Ovo, frango ou carne? Saiba como equilibrar preço e valor nutricional das proteínas diante da alta dos alimentos


Com aumentos constantes nos preços nos últimos meses, o ovo deixou de ser a opção mais barata entre as fontes de proteína no cardápio do brasileiro. Nutricionista Denise Real, de Bauru (SP), explica a importância das proteínas e da diversidade na alimentação. Qual compensa mais: ovo ou frango? Nutricionista explica como realizar as substituições
Com o aumento dos preços de alimentos que são fontes de proteínas, o ovo, que sempre foi a opção mais barata, tem se tornado um desafio para o bolso dos brasileiros. Com as constantes altas no preço do alimento, fica cada vez mais difícil encontrar alternativas que equilibrem alimentação saudável e economia.
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O ovo era a proteína mais acessível no mercado, mas está perdendo seu posto em relação a outras fontes de proteína, como o frango e até a carne vermelha. Com o aumento nos preços, muitos consumidores se veem em dúvida sobre qual é a melhor escolha para uma refeição equilibrada e que caiba no bolso.
A nutricionista Denise Real, de Bauru (SP), explica a importância das proteínas no dia a dia para o ser humano: “A proteína é como se fossem ‘tijolinhos’. Ela ajuda a construir tecidos no nosso corpo de uma forma geral, desde órgãos, células, cabelo, pele, unha, e também fortalecimento para músculos”.
Nutricionista Denise Real explica a diferença no valor proteico dos ovos, carnes vermelhas e frango
Reprodução/TV TEM
Variações proteicas
Preço do ovo aumenta 40% e comerciante sentem impacto na hora de revender ou comprar
Reprodução/TV TEM
Embora muitas pessoas associem proteína a carne vermelha, Denise destaca que há outras opções igualmente nutritivas, como frango, ovo, peixes, queijos, iogurtes e os feijões, grão-de-pico e soja.
A especialista também alerta que a variação nas fontes de proteína é importante para uma dieta saudável. Além disso, explica como calcular a quantidade diária de proteína ideal para cada pessoa.
“Em uma média, é recomendado consumir de 1,2 a 1,8 gramas de proteína por quilo de peso corporal. Para um adulto de 80 kg, por exemplo, isso equivale a cerca de 144 gramas de proteína por dia, que equivale a 480 gramas de frango ao dia.
Porém, é importante dividir o que vai comer ao longo do dia, com diversas fontes de proteína, como por exemplo ovos no café da manhã, frango no almoço e queijo à noite.
Valores
Gráfico sobre os valores das proteínas no mercado
Reprodução / TV TEM
Em relação aos preços, a pesquisa realizada pela reportagem da TV TEM do revelou que, em média, 30 gramas de proteína do ovo custam R$ 5, enquanto a mesma quantidade de frango sai por R$ 2,50. A carne vermelha, especificamente o patinho, custa R$ 4,50 para os mesmos 30 gramas de proteína.
Dessa forma, o ovo, apesar de ser uma opção nutritiva, acaba sendo mais caro que o frango, que se torna uma escolha mais vantajosa para quem busca economia sem abrir mão da qualidade nutricional.
Isso se deve ao fato de que o ovo ficou 15% mais caro nos supermercados em fevereiro em relação a janeiro, como aponta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado do ano (janeiro e fevereiro), os preços já subiram 16,4%. Especialistas dizem que o aumento é impulsionado pelo custo do milho, calor intenso e demanda aquecida na Quaresma, período em que os católicos costumam a não comer carne vermelha.
Filé de frango está compensado mais como fonte de proteína quando o assunto é o preço
Gustavo Ximenes/Divulgação
Acompanhamento Profissional
Para garantir uma alimentação saudável e adequada, o acompanhamento nutricional é fundamental, já que as necessidades de cada pessoa variam.
Denise enfatizou a importância de uma dieta equilibrada, que inclua não apenas proteínas, mas também fontes de carboidratos, legumes e saladas: “O nosso corpo não precisa só de proteína. Pode diversificar esse prato com fontes de folhas, legumes, saladas, carboidratos.”
Com as informações de preços e valores nutricionais, a principal missão é encontrar um equilíbrio entre o sabor, a saúde e o orçamento.
Alta dos alimentos
A maioria dos alimentos que fazem parte do cardápio diário do brasileiro, como carnes, verduras, frutas, ovo, leite, óleo, café, sofreram alta nos preços, segundo dados do IPCA divulgados em fevereiro.
Alguns destes representam altas expressivas no acumulado em 12 meses, mas, no acumulado do ano houve uma desaceleração.
É o caso das carnes que tiveram alta de 0,44% no acumulado do ano, enquanto os tubérculos, raízes e legumes, por exemplo, apresentaram queda expressiva no acumulado em 12 meses (mais de 27%), mas, no acumulado deste ano, já representam aumento expressivo.
Segundo dados do IPCA (até fevereiro de 2025), na variação acumulada em 12 meses, ficou assim:
Cereais, leguminosas e oleaginosas: queda de 7,84% (o único item com alta expressiva foi a abobrinha, com alta de 28,17%.
Hortaliças e verduras: alta de 0,96% (quase todos os itens tiveram aumento, com exceção do alface (-1,06%) e do repolho (-18,67%), sendo que o que mais aumentou foi o cheiro verde (8,83%).
Frutas: alta de 3,31% (a maior alta foi a tangerina (59,24%) – todas as variações de laranjas tiveram altas expressivas – abacate (28,48%) e limão (25,31%))
Carnes: alta de 21,98% (todas as carnes sofreram aumento, inclusive a de porco, que ficou em 20,22%)
Frango inteiro: alta de 9,35%
Frango em pedaços: alta de 10,95%
Ovo: alta de 10,49%
Leite: alta de 11,11%
Óleo de soja: alta de 23,39%
Café moído: alta de 66,18%
Alho: 30,58%
Já na variação acumulada do ano (janeiro e fevereiro de 2025), os destaques foram:
Tubérculos, raízes e legumes: 7,25% (destaque para o pepino (44,21%), cenoura (33,79%), abobrinha (27,44%) e tomate (27,76%)
Hortaliças e verduras: 4,13% (destaque para o coentro (17,95%))
Café: 20,25%
Ovo: 16,41%
Alho: 4,38%
Bastos, capital do ovo
Bastos e municípios vizinhos garantem produção de milhões de ovos todos os dias
Reprodução/TV TEM
Na região de Bastos, maior produtora de ovos do estado de São Paulo, o preço médio da caixa de ovos brancos com 30 dúzias está em R$ 210,52 em março e o da caixa com ovos vermelhos, R$ 239,73. Esses são os maiores preços registrados na região de Bastos nos últimos dois anos.
Ainda na região de Bastos, do início do ano até o mês de fevereiro, o preço da caixa do ovo branco aumentou 47,48% e do ovo vermelho aumentou 44,61%.
Conhecida popularmente como a capital do ovo, a cidade de Bastos é parte fundamental da produção de ovos no país, responsável por 11,5% de toda a produção nacional,segundo dados do sindicato rural do município.
Somente as granjas localizadas na cidade representam 6,1% de toda a produção brasileira, que somados, as granjas do seu entorno, que tem como proprietários avicultores de Bastos, o município quase dobra sua capacidade produtiva.
Em relação ao estado de São Paulo, a cidade e os municípios de seu entorno (granjas filiais), representam, juntos, 45,4% da produção de todo o estado, que é o principal produtor de ovos.
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