Vigilância em Saúde de Oriximiná emite alerta de risco por suspeita de epizootia em Porto Trombetas


Alerta foi emitido após macacos serem encontrados mortos no distrito. Amostras serão enviadas ao Instituto Evandro Chagas em Belém. Macaco encontrado morto (imagem ilustrativa)
Reprodução / Redes sociais
Comunicação de risco foi emitida pela Diretoria de Vigilância em Saúde do município de Oriximiná, oeste do Pará, para o 9ºCRS/Sespa, na quinta-feira (20), diante da suspeita de circulação do vírus da febre amarela no distrito de Porto Trombetas, onde macacos foram encontrados mortos nos últimos dias. A comunicação trata de “Epizootia de primata não humano”. A epizootia é definida como adoecimento ou morte em uma população animal na mesma região, sem causa definida.
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Segundo o coordenador de Zoonoses do 9ºCRS/Sespa, Felipe Dantas, foi informado ao órgão que ao menos 7 macacos foram encontrados mortos em Porto Trombetas, mas até o início da manhã desta sexta-feira (21), ainda não havia confirmação desse número. “Só teremos certeza dessa quantidade quando a ficha de notificação for inserida no sistema”, explicou.
Ainda segundo Felipe Dantas, logo que a Sespa foi comunicada da suspeita de epizootia em Porto Trombetas, a secretaria entrou contato com a Vigilância em Saúde do município de Oriximiná, para orientar sobre as medidas a serem adotadas para segurança da população, entre elas, a coleta de material para exame e a vacinação contra a febre amarela.
Quanto as amostras dos macacos que foram encontrados mortos, o diretor da Vigilância em saúde de Oriximiná, Márcio Garcia, informou ao g1 que o material será enviado para a Sespa em Santarém e depois seguirá para o Instituto Evandro Chagas em Belém, onde passará por análise detalhada.
Um dos animais é da espécie ugio (Alouatta macconnelli). Ele foi encontrado morto, no estacionamento do Hospital de Porto Trombetas, com suspeita de Febre Amarela (FA), Raiva e Doença parasitária. O hospital fica localizado em área próxima de mata. Foram coletadas amostras de vísceras do animal e mantidas conservadas por congelamento para serem enviadas à Sespa.
A equipe de saúde do Hospital de Porto Trombetas foi orientada para realização da vacinação de bloqueio seletivo, casa a casa, em área delimitada e mais um dia “D” no distrito minerador.
A Coordenação Municipal de Vigilância Epidemiológica vai realizar monitoramento da área e implementar das ações do Plano Municipal de Contingência para Febre Amarela.
Sobre a febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas suas formas graves. A doença é causada por um vírus transmitido por mosquitos, e possui dois ciclos de transmissão (urbano e silvestre). No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes.
No ciclo silvestre, os primatas não humanos (PNHs) são considerados os principais hospedeiros, amplificadores do vírus, e são vítimas da doença assim como o ser humano, que, nesse ciclo, apresenta-se como hospedeiro acidental.
Os casos leves causam febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Os casos graves podem causar doenças cardíacas, hepáticas e renais fatais.
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