‘Li na Morada’: projeto em cidade do interior de MG arrecada 10 mil livros e supera número de habitantes


Livros ficam expostos em geladeiras e fogões, distribuídos na área urbana e rural de Morada Nova, no Centro-Oeste de Minas. Segundo o IBGE, a população na cidade é de 9.067 pessoas. A biblioteca fica aberta, os leitores chegam e escolhe o que querem ler
Arquivo Pessoal
O projeto ‘Li na Morada’, iniciativa que transforma geladeiras e fogões em bibliotecas públicas em Morada Nova, no Centro-Oeste de Minas, chegou ao marco de 10 mil livros arrecadados. A quantidade supera o número de habitantes que é de 9.067 pessoas, de acordo com o último Censo do IBGE.
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O projeto foi idealizado pela advogada e professora universitária, Mônica Thaís Mendes Ribeiro, e neste mês de fevereiro completa 4 anos. De acordo com Mônica, a quantidade de livros arrecadados será registrada em cartório e simboliza um marco importante.
“Registramos em cartório em 2022, a contagem coletiva dos primeiros 5 mil livros. Em outubro de 2024, batemos a meta e ultrapassamos o número de habitantes que é de 9.067 segundo o Censo do IBGE. Vamos registrar no cartório também”, contou Mônica.
A cidade conta com onze livrarias frutos do ‘Li Na Morada’, distribuídos nas áreas rurais e urbana. A iniciativa foi abraçada pelos moradores, que desde o inicio do projeto ajudam Mônica a fomentar o hábito de leitura na cidade.
Os leitores vão desde crianças até adultos, que já se acostumaram a parar diante de uma dessas bibliotecas e escolher sua leitura.
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Dificuldades
A população se desdobra para fazer com que os livros permaneçam conservados. Mônica relatou ao g1, que por se tratar de um projeto que sobrevive de doações, é preciso muito empenho para manter as bibliotecas ao ar livre.
“Final de ano tem muita chuva e uma das geladeiras que fica na área rural está com a borracha estragada. As geladeiras que temos são doadas, então geralmente elas não estão muito novas, apesar de conservadas. Mas com a situação das chuvas elas estragam, porque ficam a céu aberto, e temos que tirar os livros para proteger eles”, contou
Mesmo diante das dificuldades, o projeto faz de tudo para que os leitores não percam os livros de vista.
“Tem uma professora que nos ajuda muito no Povoado de Cacimbas. A geladeira que estava lá ficou com a borracha gasta e não fechava a porta, ela fez um arame, como se fosse um varal dentro da própria geladeira, pendurou os livros para não molharem por causa da chuva e deu um jeito para que o projeto continuasse”, lembrou Mônica.
Meta alcançada
De acordo com Mônica, desde o inicio do projeto a expectativa era atingir a quantidade de um livro por habitante. Ela comemora que tenha atingido a meta com apenas 3 anos de projeto, e acredita que o ‘Li na Morada’ se tornou uma ação fundamental de resgate à leitura.
“O nosso sonho de espalhar conhecimento e cultura acabou se tornando realidade. Agradecemos de coração a todas as pessoas que acreditaram, doaram e se dedicaram ao projeto. Vocês são parte dessa conquista. E não vamos parar por aqui. O projeto continuará crescendo e sempre haverá espaço para novas histórias e novas leitores”, encerra.
Documento registrado em cartório de quando o projeto atingiu 5 mil
Arquivo Pessoal
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