Brasil anuncia apoio à candidatura do chanceler de Suriname para comandar Organização dos Estados Americanos


Com sede em Washington, entidade deve buscar maior integração entre países do continente. OEA também acompanha eleições na região e, por exemplo, contestou vitória de Maduro na Venezuela. Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores
GloboNews/Reprodução
O Ministério das Relações Exteriores anunciou nesta terça-feira (4) a decisão do Brasil de apoiar a candidatura do chanceler de Suriname, Albert Ramdin, ao cargo de secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Criada em 1948 e com sede em Washington (EUA), a entidade deve buscar o aumento da integração entre os países do continente, além de evitar conflitos.
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A eleição para o comando da OEA está marcada para o próximo dia 10 de março e, além de Ramdin, disputa o cargo o chanceler do Paraguai, Rubén Ramírez.
Segundo o Itamaraty, o anúncio desta terça vale para Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia e Uruguai.
“Após cuidadosa análise das propostas apresentadas à Organização dos Estados Americanos (OEA) para a sucessão na Secretaria Geral, os governos do Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia e Uruguai anunciamos nosso respaldo à candidatura de Albert Ramdin, ministro de Relações Exteriores do Suriname, para liderar o organismo no período 2025-2030”, informou o Itamaraty.
“O ministro Albert Ramdin, com sua vasta experiência na diplomacia, incluindo seu prévio papel como secretário geral adjunto da OEA, está em uma posição única para enfrentar os desafios contemporâneos para nossos países, ao oferecer uma nova perspectiva que reflita as realidades e aspirações do Caribe e da América em seu conjunto”, acrescentou o órgão.
Durante o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil tem defendido o fortalecimento de organismos multilaterais como fórum de debates entre os países, a exemplo do Mercosul e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Em novembro de 2023, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu com Albert Ramdin em Paramaribo e discutiu, por exemplo, ações integradas para proteger a Amazônia.
Além disso, no ano passado, Ramdin esteve em Brasília para discutir temas como investimentos em áreas como energia e infraestrutura.
Eleições no continente
Representantes da OEA costumam atuar como observadores internacionais durante as eleições nos países do continente.
No caso do Brasil, em 2022, por exemplo, a entidade divulgou comunicado no qual disse que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) demonstrou “alto nível de profissionalismo e solidez”, o que permitiu ao Brasil “realizar com sucesso um processo eleitoral em um contexto complexo, marcado pela polarização, desinformação e ataques às instituições eleitorais”.
Já no caso da Venezuela, cujas eleições presidenciais aconteceram em julho do ano passado e tiveram o resultado contestado por diversos líderes mundiais e organismos internacionais, a OEA disse ter verificado a aplicação, pelo regime de Nicolás Maduro, de um “esquema repressivo” com ações destinadas a “distorcer completamente” o resultado eleitoral por meio de “aberrantes manipulações”.
“O regime de Maduro zombou de atores importantes da comunidade internacional durante estes anos e mais uma vez entrou num processo eleitoral sem garantias, mecanismos e procedimentos para fazer cumprir essas garantias. O manual completo de gestão fraudulenta do resultado eleitoral foi aplicado na Venezuelar”, afirmou a OEA na ocasião.
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