Onça-pintada capturada no Pantanal não deve voltar para a natureza após homem ser morto atacado

A informação foi confirmada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); o animal foi retirado da natureza na última quinta-feira (24). A onça-pintada que foi capturada na região em que Jorge Avalo, de 60 anos, foi atacado e morto no Pantanal, não deve ser reintroduzida à natureza. A informação foi confirmada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O felino está no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) de Campo Grande desde quinta-feira (24), onde passa por exames para apurar se esteve envolvido na morte do caseiro. Em nota, o ICMBio informou que o animal permanecerá provisoriamente no local, enquanto são realizadas avaliações clínicas e comportamentais.
O animal capturado é um macho com cerca de nove anos de idade. Após a realização dos exames, o felino deverá ser encaminhado a uma instituição autorizada a manter fauna silvestre e será integrado ao Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, sob coordenação do ICMBio.
Ceva no Pantanal
De acordo com o ICMBio, o animal capturado apresentava comportamento de alta habituação ao ser humano. A prática era evidenciada em diversos vídeos publicados nas redes sociais mostrando que as onças da região eram frequentemente alimentadas por pessoas, caracterizando a prática de ceva.
“Tal prática traz riscos para todas as pessoas que transitam no local ou que ali residem, podendo culminar em acidentes fatais. A Polícia Militar Ambiental instalou armadilhas fotográficas para identificar possíveis outros indivíduos e a frequência da presença nas cercanias da casa onde morava a vítima”, alerta.
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP/ICMBio) reforça que ataques de onça contra humanos são extremamente raros e, os letais, praticamente inexistentes, sendo confirmados oficialmente apenas dois casos no Brasil.
“Certas situações, principalmente as que envolvem habituação, podem aumentar as chances de acidentes. Esse hábito representa risco para os moradores locais e visitantes, pois faz com que as onças percam o medo da presença humana”.
Veja abaixo orientações ao visitar áreas com presença de onças:
Evite caminhar sozinho: trilhas em grupo são mais seguras, pois o barulho e o número de pessoas tendem a afastar os animais;
Faça barulho durante a trilha: converse, cante ou bata o bastão de caminhada nas pedras. O objetivo é não surpreender a onça — o maior risco é assustá-la;
Evite trilhas à noite, ao amanhecer e ao entardecer: onças são mais ativas nesses horários (crepusculares e noturnas);
Não corra: se avistar uma onça, mantenha a calma. Correr pode estimular o instinto de perseguição;
Mantenha contato visual e recue devagar: tenha o animal no campo de visão, mas olhe sem desafiá-lo, sem demonstrar medo, e afaste-se devagar, sem virar as costas.
Jamais se aproxime de filhotes: a mãe pode estar por perto e se tornar agressiva ao tentar protegê-los.
Evite levar cães: cães podem provocar as onças, que os veem como ameaça ou presa, o que pode aumentar o risco de ataque.
Preste atenção a sinais de presença: pegadas frescas, fezes, arranhões em árvores ou carcaças de animais são indícios de que a onça pode estar por perto.
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