Putin dá início à maior convocação militar da Rússia em mais de uma década


A Rússia está convocando160 mil homens entre 18 e 30 anos para expandir suas forças armadas — mesmo em meio a esforços dos EUA por um cessar-fogo na Ucrânia. Em uniforme militar, Vladimir Putin visita centro de comando militar russo na região de Kursk em 12 de março de 2015
Russian Pool/Reuters TV via Reuters
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, convocou 160 mil homens com 18 a 30 anos de idade, como parte das medidas para ampliar as Forças Armadas do país.
É a maior convocação militar feita pela Rússia desde 2011.
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A convocação para um ano de serviço militar veio alguns meses depois de Putin ter declarado que a Rússia deveria aumentar seu contingente militar para quase 2,39 milhões de oficiais — e seu número de soldados ativos para 1,5 milhão.
Os números representam um aumento de 180 mil oficiais, ao longo dos próximos três anos.
O vice-almirante Vladimir Tsimlyansky declarou que os novos recrutas não seriam enviados para o combate na Ucrânia, como parte do que a Rússia chama de “operação militar especial”.
Mas existem relatos de recrutas que foram mortos em combate nas regiões fronteiriças da Rússia, depois de serem enviados para combate na Ucrânia nos primeiros meses da guerra em escala total.
O recrutamento atual, que terá lugar até julho, começou mesmo com as tentativas americanas de se chegar a um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia.
A violência prosseguiu sem trégua na terça-feira (1/4), quando a Ucrânia declarou que um ataque russo a uma instalação elétrica na cidade de Kherson, no sul do país, deixou 45 mil pessoas sem energia.
E a Rússia também afirma ter capturado outra aldeia ucraniana, em Rozlyiv, na região de Donetsk.
A Rússia costuma convocar novos recrutas na primavera e no outono do hemisfério norte. Mas a atual convocação de 160 mil jovens envolve 10 mil soldados a mais do que no mesmo período de 2024.
Desde o início do ano passado, o número de jovens disponíveis para recrutamento vem aumentando, com a elevação da idade máxima de 27 para 30 anos. Além dos avisos convocatórios enviados pelo correio, os jovens serão notificados pelo website de serviços estatais Gosuslugi.
Muito diferentemente da sua convocação semestral, a Rússia também recrutou uma grande quantidade de militares contratados e milhares de soldados norte-coreanos.
Moscou precisou reagir às extensas perdas na Ucrânia. Foram mais de 100 mil baixas verificadas pela BBC e pelo portal Mediazona, entre os soldados mortos em combate. Mas o número real pode ser mais que o dobro deste total.
Putin já aumentou o contingente das Forças Armadas três vezes, desde que ordenou que os militares capturassem a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
O ministro da Defesa russo relacionou a ampliação das Forças Armadas do país em dezembro de 2023 às “crescentes ameaças” da guerra na Ucrânia e da “contínua expansão da Otan”.
A Otan se expandiu ao incluir a Finlândia e a Suécia na organização, como resultado direto da invasão da Ucrânia pela Rússia.
A Finlândia detém a maior fronteira da Otan com a Rússia (1.343 km). E o primeiro-ministro finlandês Petteri Orpo declarou, na terça-feira (1º), que seu país irá se retirar da convenção de Ottawa, no Canadá, que proíbe o uso de minas antipessoais, ao lado de outros países vizinhos da Rússia.
A Polônia e os Estados bálticos tomaram decisões similares duas semanas atrás, devido às ameaças militares da Rússia.
Orpo declarou que a decisão de retomar o uso de minas antipessoais foi baseada no conselho das Forças Armadas e que o povo finlandês não precisaria se preocupar.
O governo de Helsinque também afirmou que os gastos da Finlândia com a defesa aumentarão para 3% do PIB, contra 2,4% no ano passado.
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