Jovem com asma morre após alta no preço de inalador, diz família

Cole Schmidtknecht tinha apenas 22 anosReprodução

Um jovem de Wisconsin, nos Estados Unidos, morreu de um ataque de asma depois que o preço do inalador disparou quase US$ 500 (cerca de R$ 2,9 mil), de acordo com um processo movido pela família dele. As informações são da ABC News.

Segundo a reportagem, Cole Schmidtknecht tinha 22 anos e sofria de asma, que é uma doença crônica, ou seja, tem longa duração.

Ele tratou com um inalador Advair Diskus que lhe custou não mais do que US$ 66 (cerca de R$ 382), disseram os familiares de Cole.

No processo judicial, os parentes dizem que esse custo subiu no ano passado, quando o plano de saúde interrompeu a cobertura do inalador.

Em janeiro de 2024, Schmidtknecht foi à farmácia para preencher a receita habitual, mas foi informado que seu medicamento não era mais coberto por seu seguro, e custaria US$ 539,19 (cerca de R$ 3,1 mil) do seu bolso, conforme o processo.

Além de não ter sido comunicado previamente, não tinha alternativas mais baratas ou medicamentos genéricos disponíveis, afirma a família.

Incapaz de pagar pelo inalador, o processo alega que ele saiu da loja sem o aparelho, e sua situação começou a piorar rapidamente.

“Nos cinco dias seguintes, Cole lutou repetidamente para respirar, confiando apenas em seu antigo inalador de ‘resgate’ (emergência) para limitar seus sintomas, porque ele não tinha um inalador preventivo projetado para uso diário”, alega a família na ação judicial.

Crise de asma

Dias depois, Cole foi levado a um pronto-socorro por seu colega de quarto devido a um ataque grave de asma, mas “ficou sem resposta e sem pulso no carro”, antes de chegar ao pronto-socorro, de acordo com o processo.

Após receber ressuscitação cardiopulmonar (RCP) no pronto-socorro, Cole passou dias em uma unidade de terapia intensiva e nunca acordou. Ele foi declarado morto ainda em janeiro, após a interrupção do tratamento de suporte à vida, afirma o processo.

Seus pais agora estão processando as empresas supostamente envolvidas.

O processo diz que o custo do inalador não poderia ter sido aumentado como foi, tornando-o inacessível a ponto do paciente não poder comprar.

Em uma declaração à ABC News, a empresa disse que Cole preencheu uma receita genérica de um inalador usado para interromper ataques de asma, também em janeiro de 2024, com uma coparticipação de US$ 5 (cerca de R$ 29), acrescentando que o mesmo medicamento foi preenchido anteriormente por ele em outubro de 2023.

O serviço de prescrição disse que “também tem opções clinicamente apropriadas e informações de formulário disponíveis” para quando a medicação não é coberta por um provedor.

No processo, a família de Cole alega que “os réus falharam em exercer cuidado razoável, pois sabiam, ou deveriam saber, do risco irracional de danos a pacientes asmáticos, incluindo Cole Schmidtknecht, que resultaria de sua falha em fornecer a ele Advair Diskus ou um medicamento alternativo medicamente equivalente a um preço acessível no ponto de serviço.”

A empresa se recusou a comentar o caso à ABC News.

Mudança tarde demais?

Poucos meses após a morte de Cole, os fabricantes do Advair anunciaram, em março de 2024, que a partir de janeiro de 2025 o máximo que as pessoas pagarão do próprio bolso pelo inalador será US$ 35 (cerca de R$ 203) por mês.

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