Governo não deve responder de imediato com reciprocidade em medidas de Trump


Autoridades brasileiras e setor metalúrgico têm dúvidas se as medidas vão mesmo entrar em vigor e querem primeiro avaliar o impacto delas sobre produtos brasileiros Trump chega ao Super Bowl, em Nova Orleans, nos EUA, neste domingo (9).
Kevin Lamarque/Reuters
O governo brasileiro e o setor produtor de aço no Brasil não foram pegos de surpresa com o anúncio de Donald Trump, mas a reação nas primeiras horas após a fala do presidente dos Estados Unidos foi de cautela.
Trump disse neste domingo (9) que anunciará nesta segunda-feira (10) tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio.
Dentro do governo brasileiro, a ordem é não rebater de imediato com a regra da reciprocidade, mas analisar primeiro o impacto, segundo apurou o blog com autoridades.
Na prática, governo e setor metalúrgico querem ver para crer — ou seja, têm dúvidas se as medidas vão mesmo entrar em vigor.
A reação tem base tanto nas últimas medidas de Trump em relação a outros países, anunciadas para abrir negociação, quanto no histórico do primeiro governo do republicano. Em seu mandato anterior, ele anunciou 25% de taxas de importação para o aço e 10% para o alumínio, mas as tarifas na prática nunca vigoraram.
As siderúrgicas brasileiras têm preocupação com uma limitação de acesso ao mercado dos EUA — os semi-acabados de aço foram em 2024 o segundo item mais importante de exportação para os Estados Unidos, atrás apenas do petróleo.
Ao mesmo tempo, dentro do governo o blog ouviu que o aço do Brasil pode escoar para outros mercados — como a China — e que isso traz muito espaço de negociação com os EUA.
Desde que assumiu o atual mandato, em janeiro, Trump já criou tarifas para produtos do Canadá, do México e da China, os três principais parceiros comerciais dos EUA. A imposição de taxas sobre importados foi parte do discurso do republicano durante sua campanha à Casa Branca.
Trump anunciou tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México e um adicional de 10% àquelas já em vigor sobre produtos chineses. México e Canadá, então, fizeram acordos com os EUA para suspender as tarifas por um mês.
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