Polícia pede prisão de segundo suspeito de cometer ataque contra assentamento do MST


Pedido de prisão temporária foi realizado neste sábado (11). Agora, o Tribunal de Justiça de SP deve avaliar a solicitação e decidir se vai conceder o mandado de prisão. VÍDEO mostra momento em que suspeito de chefiar ataque a assentamento do MST é preso
A Polícia Civil pediu à Justiça, neste sábado (11), um mandado de prisão temporária contra um segundo suspeito de ter cometido o ataque ao assentamento Olga Benário do MST, em Tremembé (SP). O ataque criminoso deixou dois mortos e seis feridos.
Neste sábado (11), um homem de 41 anos, suspeito de ter chefiado o ataque, foi preso pela Polícia Civil – veja vídeo acima. No boletim de ocorrência, o suspeito foi identificado como Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido na região pelo apelido “Nero do piseiro”. Ele confessou para a polícia que esteve no assentamento, mas negou que tenha atirado contra os moradores – leia mais abaixo.
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De acordo com o boletim de ocorrência, o segundo suspeito de ter envolvimento no ataque ao assentamento é Ítalo Rodrigues da Silva. O homem foi reconhecido por uma das vítimas que estão internadas e também foi identificado pelo suspeito que já está preso, que apontou a participação de Ítalo no ataque.
No boletim de ocorrência, a polícia alega que a prisão temporária de Ítalo é necessária, pois “há elementos informativos no sentido de que Ítalo era um dos autores do grave crime investigado”.
Ainda segundo o documento, “a gravidade do crime, somada a periculosidade do agente (Ítalo), exige que a prisão seja decretada” e “a violência do crime, cometido por disparos de arma, inviabilizando a defesa das vítimas, demonstra a periculosidade atual e a necessidade de medidas constritivas”, argumentou o delegado no pedido.
Agora, o Tribunal de Justiça de São Paulo deve avaliar o pedido de prisão temporária solicitado pela polícia, para decidir se concede o mandado de prisão temporária, que é válido por 30 dias, contra Ítalo.
Consta no b.o. que a polícia chegou a fazer buscas por Ítalo no sábado, mas que o homem não foi localizado.
PF investiga assassinato de 2 pessoas em assentamento do MST no interior de SP
O único suspeito preso, até o momento, é Antônio Martins dos Santos Filho, o “Nero do piseiro”. O homem foi preso no sábado, em uma casa no bairro Santa Teresa, em Taubaté, cidade vizinha de Tremembé.
Em depoimento para a polícia, Antônio contou que estava no assentamento na noite de sexta-feira, quando houve o ataque, mas ele alegou que não atirou contra os moradores.
“Afirmou que realmente foi até o local com uma pessoa de nome ‘Italo’ e outras pessoas que não sabe quem são. Disse que a motivação seria uma briga por um terreno existente no interior do assentamento. Disse que foi até o local tirar satisfação; negou que tenha sido o autor dos tiros”, diz trecho do boletim da polícia.
Com Antônio, uma moto vermelha, que teria sido utilizada no ataque, foi apreendida. A polícia alega que o próprio preso confessou que a moto foi usada no dia e que a moto estava suja de barro.
O g1 acionou o Tribunal de Justiça de SP sobre o caso e aguarda retorno.
A reportagem não conseguiu localizar as defesas de ítalo e de Antônio. A matéria será atualizada caso os advogados se manifestem.
Em coletiva de imprensa, polícia anuncia que prendeu homem acusado de ter chefiado ataque a assentamento do MST no interior de SP
Peterson Grecco/TV Vanguarda
Prisão do 1º suspeito
A Polícia Civil informou que prendeu, neste sábado (11), um homem acusado de ter participado do ataque a um assentamento do MST em Tremembé, no interior de São Paulo. Duas pessoas foram mortas e seis ficaram feridas.
Em entrevista coletiva, Marcos Ricardo Parra, o delegado seccional de Taubaté, informou que o homem preso tem 41 anos e é apontado como a pessoa que chefiou o ataque. No boletim de ocorrência, o suspeito foi identificado como Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido na região pelo apelido “Nero do piseiro”.
Segundo o delegado, os policiais conseguiram chegar até o homem, pois, no momento da invasão, os criminosos não cobriram o rosto. Com isso, o suspeito, que já era conhecido na comunidade, foi identificado por vítimas que estão hospitalizadas e também por testemunhas que presenciaram o crime.
Ainda segundo Parra, o homem foi detido e na delegacia confessou para os policiais que ele participou do ataque no assentamento. Agora, comparsas são procurados por participação no crime. Não há uma estimativa de quantas pessoas cometeram o ataque.
“Ele confessou o crime. Não só confessou, como ele está indicando onde podem ser encontradas as demais pessoas (que participaram do ataque). Além de confessar o crime, ele foi reconhecido por algumas das vítimas e testemunhas. A gente trabalha na condição de certeza da participação dele”, afirmou o delegado seccional Marcos Ricardo Parra.
Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, foram atingidos pelos disparos e não resistiram aos ferimentos.
Divulgação/MST
O delegado alega que o motivo do ataque ainda é investigado, mas que tem relação com uma disputa por um lote do assentamento.
