Moradores que aguardam entrega de móveis voltam a fazer protesto e trânsito fica congestionado em Rio Branco


Pelo segundo dia consecutivo, moradores do bairro da Paz fecharam a Rua Valdomiro Lopes em protesto pela demora na entrega dos móveis prometidos pela Prefeitura de Rio Branco. Moradores chegaram a fechar a Rua Valdomiro Lopes novamente nesta terça-feira (28)
Aldo França/Rede Amazônica Acre
Pelo segundo dia, moradores do bairro da Paz, em Rio Branco, atingidos pela enxurrada dos igarapés que cortam a cidade e transbordamento do Rio Acre, fecharam a Rua Valdomiro Lopes, no bairro da Paz, em protesto nesta terça-feira (28) contra a demora da entrega dos móveis e eletrodomésticos prometidos pela prefeitura.
A manifestação começou nessa segunda (27), foi suspenso pela noite e voltou na tarde desta terça. A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Rio Branco e não obteve retorno.
Por conta do ato, o trânsito na Estrada Dias Martins e na Avenida Ceará ficou congestionado. Equipes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans) auxiliaram os motoristas durante a interdição da passagem. O ato congestionou também o trânsito em outros pontos da cidade.
O protesto iniciou por volta das 13h desta terça e foi suspenso no início da noite. Novamente, os protestantes usaram móveis velhos, galhos e madeira para impedir a passagem na cabeceira da ponte do bairro.
A autônoma Maria José Lima da Silva disse que, novamente, nenhuma equipe da prefeitura apareceu no local para dar uma explicação da demora na entrega. Ela destacou que um grupo de moradores vai até o Ministério Público do Acre (MP-AC) para denunciar a situação. “Ninguém da prefeitura falar com a gente, passamos o dia no sol com crianças e não aparece ninguém. O combinado é de que vai um grupo no Ministério Público e, caso não deem uma resposta, a gente vai fechar de novo”, afirmou.
Trânsito na Estrada Dias Martins e Avenida Ceará ficou congestionado com protesto
Aldo França/Rede Amazônica Acre
Em abril, após a vazante do Rio Acre e retorno das famílias para suas casas, a prefeitura anunciou que iria destinar R$ 7 milhões para auxiliar as famílias que perderam seus pertences por conta dos desastres naturais ocasionados pela enxurrada dos igarapés e inundação do Rio Acre. O projeto de lei complementar foi entregue na Câmara de Vereadores no dia 5 de abril e votado no mesmo dia.
Suspensão das entregas
No dia 23 de outubro, pelo menos quatro mil famílias receberam móveis e eletrodomésticos da Prefeitura de Rio Branco por meio do Programa Recomeçar. Segundo o prefeito Tião Bocalom, foram entregues camas, colchões, travesseiros, fogões, botijas de gás, televisão, tanquinhos, ventiladores, travesseiros, cama box conjugada de casal e solteiro, guarda-roupas e outros itens.
As famílias beneficiadas foram selecionadas atendendo critérios nacionais para este tipo de situação.
No início de novembro, a seca do Rio Madeira em Rondônia causou o atraso na entrega de móveis e eletrodomésticos que seriam doados às famílias e as doações foram suspensas temporariamente.
Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, a entrega retorna nesta terça-feira (28) no Baixada da Sobral.
Enchente
Após uma forte enxurrada que alagou diversos bairros de Rio Branco no dia 23 de março de 2023, o nível do Rio Acre saltou dos 9,76 metros para 14,65 metros no mesmo dia. Pelo menos 75 mil pessoas foram atingidas, 42 bairros alagados e mais de 3,3 mil famílias que precisaram ser levadas a abrigos públicos.
Neste ano, a maior cota registrada foi de 17,72 metros no dia 2 de abril e esta já é a terceira maior enchente da história desde 1971, quando ele começou a ser monitorado.
No total, mais de 15,4 mil moradores tiveram que deixar suas casas por conta da cheia do manancial. Além disso, 27 comunidades rurais ficaram isoladas, com 7,5 mil pessoas de mais de 1,8 mil famílias.
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