Chimpanzé explorado por narcotraficantes na Colômbia desenvolveu ‘comportamento humanizado’ após violências, diz veterinária


Chimpanzé Yoko viveu por vários anos sob domínio de um narcotraficante e, neste período, foi forçado a ter hábitos que iam contra sua natureza. Em Sorocaba (SP), animal viverá em santuário de 220 mil metros quadrados. Chimpanzé Yoko, vítima de maus-tratos na Colômbia, se adapta ao Santuário de Grandes Primatas de Sorocaba (SP)
Fernando Bellon/TV TEM
O chimpanzé Yoko, vítima de maus-tratos em um circo e por narcotraficantes desenvolveu um comportamento humanizado após sofrer as violências, segundo a veterinária que o recebeu no Santuário de Grandes Primatas de Sorocaba, no interior de São Paulo, ao ser transferido de um cativeiro em Pereira, na Colômbia.
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Conforme a veterinária Camila Gentile Francisco, do Santuário de Grandes Primatas, o animal viveu por anos sendo explorado no circo e por narcotraficantes e estes períodos fizeram com que ele deixasse de desenvolver comportamentos característicos da espécie.
“Está um pouco estressado por causa da viagem, mas está bem de saúde. Aqui ele vai ter a oportunidade de conviver com outros chimpanzés e de ter comportamento de chimpanzé. Ele é muito humanizado, mas precisa ter um comportamento de chimpanzé para desenvolver as qualidades da sua espécie”, destaca.
Agora no Brasil, Yoko está conhecendo sua nova “casa”. O animal desembarcou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), na segunda-feira (24). Foram quase dois dias viajando de avião, em uma jaula especial para o transporte do animal. O planejamento desta viagem, no entanto, demorou um ano e meio.
Santuário de Grandes Primatas tem novo morador: chimpanzé Yoko chega a Sorocaba (SP) depois de 2 dias de viagem
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Yoko, que tem 38 anos, teve uma vida de sofrimento e maus-tratos, de acordo com a ONG Projeto GAP Brasil. Durante a infância, ele foi capturado e traficado na Colômbia. Viveu por vários anos sob domínio de um narcotraficante e, neste período, foi explorado, acorrentado e forçado a ter hábitos que iam contra sua natureza.
De acordo com a ONG, Yoko era o único chimpanzé da espécie no Bioparque Ukumari, na Colômbia. A história do primata ficou conhecida em julho de 2023, quando seus companheiros, Pancho e Chita, foram baleados e mortos depois de uma fuga do zoológico.
Em Sorocaba, o primata viverá em um santuário de 220 mil metros quadrados, que abriga 42 chimpanzés. Além do novo recinto e dos colegas de espécie, Yoko também receberá uma alimentação adaptada.
“Vou ficar com muita saudade dele, mas acho que é melhor agora para o seu bem-estar”, destacou o veterinário Xavier Alexandro Guerrero, que participou dos cuidados durante a vinda de Yoko para o Brasil.
Chimpanzé Yoko, vítima de maus-tratos na Colômbia, chegou a santuário em Sorocaba (SP)
Reprodução/@meire_mi
Pedro Ynterian, fundador do Santuário de Grandes Primatas, reforça a importância que o espaço tem para os animais que foram vítimas de violências.
“Eles se sentem livres, o que nunca sentiram na vida pregressa deles. Então, esse é o trabalho que a ONG faz: converter eles no que realmente são, grandes primatas, quase humanos.”
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