Homem assassinado no Galo da Madrugada era o ‘motivo da alegria de todo mundo’, diz irmão; saiba quem era a vítima


João Amancio Neto, de 32 anos, era pai de dois meninos e morava no Cabo de Santo Agostinho. Ele foi morto após amigo esbarrar acidentalmente em mulher no bloco. João Amancio fantasiado para brincar o Galo da Madrugada
Reprodução/WhatsApp
“Ele era o motivo da alegria de todo mundo, onde ele chegava, ele contagiava. Se alguém estivesse triste, mal-humorado, ele chegava junto e a pessoa ia rir com ele”. Foi assim que João Amancio Neto foi descrito pelo seu irmão, que preferiu não se identificar, ao g1. Aos 32 anos, João foi assassinado no fim da tarde do sábado (1º), na dispersão do Galo da Madrugada.
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De acordo com o irmão de João, o atirador chegou a ser abordado por quatro policiais militares, mas foi liberado logo em seguida após “dar uma carteirada”. Por conta disso, a família da vítima acredita que o homem era policial e teme represálias.
“A gente era muito apegado. Eu sou mais velho que ele. Ele dizia que eu era o segundo pai dele, me respeitava”, disse o irmão.
João Amancio Neto era natural do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, cidade onde cresceu e viveu, sempre na mesma vizinhança. Morava com a esposa e os dois filhos, um menino de 4 anos e outro de 12 anos.
Fazia cerca de um mês que ele tinha deixado seu último emprego como caldeireiro numa fábrica, onde trabalhava com a fabricação de peças metálicas. De acordo com seu irmão, João Amancio também já tinha trabalhado como pedreiro e nunca ficou parado.
Ainda segundo o irmão de João, ele gostava de se divertir saindo para passear com os filhos e a esposa. Quando não estava com a família, “se reunia com os amigos para jogar bola, tomar cerveja e dar risada”.
O crime
De acordo com o irmão da vítima, o crime aconteceu na Avenida Sul, próximo ao túnel de acesso ao bairro do Cabanga, na região central da capital. Um amigo de João Amancio teria esbarrado em uma mulher desconhecida, que reagiu irritada e, quando ele tentou intervir na situação, o companheiro dela disparou imediatamente. Os tiros atingiram o tórax de João e o queixo do amigo dele.
Ainda segundo o irmão, o atirador foi abordado por policiais, mas mostrou uma carteira e foi imediatamente liberado. Enquanto isso, João Amancio foi colocado no porta-malas de uma viatura e levado ao Hospital da Restauração (HR).
Os policiais teriam argumentado para o irmão de João Amancio que a prioridade era o atendimento da vítima, quanto questionados sobre a liberação do atirador. O irmão contou, ainda, que foi derrubado no chão e impedido de acompanhar João na viatura enquanto a vítima estava sendo encaminhada ao HR.
O que dizem as polícias
O g1 procurou a Polícia Militar e a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e fez as seguintes perguntas:
Por que o homem foi liberado pela PM mesmo após um flagrante de homicídio?
Por que João Amancio foi encaminhado ao hospital no porta-malas da viatura?
Se ele já estava morto, como suspeita o irmão, por que foi retirado da cena do crime?
O atirador foi identificado ou se apresentou à polícia?
O homem se identificou como policial?
O que a Polícia Militar tem a dizer sobre a agressão ao irmão da vítima e sobre a conduta dos quatro policiais militares que liberaram o atirador?
A SDS não respondeu aos questionamentos até a última atualização desta reportagem. Em nota, disse apenas que “um inquérito policial foi aberto e está sendo investigado pela 1° Delegacia de Homicídios” e que “mais informações não podem ser repassadas no momento para não atrapalhar as diligências”.
A PM também não respondeu aos questionamentos. Em nota, disse que “a vítima pode procurar a Corregedoria Geral da SDS e registrar a agressão”. Ainda segundo a corporação, a corregedoria funciona 24 horas por dia, na Avenida Conde da Boa Vista, 428. Denúncias também podem ser feitas pelo e-mail [email protected] ou através do telefone (81) 3184-2772.
Também procurada pelo g1, a Polícia Civil disse que:
A Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência com vítima por disparo de arma de fogo após o encerramento dos trios;
A vítima foi atingida na região do tórax e socorrida por policiais militares para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, área central do Recife, mas não resistiu aos ferimentos;.
O caso está sendo investigado pela 1° Delegacia de Homicídios;
Um inquérito policial foi instaurado, e as diligências seguem em andamento.
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