por limpeza e manutenção. Balsa que carregava máquinas e naufragou no Rio Tarauacá foi recuperada nessa terça-feira (30)
Divulgação/Prefeitura de Jordão
Mais de um mês após a balsa que levava máquinas naufragar no Rio Tarauacá, o prefeito do município de Jordão, Naudo Ribeiro, anunciou que a empresa responsável pelo transporte conseguiu retirar a embarcação e os equipamentos nessa terça-feira (30).
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Porém, segundo o prefeito, a carga ainda não chegou ao município pois o rio está em período de seca, e o baixo nível das águas prejudica o tráfego. Jordão é uma das cidades mais isoladas do Acre e só é possível chegar ou sair de avião de pequeno porte ou barco, o que impossibilita alternativas para o transporte de passageiros e cargas.
“Ontem [30] a empresa conseguiu levantar a balsa com as máquinas ainda em cima. Mas, elas não chegaram ainda no município. Já estão fora d’água, já em cima da balsa. Depende de água pra chegar, e agora o rio não está dando condições da balsa subir”, explicou o prefeito.
Ainda de acordo com o gestor, os equipamentos passarão por limpeza e revisão por um mecânico autorizado pelos fabricantes para então poderem ser utilizados em obras públicas.
Balsa que levava máquinas para Jordão naufragou no Rio Tarauacá, que enfrenta estiagem no mês de maio
Arquivo pessoal
Naufrágio
A balsa que levava máquinas para o município de Jordão afundou no Rio Tarauacá no dia 21 de abril seguiu parcialmente submersa desde então. Naudo Ribeiro informou que o município não terá prejuízos financeiros com o acidente, pois a empresa contratada possui seguro para os equipamentos.
“Essas máquinas saíram de Tarauacá, a prefeitura fez um contrato com a empresa, a empresa é responsável por entregar as máquinas no Jordão. Infelizmente houve esse acidente, mas a empresa está tomando todas as providências possíveis, a prefeitura não terá prejuízo. A empresa é responsável pelas máquinas, inclusive a empresa tem seguro. A prefeitura não tem prejuízo nenhum. Só vai demorar mais a receber [as máquinas]”, diz.
Ribeiro destaca que acidentes com embarcações são comuns na região, e que por isso, a prefeitura costuma se resguardar para o caso de possíveis problemas. De acordo com o prefeito, as máquinas seriam utilizadas para obras de infraestrutura na cidade e a empresa deve enviar uma nova embarcação para fazer a entrega, mas ainda sem prazo definido.
Balsa e máquinas ficaram parcialmente submersas no Rio Tarauacá
Daniel Lima/arquivo pessoal
Apuração do MP
O Ministério Público do Acre (MP-AC) investiga se houve vazamento de óleo diesel no Rio Tarauacá após o naufrágio. Segundo a divulgação, as promotorias Cível e Criminal de Tarauacá instauraram procedimentos para investigar o caso e a aplicação de sanções pelos órgãos fiscalizatórios competentes.
Moradores da Reserva Alto Tarauacá teriam relatado que há óleo derramado nas águas. Além de investigar crimes ambientais, as promotorias também apuram também possíveis infrações cíveis e administrativas.
Sobre o possível vazamento de óleo, o gestor afirmou que não foi notificado da apuração do MP-AC e também não tem conhecimento do vazamento. Ribeiro também disse que não foi informado se no momento do resgate das máquinas foi possível detectar algum vazamento.
“Eu não tenho conhecimento, pra prefeitura não chegou, não fui informado. Não tive conhecimento se houve esse derramamento de óleo”, ressalta.
Isolamento
O Rio Tarauacá está em situação de estiagem no mês de maio, e com isso, a cidade vive o risco de desabastecimento de insumos e alimentos, conforme alertou o prefeito Naudo Ribeiro. Em uma rede social, Ribeiro relatou que a seca nessa intensidade é incomum no mês de maio, e dificulta a chegada de produtos, já que as embarcações que levam mercadorias até não conseguem transitar com as águas tão baixas.
Ao g1, Ribeiro informou que conversou com empresários que atuam na região, e a previsão é que falte combustível e gás de cozinha na cidade. Ele explica que com a diminuição do nível das águas, diminui também o tamanho e a capacidade de transporte das embarcações que chegam ao Jordão.
“Chega aqui no máximo 2 mil [kg], em agosto só chega no máximo 1 mil [kg], 1,2 mil [kg], estourando o limite de carga, E os produtos da cesta básica não podem ser estocados por seis meses, porque alguns, a validade é muito pequena. Então, existe essa dificuldade, de além de aumentar o valor por quilo de Tarauacá a Jordão, e diminui a quantidade que é transportada”, avalia.
VÍDEOS: g1

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