Novo secretário da Defesa Civil de SC, Mário Hildebrandt reforça importância de prevenir caos

O secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, Mário Hildebrandt, em entrevista ao Grupo ND, compartilhou suas perspectivas sobre a ampliação das ações e melhorias na estrutura da Defesa Civil estadual, com base em sua experiência como prefeito de Blumenau, cidade que sofreu diversas vezes com desastres naturais, como enchentes e deslizamentos.

Ao Grupo ND, Mário Hildebrandt falou sobre missão, preocupações e necessidades da Defesa Civil de Santa Catarina – Foto: Divulgação/ND

Mário Hildebrandt afirmou que sua principal missão é levar essa experiência de Blumenau para todo o estado, reforçando a proteção civil em todas as regiões e aproximando ainda mais o governo estadual da realidade enfrentada pelos municípios. “Nós estamos trabalhando na questão da ampliação do nosso sistema de monitoramento, da ampliação das ações, para que possamos estar cada vez mais próximos da população e especialmente mais próximo das defesas civis municipais”, disse.

Mário Hildebrandt ressalta necessidade de investir em capacitação dos agentes municipais da Defesa Civil

O secretário destacou que a Defesa Civil estadual, apesar de possuir um sistema robusto de monitoramento de condições climáticas, precisa garantir que as informações sejam corretamente interpretadas e aplicadas nas cidades.

Segundo Hildebrandt, a grande preocupação é com a capacitação dos agentes municipais, especialmente nas pequenas cidades, onde a falta de formação adequada pode comprometer a eficiência das respostas em situações de emergência.“Não adianta nós dizermos que vai chover 200 mm na cidade Y se o profissional que está lá não tem conhecimento de Defesa Civil e não sabe traduzir, por exemplo, aonde a água vai chegar, se vai ser só enchente, se vai ser enxurrada, se vai trazer uma complicação mais grave. Esse trabalho é a Defesa Civil local que precisa estar estruturada, para isso nós vamos capacitá-la ainda mais, para dar a devida resposta à população”, explicou o secretário.

Descentralização da gestão é fundamental para respostas rápidas a emergências, analisa Mário Hildebrandt

Ele também abordou o modelo de gestão adotado pelo governo do Estado, que busca trabalhar mais de perto com os municípios, especialmente por meio do sistema “fundo a fundo”, que garante maior autonomia aos prefeitos e permite repasses mais ágeis de recursos em situações de emergência.

Esse modelo visa não apenas descentralizar a gestão dos recursos, mas também exigir que os municípios tenham profissionais capacitados em Defesa Civil, garantindo que a estrutura local esteja pronta para atuar em momentos críticos.

Hildebrandt ressaltou que a estruturação do “fundo a fundo” é uma das prioridades da sua gestão, pois permitirá às prefeituras responder rapidamente às situações de emergência sem depender de um processo burocrático que pode demorar meses. “O governador Jorginho Melo tem uma visão muito clara em relação a isso e determinou que nós trabalhássemos com os municípios a discussão do fundo a fundo.”

Ele também reforçou a importância de um profissional de carreira nas defesas civis municipais, alguém com histórico e conhecimento da cidade, capaz de traduzir a realidade local em estratégias de atuação.

Mário Hildebrandt reforça importância de reformar e modernizar barragens para evitar enchentes e outras catástrofes

Além disso, o secretário falou sobre a importância da infraestrutura preventiva, como as obras de reforma e modernização das barragens no Estado. Ele citou o trabalho em andamento nas barragens de Ituporanga e de Taió, que passou por reformas emergenciais. A de José Boiteux também está sendo revitalizada, com o apoio da Celesc.

Essas barragens são fundamentais para a segurança de várias regiões, como o Alto e o Médio Vale do Itajaí, onde as enchentes representam um risco constante. “Elas precisam estar preparadas, reformadas, revitalizadas e depois, claro, ao mesmo tempo, trabalhando os focos das barragens, das dragagens”, afirmou.

Por fim, Mário Hildebrandt mencionou a parceria com o Banco Mundial para a captação de recursos, por meio do projeto Jica, que já está em fase final de discussão. O objetivo é arrecadar cerca de US$ 149 milhões para financiar projetos estruturantes em Defesa Civil ao longo dos próximos anos.

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