“Com o assentamento fechado que é, eles têm ali um entendimento de existir concordância para a admissão de pessoas novas no local. Até onde a gente apurou, essa concordância não teria acontecido nessa comercialização do terreno”, contou o delegado.
“O homem e seu grupo estariam lá para, num primeiro momento, intimidar, mas, como não intimidou e aconteceu, na verdade, uma repulsa da presença deles lá, a gente tem o nascimento de um confronto envolvendo arma branca e arma de fogo e levou a gente para esse resultado trágico de várias mortes e várias pessoas lesionadas”, completou.
Por fim, o delegado explicou que ainda não foi descoberto se o homem que foi preso queria adquirir o terreno ou se estava fazendo a negociação para um terceiro, mas que o problema teve início por causa da disputa por um lote.
“A motivação foi o problema interno de pessoas do próprio assentamento, entre elas, ou seja, sem nenhuma conotação com invasão ou proteção de terra. Foi uma cobrança de posição em relação à permissão de negociar o terreno ou não. A gente não conseguiu, até agora, entender se ele era o adquirente ou se ele era o intermediário. Seja como for, ele estava lá para modificar o pensamento dos demais”, disse Parra.
Foram apreendidas armas brancas (como foices e facas) e armas de fogo, além de um carro. Tudo passará por perícia, na tentativa de identificar digitais dos criminosos.
A Polícia Militar informou que reforçou o policiamento na área do assentamento.
Ataque a assentamento do MST em Tremembé (SP) deixa dois mortos e seis feridos
Arte/g1
Investigação da Polícia Federal
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou, na tarde deste sábado (11), que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito para investigar o ataque que ocorreu em um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Tremembé, no interior de São Paulo.
Dois homens foram mortos a tiros e seis pessoas ficaram feridas após serem baleadas, na noite desta sexta-feira (10), na comunidade – leia mais abaixo.
No ofício enviado para a Polícia Federal, o ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto, citou que houve violação aos direitos humanos das famílias que fazem parte do assentamento.
Ainda segundo o Ministério, uma equipe da Polícia Federal – com agentes, perito e papiloscopista – foi até o assentamento neste sábado (11) para dar início às investigações sobre o crime.
Ataque a assentamento do MST em Tremembé (SP) deixa mortos e feridos
O ataque
Dois homens foram mortos a tiros e seis pessoas ficaram feridas após serem baleadas, na noite desta sexta-feira (10), durante um ataque a um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), na zona rural de Tremembé, no interior de São Paulo.
O caso foi registrado na delegacia de plantão em Taubaté e é investigado pela Polícia Civil de Tremembé como homicídio e tentativa de homicídio.
De acordo com o boletim de ocorrência, o crime aconteceu por volta das 23h, no assentamento Olga Benário, que fica na Estrada Kanegae.
Ainda segundo o documento, testemunhas e sobreviventes relataram para a polícia que cinco carros e três motos invadiram o local durante a noite e que as pessoas dos veículos efetuaram diversos tiros contra os moradores do local.
Consta no boletim de ocorrência que Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, foram atingidos pelos disparos, não resistiram aos ferimentos e morreram no local.
Outras seis pessoas que moram na comunidade foram baleadas e ficaram feridas. Os sobreviventes são três homens e três mulheres.
Os baleados foram socorridos e levados para o Hospital Regional de Taubaté e para o pronto-socorro de Tremembé. Não há informações sobre o estado de saúde dos feridos.
O assentamento é regularizado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) há cerca de 20 anos para o Movimento dos Sem Terra. Segundo a assessoria do MST, cerca de 45 famílias vivem no local.
Ministério Agrário emite nota de repúdio
O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar emitiu uma nota de repúdio, informando que “repudia o crime e manifesta solidariedade e apoio aos assentados da reforma agrária, especialmente às famílias de Valdir do Nascimento e do jovem Gleison Barbosa Carvalho, brutalmente assassinados neste caso”.
Ainda segundo a pasta, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, “entrou em contato com autoridades estaduais e nacionais da área da segurança pública para pedir providências e punição do crime que classificou como bárbaro”.
Ministério dos Direitos Humanos diz que vai reforçar proteção
O Ministério de Direitos Humanos e Cidadania informou que “está buscando mais informações sobre os fatos ocorridos e oferecerá assistência para as lideranças do assentamento e sua coletividade”.
Ainda segundo o Ministério, “o grave ataque contra o assentamento do MST e o assassinato de lideranças soma-se aos alertas anteriores para a urgência de fortalecimento das políticas de proteção aos defensores de direitos humanos que integrem as esferas federal e estadual, os sistemas de Justiça e de Segurança Pública e as redes de proteção”.
Em 2025, o Ministério informou que “vai reforçar suas ações para o fortalecimento das práticas coletivas de proteção das comunidades, associações, grupos, organizações, coletivos e movimentos da sociedade civil que fazem a proteção popular desses agentes”.
O assentamento do MST que foi alvo do ataque fica na zona rural de Tremembé.
Reprodução/TV Vanguarda
Momento em que ‘Nero do Piseiro’, suspeito de chefiar ataque contra assentamento do MST, é preso.
Arquivo pessoal
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