Dá para contrair HPV em aparelho da academia? Especialistas explicam


Jovem diz que contraiu HPV na mão por equipamento na academia. Especialistas explicam que ela teve versão não genital do vírus, que não é o mesmo que causa a infecção sexualmente transmissível e que não é possível contágio por superfícies. Em vídeo, jovem conta que contraiu HPV ao usar um equipamento de academia, mas especialistas explicam que é impossível
Reprodução/Redes Sociais
Um vídeo no TikTok, onde uma jovem relata ter contraído HPV ao usar um equipamento de academia, está viralizando. Ela conta que percebeu uma verruga no dedo e, ao consultar uma médica, foi informada de que era causada pelo vírus. O que especialistas explicam é que o que ela tem não é uma infecção sexualmente transmissível e que é impossível contrair o vírus na academia. (Leia mais abaixo)
🔴Primeiro, é importante entender o que é o HPV. O papilomavírus humano é um grupo de vírus capaz de infectar a pele ou as mucosas. Existem mais de 200 tipos; nem todos são genitais. Os tipos genitais, conhecidos por serem transmitidos em relações sexuais, podem evoluir para doenças graves, como o câncer de colo do útero.
Entre os subtipos, existem alguns que podem afetar a pele, causando verrugas, como é o caso contado no vídeo. Eles são uma versão diferente, com nenhuma consequência para a saúde.
No vídeo postado no TikTok, a estudante Victoria Sartorelli conta que percebeu uma verruga no dedo da mão e decidiu procurar uma dermatologista que explicou que era causada por HPV. Em um dos vídeos, que tem mais de um milhão de views, ela explica que é um subtipo do vírus e que pegou na academia, fazendo o alerta aos seguidores.
No entanto, muita gente associou ao vírus sexualmente transmissível. Alguns dos comentários são:
Internautas comentam post sobre contágio de HPV na academia
Reprodução/Redes Sociais
➡️ O g1 conversou com médicos especialistas e o que eles reforçam é que não é preciso pânico. Essa versão do vírus é inofensiva, não é transmitida por qualquer toque na região genital e não é possível o contágio por superfície, como aparelhos de academia.
A médica ginecologista Carolina Corsini, especialista no diagnóstico e tratamento do HPV, explica que essa versão do vírus é comum, até mesmo em crianças. Ela observa que a maioria das pessoas não percebe a infecção, pois o vírus não causa problemas de saúde, apenas uma reação na pele com o surgimento de verrugas.
“Esse HPV que gera a verruga no dedo é da mesma família do tipo genital, mas é um outro tipo de vírus. Ele só gera essas verrugas vulgares e que não tem risco de evolução para doença maligna”, reforça.
A médica ginecologista e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fabiene Castro Vale, reforça que não há motivo para pânico, já que esse tipo de HPV é diferente do que causa a infecção sexualmente transmissível.
“Não é motivo de pânico, esse tipo de HPV é comum e não tem grandes consequências. Ele gera essas lesões de pele e apenas isso. Ele é diferente do que as pessoas conhecem por HPV, que é a versão genital, sexualmente transmissível e para a qual a gente tem vacina”, explica.
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É possível contrair a doença por superfície?
O contágio desse subtipo do HPV segue a mesma linha da versão genital: é preciso o contato pele com pele ou mucosa com mucosa com a pessoa infectada para a transmissão.
A médica ginecologista Fabiene Castro Vale explica que ele não resiste em superfícies e que seria impossível contrair ao encostar, por exemplo, em equipamentos de academia.
“É preciso ter uma lesão e encostar em alguém que tem o vírus ativo em uma região também com lesão para que seja transmitido. É impossível que seja por superfície”, explica.
O ginecologista Marcelo Steiner, ligado à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), também reforça que ele não resiste nas superfícies e que não é motivo para ter medo de sentar em lugares públicos, por exemplo.
“A transmissão acontece no contato de pele com pele. Dificilmente você vai ter esses HPVs passando em situações como na academia, no assento do ônibus ou por toalhas, por exemplo. Se a gente pensar assim, em qualquer lugar que você tiver um contato com esse eventual vírus, você pode desenvolver uma verruga, né? E não é assim”, explica o médico.
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